Palavra do leitor
- 11 de outubro de 2010
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Redentora graça
Durante uma entrevista, tempos atrás, fui surpreendido por uma pergunta, dessas disparadas à queima-roupa: "Como eu sobrevivera, por tantos anos no submundo?" Demorei pra responder; participei de muitos episódios violentos. Pratiquei violência, sofri violência.
A pergunta trouxe consigo uma avalanche de imagens, sons e odores e tudo o mais que compõe uma lembrança, cenas inteiras e terríveis “rodaram” na minha cabeça; por alguns segundos eu voltei, estive lá rodeado de rostos e lugares, envolvido em tudo aquilo mentalmente. Por todos os lados, memórias mal resolvidas, não tratadas. Muito ruim.
Um medo agonizante me tomou ao reviver coisas difíceis de esquecer, horríveis de lembrar; sofri a sensação de não estar mais seguro, a salvo. Tateei “a arma” na cintura (não carrego armas há anos, mas, às vezes, num ato involuntário procuro por uma na cintura).
Pensei em afirmar que sobrevivi devido às minhas habilidades, por serem as minhas estratégias melhor elaboradas e melhor executadas que as da polícia e dos outros caçadores; e eram. Fiquei tentado a afirmar que o apelido de "demônio" intimidava; mas, qual nada!
A maioria das pessoas que conheci e que não levantou a mão (aceitou Jesus) quando Deus deu a chance, está morta; as personagens no meu passado tem uma divisão simples: ou viraram crentes, ou estão mortas.
Sendo rigorosamente honesto, sobrevivi à violência do submundo somente por aprender logo cedo a arte da rendição no truculento jogo das ruas; se não havia chances de enfrentar o inimigo nem fugir da polícia, a “estratégia” era depor as armas e “rezar” pra não levar um tiro.
A pergunta então mudou: “Como tenho sobrevivido sendo crente em Jesus por tanto tempo, enquanto muitos amigos tem ficado pelo caminho ou se afeiçoado aos atalhos?”
Novamente quis dar uma “resposta espiritual, blá, blá, blá”, desfilar o meu elevado autoconceito, minhas altas qualidades adquiridas a preço alto na perseverança do viver cristão... (bonito isso, não?) Mas, qual nada.
A soma dos dias nos quais quis desistir ou tentei efetivamente largar pra lá esse trem de ser crente, denuncia-me. A outra soma é a soma de todos os momentos nos quais pude reagir e prosseguir; reagir pela Graça, prosseguir pela Graça.
Aprendi no cotidiano a dura arte da rendição em nome da permanência no Caminho; entender que “Deus é quem dá as cartas no jogo que Ele inventou e criou as regras; com Ele aprendi que quem se rende, entrega a arma segurando pelo cano.”
Render-me e viver; aprendizado longo e penoso, possível pela bondade do Espírito Santo ao se utilizar da Igreja pra lidar com gente assim, e me alcançar, tratar e instruir. A Igreja como instrumento e canal da Graça de Deus; Deus favorável. Deus usando humanos pra exercer Sua autoridade, e benignidade.
Antigamente, após a rendição eu esperava por humilhações e espancamentos (trago lembranças no couro), mas agora vivendo na Graça, quando a Palavra me confronta e o Espírito conduz-me à confissão e rendo-me, Deus, diferente de tudo que anteriormente conheci, propõe-me a reconciliação.
Romanos 8: 33 – 35 trata disso; contrariando o mundo e tudo o que o mundo prescreve, Deus observa o humano subjugado e lhe propõe um laço de amizade, Deus não castiga nem mutila quem se rende... Isso é Graça.
Na presença do Pai que amorosamente e invariavelmente “vence todas as disputas e indisposições com o meu ego” não há espaço pra cobranças pelos delitos e pecados de antemão quitados na cruz, por Ele mesmo. A Graça deriva da cruz.
E foi assim, sendo tomado por pensamentos bons sobre o gracioso agir de Deus que toda a dor e a agonia causadas pela pergunta do jornalista deram lugar à tranquilidade e àquele bom sabor comuns ao percebermos a proximidade do Senhor de todos os redimidos; a salvo, seguro.
A Graça redentora realiza em mim o objetivo da cruz; o horror da morte seguido pelo esplendor da ressurreição e, por conseguinte me sustenta, e prossigo santo, e permaneço salvo. Redentora Graça, que me basta!
A pergunta trouxe consigo uma avalanche de imagens, sons e odores e tudo o mais que compõe uma lembrança, cenas inteiras e terríveis “rodaram” na minha cabeça; por alguns segundos eu voltei, estive lá rodeado de rostos e lugares, envolvido em tudo aquilo mentalmente. Por todos os lados, memórias mal resolvidas, não tratadas. Muito ruim.
Um medo agonizante me tomou ao reviver coisas difíceis de esquecer, horríveis de lembrar; sofri a sensação de não estar mais seguro, a salvo. Tateei “a arma” na cintura (não carrego armas há anos, mas, às vezes, num ato involuntário procuro por uma na cintura).
Pensei em afirmar que sobrevivi devido às minhas habilidades, por serem as minhas estratégias melhor elaboradas e melhor executadas que as da polícia e dos outros caçadores; e eram. Fiquei tentado a afirmar que o apelido de "demônio" intimidava; mas, qual nada!
A maioria das pessoas que conheci e que não levantou a mão (aceitou Jesus) quando Deus deu a chance, está morta; as personagens no meu passado tem uma divisão simples: ou viraram crentes, ou estão mortas.
Sendo rigorosamente honesto, sobrevivi à violência do submundo somente por aprender logo cedo a arte da rendição no truculento jogo das ruas; se não havia chances de enfrentar o inimigo nem fugir da polícia, a “estratégia” era depor as armas e “rezar” pra não levar um tiro.
A pergunta então mudou: “Como tenho sobrevivido sendo crente em Jesus por tanto tempo, enquanto muitos amigos tem ficado pelo caminho ou se afeiçoado aos atalhos?”
Novamente quis dar uma “resposta espiritual, blá, blá, blá”, desfilar o meu elevado autoconceito, minhas altas qualidades adquiridas a preço alto na perseverança do viver cristão... (bonito isso, não?) Mas, qual nada.
A soma dos dias nos quais quis desistir ou tentei efetivamente largar pra lá esse trem de ser crente, denuncia-me. A outra soma é a soma de todos os momentos nos quais pude reagir e prosseguir; reagir pela Graça, prosseguir pela Graça.
Aprendi no cotidiano a dura arte da rendição em nome da permanência no Caminho; entender que “Deus é quem dá as cartas no jogo que Ele inventou e criou as regras; com Ele aprendi que quem se rende, entrega a arma segurando pelo cano.”
Render-me e viver; aprendizado longo e penoso, possível pela bondade do Espírito Santo ao se utilizar da Igreja pra lidar com gente assim, e me alcançar, tratar e instruir. A Igreja como instrumento e canal da Graça de Deus; Deus favorável. Deus usando humanos pra exercer Sua autoridade, e benignidade.
Antigamente, após a rendição eu esperava por humilhações e espancamentos (trago lembranças no couro), mas agora vivendo na Graça, quando a Palavra me confronta e o Espírito conduz-me à confissão e rendo-me, Deus, diferente de tudo que anteriormente conheci, propõe-me a reconciliação.
Romanos 8: 33 – 35 trata disso; contrariando o mundo e tudo o que o mundo prescreve, Deus observa o humano subjugado e lhe propõe um laço de amizade, Deus não castiga nem mutila quem se rende... Isso é Graça.
Na presença do Pai que amorosamente e invariavelmente “vence todas as disputas e indisposições com o meu ego” não há espaço pra cobranças pelos delitos e pecados de antemão quitados na cruz, por Ele mesmo. A Graça deriva da cruz.
E foi assim, sendo tomado por pensamentos bons sobre o gracioso agir de Deus que toda a dor e a agonia causadas pela pergunta do jornalista deram lugar à tranquilidade e àquele bom sabor comuns ao percebermos a proximidade do Senhor de todos os redimidos; a salvo, seguro.
A Graça redentora realiza em mim o objetivo da cruz; o horror da morte seguido pelo esplendor da ressurreição e, por conseguinte me sustenta, e prossigo santo, e permaneço salvo. Redentora Graça, que me basta!
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