Quem tem telhado de vidro não atira pedra no do vizinho

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O ato de julgar é legítimo à luz das Escrituras, todavia eis a condição necessária para que isto ocorra: João 7:24 "Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça".

Até mesmo no âmbito social estamos sujeitos ao julgamento das autoridades constituídas (leiamos Romanos 13).

No âmbito Eclesiástico, não é menos verdade que Deus nos coloca debaixo de um padrão de sujeição disciplinar bíblico na Igreja. Deus constituiu líderes para este propósito também, com vistas à manutenção da unidade e da pureza do Corpo de Cristo, como tão bem se encontra revelado no Capítulo 5 da Primeira Epístola aos Coríntios (atentemos para este trecho: 1 Coríntios 5:12b "... Não julgais vós os que estão dentro ?").

Um conhecido Pastor certa vez escreveu: "Hipocrisia não é a presença do pecado, mas a ausência de honestidade".

A hipocrisia é um tipo de desonestidade religiosa e moral, de quem tenta impressionar apenas exteriormente ... Mateus 23:27b "... mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia".

É muito comum aos hipócritas, em sua dissimulação, serem impiedosos (sem misericórdia) com os "errantes" que ficam debaixo de seu escrutínio ou autoridade, basta lembrarmos daquela passagem bíblica em que uma mulher foi levada à presença de Jesus ao ser flagrada em ato de adultério. Ela, ainda com as "vestes sujas" do pecado cometido, recebeu de Jesus o perdão para todos os seus delitos, inclusive o do adultério. Por tabela, ficou isenta de ser apedrejada, já que as pedras que seriam arremessadas contra ela, permaneceram nas mãos daqueles que se achavam os "mauricinhos" da moralidade, os quais, quando confrontados pelo Senhor ("quem não tiver pecado, atire a primeira pedra), sairam um a um, a começar do mais velho.

Todo verdadeiro servo de Deus é consciente quanto à sua pecaminosidade latente, como afirmou certa vez o Apóstolo Paulo: Romanos 7:24 "Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte? 25a Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor".

Um olhar apurado nas Escrituras, porém, mostra o quanto o saudoso Apóstolo fora diligente e comprometido com a pureza espiritual pessoal e doutrinária. Mesmo em meio às suas fraquezas, ele era sustentado pelo poder de Deus, e um dia registrou: 2 Coríntios 11:2 "Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo. 7 Pequei, porventura, humilhando-me a mim mesmo, para que vós fôsseis exaltados, porque de graça vos anunciei o evangelho de Deus? 16 Outra vez digo: Ninguém me julgue ser insensato, ou então recebei-me como insensato, para que também me glorie um pouco. 29 Quem enfraquece, que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu me não abrase? 30 Se convém gloriar-me, gloriar-me-ei no que diz respeito à minha fraqueza. 31 O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que é eternamente bendito, sabe que não minto".

Em suma, todos nós temos "telhados de vidro". Aqui faço uso de outra metáfora para expressar a nossa pequenez e carência da graça de Deus: 2 Coríntios 4:7 "Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 10 Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também no nosso corpo".

Reitero, como disse também um estimado irmão em Cristo: "... de fato, todos temos teto de vidro, e assim, o julgamento que nos compete efetuar se dá sempre pelas vias da reta justiça (a inerrante e imutável Palavra de Deus)".

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Opinião do leitor