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Palavra do leitor

Quem pecou?

Quem pecou?


‘’O sacrifício da Cruz demonstrou o quanto o ser humano tem uma importância central no ministério da reconciliação.’’


Na última quinta – feira, em 14 – 05 – 2015, enquanto aguardava o início de uma audiência trabalhista, comecei a conversar com a testemunha do meu cliente. De observar, de um diálogo mais voltado a orientar sobre a narrativa dos fatos, adentramos na situação ora vivenciada pela mesma.

Mais especificamente, por sua família, ao qual teve um irmão falecido, com 28 anos, e sua irmã, uma mãe de família, profissional promissora como contadora, com dois filhos e um esposo advogado, vitimada por um câncer nos ossos. Para tornar o cenário triste, os médicos, expressamente, a desenganaram. É bem verdade, realidades, como essa, acontecem todos os dias, nos mais variados lugares e atinge a todos; agora, a testemunha me confidenciou, quando levava sua irmã de volta, ouviu a seguinte pergunta:

- O por qual motivo tenho passado por tudo isso?

- Que mal eu fiz?

Sinceramente, respondi para aquela testemunha, diante de todo um histórico de perdas:

- Não tenho respostas!

Parti dessa experiência e comecei a ruminar sobre o quanto somos peritos em estabelecer respostas ou justificativas para contextos que rompem com nossa capacidade de intervir e mudar rumos. Sem sombra de dúvida, isso me levou as perguntas dos discípulos ao Jesus, com relação ao estado de cegueira de um homem:

- Quem pecou?

Quantas vezes, tentamos lançar nossas redes no oceano de nossas respostas para determinadas situações? Em tal momento, as maldições hereditárias saltam como pipocas do óleo quente ou haver a vontade divina ou algo a ser vivido pela pessoa ou sei lá mais o que.

Estranhamente, Jesus não fala se foi o pai, ou a mãe e outras opções. De certo, ao abrir as páginas da história, o por qual motivo de calamidades, de catástrofes, de caos, pra lá e cá, aqui neste oikos? Será tudo uma permissividade divina ou a interferência de falanges demoníacas na história e trans – história?

Agora, caso assim fosse, qual o sentido da Graça do Ressurrecto, uma vez que venho com o propósito de reconciliar e restaurar o homem com seu próximo, com a vida e consigo mesmo?

Ora, na época de Jesus, conforme relatado nos evangelhos, os judeus deixaram de serem assolados por Roma? Os abismos entre ricos e pobres acabaram? As expectativas de um Messias, como precursor de uma revolução beligerante zelotista se confirmou?

Não por menos, após o tudo está consumado, houve um arrependimento das lideranças politico – religiosas, por terem forjado a sentença de Jesus?

Quantas vezes, encontramo – nos num labirinto, diante de momentos de rupturas, de perdas não esperadas, de decepções acarretadas por pessoas que fomos solícitos, de um estado de vangloria dos hipócritas, dos corruptos, dos defraudadores, dos oportunistas e parece tudo permanece intacto?

As vezes, não dá vontade de chutar o balde, adotar um estilo mais relativista?

Afinal de contas, quem pecou para pessoas serem ceifadas por terremotos, por guerras, por epidemias, por fome, por miséria, por violência? A grosso modo, filio – me a postura de Jesus, porque não se ateve e muito se entreteceu aos fios obscuros dessa questão.

Opostamente, parou, desceu do cavalo, recolheu o convalido na estrada, levou para um lugar seguro e amparou toda sua recuperação. Deveras, olhou para os leprosos, com a dimensão de um futuro de recomeços, de um passado sem os grilhões da culpa e um presente livre da condenação.

Eis o episódio da mulher adúltera, da mulher samaritana, da mulher sírio fenícia, do centurião romano, do denominado traidor do povo (zaqueu) e entre outros.

Vale dizer, não há de Jesus a pergunta - ‘’quem pecou’’, mas sim vá e ,por que não dizer, aprenda a ser feliz, sem incorrer na desumanização, por causa das aceitações passageiras.

Ultimamente, deparamo - nos com um evangelho mais assemelhado a uma pletora de abordagens no que toca a demonstrar os motivos de malogros e mazelas; indiscutivelmente, creio, piamente, no evangelho munido de uma cura do ser, da existência e não se limita a trazer benefícios para o eu, vai além, alcança a todo ser humano.

Não nego, essas palavras soam como um palavrório inútil, a partir do momento que estamos diante de uma realidade permeada e submetida ao caudilho ditatorial do individualismo, do relativismo, do descartamento do próximo, da redução da vida a um hedonismo barateado e doentio, da ética das prateleiras (ou seja, porto – me como um objeto no mercado de interesses).

Então, quem pecou, será essa a nossa maneira de enfrentarmos as tensões da vida, com suas vicissitudes ou ir ao chamado de Cristo para chorar com os que choram fazer o bem a todos, participar da restauração e reconcilição de vidas?
São Paulo - SP
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