Palavra do leitor
- 22 de janeiro de 2019
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Raízes do pentecostalismo
Todos nascem numa família que lhes ensina costumes e valores. Costumo dizer que espiritualidade NADA tem a ver com RELIGIÃO. Os agnósticos e ateus também possuem espiritualidade. Em suma, espiritualidade é a maneira como cada um de nós age a fim de elevar-se e melhorar-se como pessoa. É por isto que TODOS possuem espiritualidade. Há várias formas de espiritualidade: espiritualidade afro, cristã, budista, hindu e até mesmo "espiritualidade" agnóstica ou ateísta (muito embora eu acredite que aquele que assim se considera, prefira falar em ética ao invés de espiritualidade). Cada um tenta melhorar e elevar-se segundo o modelo que recebeu ou que assumiu para si.
Quando eu era jovem, vivi numa comunidade pentecostal, numa época aonde os pentecostais estavam deixando de ser minoria e começando a crescer e ganhar respeitabilidade. O pentecostalismo de raiz remonta ao século 17 com os Quakers, liderados por George Fox na Inglaterra. Mais tarde emigrando para a Pensilvânia nos Estados Unidos, sob a liderança de William Penn.
Gente que fazia uma leitura literal da Bíblia e buscava uma vida simples e íntegra. Talvez seja por estes princípios que o dono da empresa "Aveia Quaker" colocou o velhinho quaker como símbolo da marca. O dono da empresa não era um quaker, apenas utilizou-se da boa fama dos quakers.
Por fazerem uma interpretação literal das Escrituras, sem utilizar os novos métodos hermenêuticos, ocorre que os cultos pentecostais são mais espontâneos e barulhentos, cheios da manifestação do Espírito.
Na comunidade à qual eu pertencia, principalmente nas menores, aprendi algumas coisas importantes e que carrego comigo:
Lá, qualquer um podia tomar a palavra e falar. Qualquer um podia orar, cantar ou pregar no altar. Então, eu vi gente menos instruída do que eu subir no altar (pessoas que as vezes mal sabiam ler). Falando e exortando com autoridade, muito embora nem sempre com uma boa interpretação de texto e ferramentas adequadas para tanto. Mas ali, com todas as faltas, eu observei que o pobre tinha o mesmo lugar que o rico, o excluído sentia-se parte de uma família maior, e o critério de respeitabilidade de uma pessoa não eram suas posses ou seus títulos, mas seu testemunho e boa conduta. Ali todos tratavam-se com equanimidade e sem fazer acepção de pessoas.
E este é um ponto a favor do pentecostalismo de raiz: senso de família e comunidade, considerar o menor como maior e acolher a todos com carinho.
Alguns pontos negativos são: a interpretação literal do texto bíblico e o sectarismo de algumas comunidades que optaram por isolar-se do "mundo".
***
" Ensina a criança no caminho em que deve andar, e mesmo quando for idoso não se desviará dele!" (Provérbios de Salomão, 22: 6).
*** Fim ***
* JOSÉ CHADAN é mestre e bacharel com licenciatura em filosofia. Também é licenciado em história. Escreveu obras como "Os Florins de Santa Úrsula" e "A Porta dos Fundos da Igreja", publicadas pela Fonte Editorial. Seus textos ajudam a (re)pensar temas da filosofia e do cristianismo.
** E-mail: zepchadan@outlook.com .
*** Facebook: https://www.facebook.com/jose.chadan.315 .
Quando eu era jovem, vivi numa comunidade pentecostal, numa época aonde os pentecostais estavam deixando de ser minoria e começando a crescer e ganhar respeitabilidade. O pentecostalismo de raiz remonta ao século 17 com os Quakers, liderados por George Fox na Inglaterra. Mais tarde emigrando para a Pensilvânia nos Estados Unidos, sob a liderança de William Penn.
Gente que fazia uma leitura literal da Bíblia e buscava uma vida simples e íntegra. Talvez seja por estes princípios que o dono da empresa "Aveia Quaker" colocou o velhinho quaker como símbolo da marca. O dono da empresa não era um quaker, apenas utilizou-se da boa fama dos quakers.
Por fazerem uma interpretação literal das Escrituras, sem utilizar os novos métodos hermenêuticos, ocorre que os cultos pentecostais são mais espontâneos e barulhentos, cheios da manifestação do Espírito.
Na comunidade à qual eu pertencia, principalmente nas menores, aprendi algumas coisas importantes e que carrego comigo:
Lá, qualquer um podia tomar a palavra e falar. Qualquer um podia orar, cantar ou pregar no altar. Então, eu vi gente menos instruída do que eu subir no altar (pessoas que as vezes mal sabiam ler). Falando e exortando com autoridade, muito embora nem sempre com uma boa interpretação de texto e ferramentas adequadas para tanto. Mas ali, com todas as faltas, eu observei que o pobre tinha o mesmo lugar que o rico, o excluído sentia-se parte de uma família maior, e o critério de respeitabilidade de uma pessoa não eram suas posses ou seus títulos, mas seu testemunho e boa conduta. Ali todos tratavam-se com equanimidade e sem fazer acepção de pessoas.
E este é um ponto a favor do pentecostalismo de raiz: senso de família e comunidade, considerar o menor como maior e acolher a todos com carinho.
Alguns pontos negativos são: a interpretação literal do texto bíblico e o sectarismo de algumas comunidades que optaram por isolar-se do "mundo".
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" Ensina a criança no caminho em que deve andar, e mesmo quando for idoso não se desviará dele!" (Provérbios de Salomão, 22: 6).
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* JOSÉ CHADAN é mestre e bacharel com licenciatura em filosofia. Também é licenciado em história. Escreveu obras como "Os Florins de Santa Úrsula" e "A Porta dos Fundos da Igreja", publicadas pela Fonte Editorial. Seus textos ajudam a (re)pensar temas da filosofia e do cristianismo.
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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