Palavra do leitor
- 16 de setembro de 2010
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Quem tem ouvidos ouça, o que os profetas pagãos dizem as Igrejas!
Qual é o evangélico que nunca se escandalizou com os crentes que ouvem as chamadas, músicas seculares, ou músicas do mundo? Eu era um desses crentes, e hoje minha cosmovisão esta mais apurada, devido a minha maturidade cristã. Lembro me que o pai de um amigo, me questionou por eu ter ido algumas vezes na Igreja
Caminho da Graça, onde o Caio Fábio é pastor, ele me fez a seguinte indagação:
-Você não sabe Robert, eles cantam música do mundo dentro da Igreja, Deus não pode estar nesse lugar...
Meio sem jeito, e com um tom de brincadeira, eu não descordei, para não gerar mais polemica, pois o pai do meu amigo sempre foi um homem sábio e temente a Deus.
O episodio citado por ele, foi quando o pr. Caio Fábio, se referiu à música Imagine, de Jon Lennon, quando o pr. afirmou que essa música continha verdades cristãs, ela foi cantada durante o culto.
Bem, não sou nenhuma autoridade eclesiástica e nem pretendo ser, para afirmar se o Caio Fábio, estava certo ou errado.
Vamos analisar o que a história nos fala a respeito desse assunto. Primeiro precisamos entender e conhecer o termo secular e sagrado, a bíblia nos relata sobre o profano e o santo, (Lv10:10, Ez 44:23) mas estes textos, entre outros do Antigo
Testamento, nada tem a ver com o termo secular e sagrado, os hebreus que ainda estavam em processo de formação de uma nação, necessitavam de ritos, e práticas peculiares de santificação, para que Deus se manifestasse naquela época, no caso da referencia de Levítico, podemos dizer que profano seria tudo aquilo que Deus não ordenara, e que se fosse praticado, sua sentença com certeza era a morte física,pois estavam debaixo da Lei, leia todo o capítulo de Levítico 10 e você entenderá melhor estas questões, creio que por isso, seja perigoso e arriscado eu me apropriar de textos isolados do Antigo testamento, como doutrina, sem conhecer seu contexto cultural e histórico, motivo esse que tem crescido no Brasil e no mundo tantas seitas e religiões heréticas, muitas que carregam o nome de Cristo, e que mais tarde nós cantamos suas músicas durante os cultos, crentes que estamos louvando a Deus.
O termo secular e sagrado vai ser difundido pela filosofia grega dos primeiros séculos, influenciada pelo gnosticismo, o que nós chamamos de “dicotomia grega”, a cosmovisão judaica, de onde se origina a nossa cosmovisão, judaica cristã, nunca separou o sagrado e o secular, ela nos ensina que tudo o que nós fazemos deve ser para o louvor da glória de Deus, (I Cor 10:31-Sl 139) porque nós fomos criados para isso, e o que passar disso, é onde está o pecado.
Ou seja, secularizar determinados setores de nossa vida é na verdade uma prática pagã. Mas o que isso tem a ver com música sacra e música secular?
O grande barato da criação, é que Deus não nos criou como seres idênticos, podemos perceber isso nas nossas digitais, na forma como andamos, na íris dos olhos, nossa voz, e é claro nosso DNA entre outras características, mas não são apenas nossas características físicas, mas, intelectuais e sentimentais que também nos tornam únicos.
Deus quando nos criou, colou um pouco de suas facetas, qualidades essas que são características do próprio Deus, mundanizar um dom ou um talento que o próprio Deus nos deu, pode ser o verdadeiro pecado, e não o que nós julgamos ser pecado, como por exemplo, julgar o que vem de Deus e o que vem do Diabo.
O que, é claro, não descarta o fato de muitos usarem os dons e talentos para o serviço do Capiroto, os traficantes do Rio de Janeiro que o digam, mas como diria C.S. Lewis:
“Eu não consigo conceber um Deus que me dá um cérebro, e não me permite usá-lo...”
Nós devemos, conhecer e avaliar o que podemos ou não tocar, ler ou ouvir, eu particularmente tenho ouvido tanta porcaria nas nossas igrejas, que às vezes eu saio de um culto muito pior do que eu entrei, são cantadas músicas que literalmente ofendem nossa inteligência, que rebaixam e zombam de Deus, sem falar das atrocidades teológicas que alguns cantores gospel, chamam de louvor, em recente pesquisa descobri que de acordo com a Associação Brasileira de Produtores de Discos (ABPD), quem lidera a vendagem de CDs no Brasil é o seguimento de Pop Rock, seguido pela musica Gospel, ou seja, musica evangélica no Brasil, é muito mais uma questão comercial do que espiritual. Quando o assunto é ganhar dinheiro, nós topamos qualquer parada, mesmo que a divindade do Deus que servimos esteja em jogo.
Como eu já havia dito em um outro artigo, eu não sou o Espírito Santo para dizer como se deve adorar, mas nós podemos e devemos avaliar o que nós cantamos, mas quem conhece o coração do homem é Deus, talvez seja essa a razão de não sermos consumidos.
Dizem também que a hora que os crentes mais mentem é na hora do louvor.
Sabemos que as escrituras são divinamente inspiradas, mas conhecer o que se canta seria legal para evitar certos constrangimentos.
O livro de Salmos, eram músicas cantadas por Davi e outros autores, assim como próprio povo de Israel, nos degraus do templo de Salomão, as inspirações desses autores não vinham de Deus para o homem através do Espírito, mas, do homem para Deus através do Espírito Santo, vou explicar melhor.
Seria correto eu dizer que o Salmos 137, o Canto do Exílio, é uma musica mundana, ou secular? Pois o autor sugere no final do texto que, feliz seria o homem que esmagasse as cabeças dos filhos dos babilônicos em uma pedra.
Mas é claro que não! Isso não muda o fato do texto ser divinamente inspirado, o problema está em mundanizar ou secularizar tudo, como eu já escrevi, temos que ter cuidado com o que ouvimos e cantamos seja evangélico ou não.
O livro de Cantares era permitido ser lido por um judeu após os 25 anos, por se tratar de um livro erótico. Entre os árabes, surgiu, numa certa época, o costume de recitar poemas eróticos (wasfs) diante do noivo e a noiva, pouco antes da cerimônia do casamento, é provável que este fato, tenha influenciado alguns teólogos da antiguidade a atribuírem ao “Cantares” significado similar. Por vezes apontado como antologia exaltando o amor físico, outras, como coletânea de cânticos nupciais.
As teorias são diversas, pois no próprio texto “nada” se lê que possa ajudar a desvendar esta questão.
Dentro da interpretação bíblica cristã, dos 3 primeiros séculos, a leitura alegórica deixou evidencias nos textos de Hipólito de Roma (165-235 d.C.), Atanásio de Alexandria, Jerônimo, Agostinho e Gregório, e teve o seu mais importante representante em Orígenes (185-254 d.C.). Esse tipo de leitura que também pode ser classificada como tipológica, identifica o noivo como Cristo, e a noiva como a Igreja.
As leituras alegóricas consistem então em mudar o eixo textual do desejo e da sexualidade para o eixo teológico da relação entre Deus e seu povo, através de atribuição de um significado aleatório ao texto.
Fazer uma alusão ao Noivo (Jesus Cristo) e a Noiva (Igreja), baseados no livro de Cantares, e não em referencias do Novo Testamento, podem significar voltar ao catolicismo primitivo, o que poucos sabem é que o maior defensor dessa teoria que foi Orígenes, baseado no texto de Mateus 19:12 se mutilou tornando-se eunuco, sexo não fazia parte de sua vida diária, apesar de ser uma prática comum entre alguns padres da época, ou pais da Igreja.
Por diversas vezes eu já ouvi trechos de Cantares de Salomão sendo entoado com uma interpretação erronia, uma igreja enorme em BH, que já lançou diversos CDs, e outros ministérios com o chamado louvor extravagante, ou louvor espontâneo, são mestres em fazer essa comparação.
É importante que você ouça o que te faz bem e principalmente o que o seu coração não te acusa como pecado. Conhecer quem esta cantando, e entender o que se esta cantando também ajuda, seja evangélico ou não.
Tenho ouvido testemunhos fantásticos, onde Deus falou profundamente com seus servos através de músicas não evangélicas, e sinceramente eu acredito nisso, não somente pelo fato, de ter ouvido isso da boca do famoso cantor evangélico João Alexandre, ou da minha amiga chilena Rocio, ela me afirmou que quando ouve Codplay, sente Deus falando com ela, mas, por já ter experimentado isso, além do mais, Deus é Deus, Ele pode falar da forma que bem entender e lhe agradar, se no passado Ele usou uma mula, o que o impediria de usar uma banda tosca de pagode ou forró?
Eu gosto de Rock, durante minha adolescência eu era do movimento: Rock na veia, pagodeiros na cadeia! Com o passar dos anos eu amadureci, e meio que respeito e às vezes até suporto em amor determinados rítimos, no meio cristão.
Eu não posso demonizar o dom e o talento que Deus deu para alguns, porque eu não curto funk, pagode ou sertanejo e axé. E por falar em dons e talentos, o que dizer da nossa conhecida MPB, ou os sambas e sertanejos de raiz, seria correto eu demonizar e afirmar que são letras e poesias vindas do Satanás, por não serem cristãs?
Demonizar traços culturais é pior ainda.
Vamos analisar pequenos trechos de algumas músicas que nós deveríamos estar ouvindo e meditando nas suas letras, ou se não, cantando-as.
Todas as vezes que eu vejo na TV a nossa “maravilhosa política” e os cristãos se isolando para não pecarem como eles, eu me lembro de Atos 4:19-20, e me lembro do Rapa cantando:
...a minha alma está armada e apontada para cara do sossego, a paz sem voz não é paz é medo...
Ou ainda quando eu vejo um filho rebelde, que traz vergonha e dor para os seus pais, eu me lembro de Êxodo 20:12 o 1º mandamento com promessa, e me lembro de como o Chorão que entre cuspes e palavrões, nos ensina a honrar nossos pais, com Charlie Braw Jr. Cantando:
...e graças a Deus eu não tive um pai assim, meu pai um grande homem, me ensinou como ser homem também, longe do velho eu passei fome, isso é passado amém. Mas eu tive quem sempre olhou por mim...
Em outra música ele canta:
...quem não respeita o pai, não respeita ninguém, porque um homem de verdade vai ser pai também, ame seu pai mesmo se ele for um porco capitalista...
Quando eu vejo pessoas trabalhando feito loucas para, sempre ter mais, pessoas que vivem dentro e fora das igrejas só buscando ter mais e mais grana, eu me lembro de Mateus 6:19-21, e acabo me lembrando da banda Natirruts que canta assim:
... Não te trago ouro, porque ele não entra no céu, e nenhuma riqueza deste mundo. Não te trago flores, porque elas secam e caem ao chão, te trago meus versos simples, mas que fiz de coração...
Quando vejo as pessoas buscando uma intimidade mais profunda com o Pai, que para mim é realmente a verdadeira prosperidade, eu me lembro de Jesus se achegando ao homem, como em Apocalipse 3:20, e acabo me lembrando do Skank cantado a musica Sutilmente:
...mas quando eu estiver morto, suplico que não me mate não, dentro de ti, dentro de ti. Mesmo que o mundo acabe, enfim, dentro de tudo que cabe em ti. Mesmo que o mundo acabe, enfim, dentro de tudo que cabe em ti...
Quando eu ouço e sinto esse Amor do Pai, e o vejo se manifestando e abençoando as pessoas, às vezes me vem na mente: Que Amor é esse citado em João 3:16? Aí eu acabo me lembrando do Cidade Negra cantando:
... Amor igual ao teu, eu nunca mais terei. Amor que eu nunca vi igual, que eu nunca mais verei.
Amor que não se pede. Amor que não se mede. Que não se repete (2x)
Bem, se este texto te escandaliza, quero te pedir perdão, e eu desejo sinceramente que Deus quebre a minha e a sua religiosidade, para que Ele fale conosco do jeito que o apraz.
Continua...
Caminho da Graça, onde o Caio Fábio é pastor, ele me fez a seguinte indagação:
-Você não sabe Robert, eles cantam música do mundo dentro da Igreja, Deus não pode estar nesse lugar...
Meio sem jeito, e com um tom de brincadeira, eu não descordei, para não gerar mais polemica, pois o pai do meu amigo sempre foi um homem sábio e temente a Deus.
O episodio citado por ele, foi quando o pr. Caio Fábio, se referiu à música Imagine, de Jon Lennon, quando o pr. afirmou que essa música continha verdades cristãs, ela foi cantada durante o culto.
Bem, não sou nenhuma autoridade eclesiástica e nem pretendo ser, para afirmar se o Caio Fábio, estava certo ou errado.
Vamos analisar o que a história nos fala a respeito desse assunto. Primeiro precisamos entender e conhecer o termo secular e sagrado, a bíblia nos relata sobre o profano e o santo, (Lv10:10, Ez 44:23) mas estes textos, entre outros do Antigo
Testamento, nada tem a ver com o termo secular e sagrado, os hebreus que ainda estavam em processo de formação de uma nação, necessitavam de ritos, e práticas peculiares de santificação, para que Deus se manifestasse naquela época, no caso da referencia de Levítico, podemos dizer que profano seria tudo aquilo que Deus não ordenara, e que se fosse praticado, sua sentença com certeza era a morte física,pois estavam debaixo da Lei, leia todo o capítulo de Levítico 10 e você entenderá melhor estas questões, creio que por isso, seja perigoso e arriscado eu me apropriar de textos isolados do Antigo testamento, como doutrina, sem conhecer seu contexto cultural e histórico, motivo esse que tem crescido no Brasil e no mundo tantas seitas e religiões heréticas, muitas que carregam o nome de Cristo, e que mais tarde nós cantamos suas músicas durante os cultos, crentes que estamos louvando a Deus.
O termo secular e sagrado vai ser difundido pela filosofia grega dos primeiros séculos, influenciada pelo gnosticismo, o que nós chamamos de “dicotomia grega”, a cosmovisão judaica, de onde se origina a nossa cosmovisão, judaica cristã, nunca separou o sagrado e o secular, ela nos ensina que tudo o que nós fazemos deve ser para o louvor da glória de Deus, (I Cor 10:31-Sl 139) porque nós fomos criados para isso, e o que passar disso, é onde está o pecado.
Ou seja, secularizar determinados setores de nossa vida é na verdade uma prática pagã. Mas o que isso tem a ver com música sacra e música secular?
O grande barato da criação, é que Deus não nos criou como seres idênticos, podemos perceber isso nas nossas digitais, na forma como andamos, na íris dos olhos, nossa voz, e é claro nosso DNA entre outras características, mas não são apenas nossas características físicas, mas, intelectuais e sentimentais que também nos tornam únicos.
Deus quando nos criou, colou um pouco de suas facetas, qualidades essas que são características do próprio Deus, mundanizar um dom ou um talento que o próprio Deus nos deu, pode ser o verdadeiro pecado, e não o que nós julgamos ser pecado, como por exemplo, julgar o que vem de Deus e o que vem do Diabo.
O que, é claro, não descarta o fato de muitos usarem os dons e talentos para o serviço do Capiroto, os traficantes do Rio de Janeiro que o digam, mas como diria C.S. Lewis:
“Eu não consigo conceber um Deus que me dá um cérebro, e não me permite usá-lo...”
Nós devemos, conhecer e avaliar o que podemos ou não tocar, ler ou ouvir, eu particularmente tenho ouvido tanta porcaria nas nossas igrejas, que às vezes eu saio de um culto muito pior do que eu entrei, são cantadas músicas que literalmente ofendem nossa inteligência, que rebaixam e zombam de Deus, sem falar das atrocidades teológicas que alguns cantores gospel, chamam de louvor, em recente pesquisa descobri que de acordo com a Associação Brasileira de Produtores de Discos (ABPD), quem lidera a vendagem de CDs no Brasil é o seguimento de Pop Rock, seguido pela musica Gospel, ou seja, musica evangélica no Brasil, é muito mais uma questão comercial do que espiritual. Quando o assunto é ganhar dinheiro, nós topamos qualquer parada, mesmo que a divindade do Deus que servimos esteja em jogo.
Como eu já havia dito em um outro artigo, eu não sou o Espírito Santo para dizer como se deve adorar, mas nós podemos e devemos avaliar o que nós cantamos, mas quem conhece o coração do homem é Deus, talvez seja essa a razão de não sermos consumidos.
Dizem também que a hora que os crentes mais mentem é na hora do louvor.
Sabemos que as escrituras são divinamente inspiradas, mas conhecer o que se canta seria legal para evitar certos constrangimentos.
O livro de Salmos, eram músicas cantadas por Davi e outros autores, assim como próprio povo de Israel, nos degraus do templo de Salomão, as inspirações desses autores não vinham de Deus para o homem através do Espírito, mas, do homem para Deus através do Espírito Santo, vou explicar melhor.
Seria correto eu dizer que o Salmos 137, o Canto do Exílio, é uma musica mundana, ou secular? Pois o autor sugere no final do texto que, feliz seria o homem que esmagasse as cabeças dos filhos dos babilônicos em uma pedra.
Mas é claro que não! Isso não muda o fato do texto ser divinamente inspirado, o problema está em mundanizar ou secularizar tudo, como eu já escrevi, temos que ter cuidado com o que ouvimos e cantamos seja evangélico ou não.
O livro de Cantares era permitido ser lido por um judeu após os 25 anos, por se tratar de um livro erótico. Entre os árabes, surgiu, numa certa época, o costume de recitar poemas eróticos (wasfs) diante do noivo e a noiva, pouco antes da cerimônia do casamento, é provável que este fato, tenha influenciado alguns teólogos da antiguidade a atribuírem ao “Cantares” significado similar. Por vezes apontado como antologia exaltando o amor físico, outras, como coletânea de cânticos nupciais.
As teorias são diversas, pois no próprio texto “nada” se lê que possa ajudar a desvendar esta questão.
Dentro da interpretação bíblica cristã, dos 3 primeiros séculos, a leitura alegórica deixou evidencias nos textos de Hipólito de Roma (165-235 d.C.), Atanásio de Alexandria, Jerônimo, Agostinho e Gregório, e teve o seu mais importante representante em Orígenes (185-254 d.C.). Esse tipo de leitura que também pode ser classificada como tipológica, identifica o noivo como Cristo, e a noiva como a Igreja.
As leituras alegóricas consistem então em mudar o eixo textual do desejo e da sexualidade para o eixo teológico da relação entre Deus e seu povo, através de atribuição de um significado aleatório ao texto.
Fazer uma alusão ao Noivo (Jesus Cristo) e a Noiva (Igreja), baseados no livro de Cantares, e não em referencias do Novo Testamento, podem significar voltar ao catolicismo primitivo, o que poucos sabem é que o maior defensor dessa teoria que foi Orígenes, baseado no texto de Mateus 19:12 se mutilou tornando-se eunuco, sexo não fazia parte de sua vida diária, apesar de ser uma prática comum entre alguns padres da época, ou pais da Igreja.
Por diversas vezes eu já ouvi trechos de Cantares de Salomão sendo entoado com uma interpretação erronia, uma igreja enorme em BH, que já lançou diversos CDs, e outros ministérios com o chamado louvor extravagante, ou louvor espontâneo, são mestres em fazer essa comparação.
É importante que você ouça o que te faz bem e principalmente o que o seu coração não te acusa como pecado. Conhecer quem esta cantando, e entender o que se esta cantando também ajuda, seja evangélico ou não.
Tenho ouvido testemunhos fantásticos, onde Deus falou profundamente com seus servos através de músicas não evangélicas, e sinceramente eu acredito nisso, não somente pelo fato, de ter ouvido isso da boca do famoso cantor evangélico João Alexandre, ou da minha amiga chilena Rocio, ela me afirmou que quando ouve Codplay, sente Deus falando com ela, mas, por já ter experimentado isso, além do mais, Deus é Deus, Ele pode falar da forma que bem entender e lhe agradar, se no passado Ele usou uma mula, o que o impediria de usar uma banda tosca de pagode ou forró?
Eu gosto de Rock, durante minha adolescência eu era do movimento: Rock na veia, pagodeiros na cadeia! Com o passar dos anos eu amadureci, e meio que respeito e às vezes até suporto em amor determinados rítimos, no meio cristão.
Eu não posso demonizar o dom e o talento que Deus deu para alguns, porque eu não curto funk, pagode ou sertanejo e axé. E por falar em dons e talentos, o que dizer da nossa conhecida MPB, ou os sambas e sertanejos de raiz, seria correto eu demonizar e afirmar que são letras e poesias vindas do Satanás, por não serem cristãs?
Demonizar traços culturais é pior ainda.
Vamos analisar pequenos trechos de algumas músicas que nós deveríamos estar ouvindo e meditando nas suas letras, ou se não, cantando-as.
Todas as vezes que eu vejo na TV a nossa “maravilhosa política” e os cristãos se isolando para não pecarem como eles, eu me lembro de Atos 4:19-20, e me lembro do Rapa cantando:
...a minha alma está armada e apontada para cara do sossego, a paz sem voz não é paz é medo...
Ou ainda quando eu vejo um filho rebelde, que traz vergonha e dor para os seus pais, eu me lembro de Êxodo 20:12 o 1º mandamento com promessa, e me lembro de como o Chorão que entre cuspes e palavrões, nos ensina a honrar nossos pais, com Charlie Braw Jr. Cantando:
...e graças a Deus eu não tive um pai assim, meu pai um grande homem, me ensinou como ser homem também, longe do velho eu passei fome, isso é passado amém. Mas eu tive quem sempre olhou por mim...
Em outra música ele canta:
...quem não respeita o pai, não respeita ninguém, porque um homem de verdade vai ser pai também, ame seu pai mesmo se ele for um porco capitalista...
Quando eu vejo pessoas trabalhando feito loucas para, sempre ter mais, pessoas que vivem dentro e fora das igrejas só buscando ter mais e mais grana, eu me lembro de Mateus 6:19-21, e acabo me lembrando da banda Natirruts que canta assim:
... Não te trago ouro, porque ele não entra no céu, e nenhuma riqueza deste mundo. Não te trago flores, porque elas secam e caem ao chão, te trago meus versos simples, mas que fiz de coração...
Quando vejo as pessoas buscando uma intimidade mais profunda com o Pai, que para mim é realmente a verdadeira prosperidade, eu me lembro de Jesus se achegando ao homem, como em Apocalipse 3:20, e acabo me lembrando do Skank cantado a musica Sutilmente:
...mas quando eu estiver morto, suplico que não me mate não, dentro de ti, dentro de ti. Mesmo que o mundo acabe, enfim, dentro de tudo que cabe em ti. Mesmo que o mundo acabe, enfim, dentro de tudo que cabe em ti...
Quando eu ouço e sinto esse Amor do Pai, e o vejo se manifestando e abençoando as pessoas, às vezes me vem na mente: Que Amor é esse citado em João 3:16? Aí eu acabo me lembrando do Cidade Negra cantando:
... Amor igual ao teu, eu nunca mais terei. Amor que eu nunca vi igual, que eu nunca mais verei.
Amor que não se pede. Amor que não se mede. Que não se repete (2x)
Bem, se este texto te escandaliza, quero te pedir perdão, e eu desejo sinceramente que Deus quebre a minha e a sua religiosidade, para que Ele fale conosco do jeito que o apraz.
Continua...
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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- 16 de setembro de 2010
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