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Palavra do leitor

Razões de uma multidão perdida

Neste mal encenado espetáculo que se tornou a Igreja evangélica brasileira, nas quais alguns púlpitos mais se parecem com picadeiros de circo, uma pergunta me persegue: o que leva milhões de pessoas às reuniões de "poder", aos congressos de "fogo", às campanhas e vigílias de “unção” destes famigerados estelionatários da fé, lobos adornados com as rústicas peles de um cordeiro?

O quê os mantêm deslumbrados com tais líderes cegos mesmo após suas excrescências lhe mancharem a fronte e suas vestes se rasgarem?

Alguns fatores podem explicar o porquê e gostaria de compartilhá-los com você (mesmo que você os conteste ou os ignore).

1. A frouxidão moral do brasileiro médio

Mas em Teu nome curamos enfermos e expulsamos demônios...

Afastai-vos de mim pois não vos conheço!

Sérgio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil divaga sobre este aspecto de nossa personalidade nacional nos termos do homem cordial. Ele chega a dizer que “a uma religiosidade de superfície, menos atenta ao sentido íntimo das cerimônias que ao colorido e à pompa exterior, quase carnal em seu apego ao concreto e em sua rancorosa incompreensão de toda verdadeira espiritualidade; transigente, por isso mesmo que pronta a acordos, ninguém pediria, certamente, que se elevasse a produzir qualquer moral social poderosa.” (grifo meu)

Este aspecto produz nossos ”rouba mas faz” e conseqüentemente o “evangelho do rouba mas faz”, o evangelho da moral frouxa em que líderes pecaminosos (ainda que haja uma rigidez moral em relação a desvios sexuais como adultérios) permanecem amados e respeitados no seio das igrejas.

Ele desvia dinheiro da igreja? Duvido! Deus faz milagres através dele...Ele tem carros importados na garagem às custas das nossas ofertas? Digno é o obreiro do seu salário...É o dom da prosperidade sobre ele pois nós somos cabeça e não cauda (ainda que quem esteja proferindo palavras como essa ainda ande a pé...).

2. A tendência natural de todo ser humano ao caminho mais fácil

O caminho largo conduz à perdição. O caminho estreito é o que conduz à salvação.

Em qualquer nação, era ou civilização, demonstrado está que o espírito do homem o conduz ao conforto próprio. Parece-me expressar uma tendência natural de auto-sobrevivência que nos impele àquilo que parece mais simples e que exija menos esforço. Nos últimos dias comecei a refletir sobre este aspecto de nossa natureza dentro da igreja, ao vislumbrar um caso que me parece muito sintomático e que tem assolado à Igreja brasileira (neste caso, até internacional).

Um senhor ao final da reunião procurou pelo pastor para relatar de sua dor e sofrimento em relação à doença de sua filha (crônica e humanamente incurável). Para nós pastores e líderes faz-se muito mais confortável fazer a oração da fé, determinar a cura, dizer ao pai que tome posse da benção e despedi-lo em paz. Ele precisa disso talvez mas ele precisa de muito mais. Nosso verdadeiro evangelho implica tomar sobre nós uma carga um pouco maior, uma cruz; implica caminhar ao lado daquele pai, chorar com ele, suportá-lo em sua dor, derramar azeite sobre suas feridas, bálsamo sobre seu corpo já inerte pela dor da filha. Viver um evangelho maniqueísta neste sentido (de um Deus neo-pentecostal que sempre cura ou de um Deus tradicional que nunca cura) é muito mais confortável e muito mais fácil. Relacionar-se com um Deus que não tem respostas imediatamente conclusivas neste caso é muito mais uma questão de fé e não somente da razão. Isto é cristianismo, o cristianismo do copo de água ao sedento, da oração na casa da viúva, do copo de vinho para Timóteo, da visita ao Paulo encarcerado e à beira da condenação, do choro ao lado de Jó.

3. A falta de Educação formal

Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.

Uma pesquisa realizada pela ONG Ação Educativa, em parceria com o Instituto Paulo Montenegro (ligado ao Ibope) indicou que apenas 25% dos brasileiros com mais de 15 anos têm pleno domínio das habilidades de leitura e de escrita. Isso quer dizer que 1 em cada 4 brasileiros consegue compreender totalmente as informações contidas em um texto e relacioná-las com outros dados.Segundo o levantamento, 38% dos brasileiros podem ser considerados analfabetos funcionais. Quando o estrato estudado é aquele em que as pessoas tinham apenas três anos de estudo, o percentual de analfabetos funcionais chega a 83%. Mesmo entre as pessoas com quatro a sete anos de estudo, pouco mais da metade atinge os níveis básico e pleno de habilidade de leitura e de escrita. Os demais também podem ser considerados analfabetos funcionais. (Fonte: Folha de S. Paulo).

Um povo cego que sempre se verá guiado por outros cegos. Neste dantesco inferno deixamo-nos guiar por quaisquer que sejam os Virgílios. Prosperam em nossa terra líderes...

Quer ler o restante do texto? Vá ao me u blog http://marcospaulosabia.blogspot.com
SÃo Paulo - SP
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