Palavra do leitor
- 01 de setembro de 2010
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Quem não quer um gadareno por perto?
"...saindo da cidade veio ao seu encontro, um homem que, desde muito tempo, estava possesso de demônios..."
Essa é a história de um homem sem nome e sem identidade. A Bíblia não relata quem é ele, e ainda silencia sobre a sua família e origens.
É a saga de um homem marginal e violento, que provocava medo e repulsa.
Porém, mais do que tudo, o endemoninhado gadareno, como é conhecido, era o arquétipo do que não se deve ser. Ele era o avesso, o contra, o anti. Representava a transgressão de todo padrão de moralidade, a quebra das leis da respeitabilidade. Era a encarnação de um elemento que a sociedade não quer ter em seu seio.
Será isso mesmo?
Tenho lá minhas dúvidas se as coisas são mesmo dessa maneira. A reação das pessoas ao verem o que Jesus fez ao libertar aquele homem daquele sofrimento me faz refletir sobre nossas relações sociais.
Qualquer pessoa que saia de um estado de absoluto descontrole como o que estava aquele homem, que oferecia risco tanto à sua própria integridade física quanto a dos outros, que não podia ser contido por ninguém, nem por cadeias de ferro, que cultivava hábitos nefastos como morar em cemitérios e andar nu e se torna um homem são, lúcido, limpo, de roupas novas e recobra seu perfeito juízo, mereceria de nós, no mínimo, uma alegria aliviosa, como quem diz: UFA, NOSSOS PROBLEMAS ACABARAM, ESTAMOS EM PAZ, Ou quem sabe: QUE BOM VER ESSE HOMEM RECUPERADO.
Mas não!!! A sociedade da época, preferiu pedir a Jesus que se retirasse daquele lugar ao invés de serem gratos e festejar.
Já me encafifei demais a respeito dessa postura e hoje penso que a reação de tais pessoas é na verdade uma confissão de um mal social que eu chamo de GADARENIZAÇÃO DO OUTRO.
O que é isso? É quando eu estabeleço, a partir de mim, os parâmetros de aceitabilidade, daquilo que deve ser seguido, do padrão de normalidade a ser buscado. E então, para afirmar esse padrão eu preciso criar uma antítese a ele. Logo, eu “gadarenizo” o outro.
Eu preciso da figura simbólica do gadareno porque ele estabelece o referencial do que não é aceitável, e então, eu que não me assemelho a ele, passo a ser o desejável.
É como se eu dissesse: Tá vendo aquele lá? Aquele é o exemplo a não ser seguido. E porque isso?
Porque, sem um gadareno para canalizar todos os males e culpas, ficamos nós todos nivelados igualmente, não havendo mais os que são melhores ou piores.
A eliminação da figura do gadareno é uma ameaça aos que não querem ser vistos como suscetíveis ao erro, ao equívoco. Toca na ferida dos inculpáveis, dos que não falham e que se pretendem acima e/ou moralmente melhores que os outros, ou seja, todos nós quando subservientes à nossa natureza caída.
Acabar com o gadareno é assumir que não há, fora de Jesus, padrão de normalidade e ou aceitabilidade. Todos nós, sem exceção de qualquer gênero ou natureza, temos nossas feiúras e descaminhos.
Podemos não morar em sepulcros, mas muitos há que carregam no coração e na mente, o fedor e a verminose de um cadáver.
Talvez não andemos nus, mas cultivamos um caráter igualmente chocante e assustador ante Aquele cujos olhos são como chamas de fogo.
São omissões perversas, exclusões mesquinhas, rotulações covardes, maledicências ingratas, acusações precipitadas, antipatias gratuitas, predileções infundadas...
Nosso egoísmo é fático e real. Revidamos quando feridos, agredimos quando pressionados, no íntimo do coração, por vezes, nos alegramos quando opositores se dão mal.
Somos vaidosos e queremos reconhecimento por mais que digamos o contrário.
Morremos de pena de nós mesmos quando injustiçados
Eliminar a figura do gadareno implica em reconhecer que todos igualmente, não fora a graça preciosa de Jesus teríamos, por mérito, o mesmo destino que satanás e seus anjos.
Afinal, não entre nós um bonzinho sequer, ninguém escapa, absolutamente ninguém.
Ao invés de apontarmos dizendo: lá vai um gadareno! Deveríamos clamar a Deus: Tem misericórdia de mim Oh Deus, porque sou pecador!!!
“... porque todos pecaram e carecem da Glória de Deus”
Essa é a história de um homem sem nome e sem identidade. A Bíblia não relata quem é ele, e ainda silencia sobre a sua família e origens.
É a saga de um homem marginal e violento, que provocava medo e repulsa.
Porém, mais do que tudo, o endemoninhado gadareno, como é conhecido, era o arquétipo do que não se deve ser. Ele era o avesso, o contra, o anti. Representava a transgressão de todo padrão de moralidade, a quebra das leis da respeitabilidade. Era a encarnação de um elemento que a sociedade não quer ter em seu seio.
Será isso mesmo?
Tenho lá minhas dúvidas se as coisas são mesmo dessa maneira. A reação das pessoas ao verem o que Jesus fez ao libertar aquele homem daquele sofrimento me faz refletir sobre nossas relações sociais.
Qualquer pessoa que saia de um estado de absoluto descontrole como o que estava aquele homem, que oferecia risco tanto à sua própria integridade física quanto a dos outros, que não podia ser contido por ninguém, nem por cadeias de ferro, que cultivava hábitos nefastos como morar em cemitérios e andar nu e se torna um homem são, lúcido, limpo, de roupas novas e recobra seu perfeito juízo, mereceria de nós, no mínimo, uma alegria aliviosa, como quem diz: UFA, NOSSOS PROBLEMAS ACABARAM, ESTAMOS EM PAZ, Ou quem sabe: QUE BOM VER ESSE HOMEM RECUPERADO.
Mas não!!! A sociedade da época, preferiu pedir a Jesus que se retirasse daquele lugar ao invés de serem gratos e festejar.
Já me encafifei demais a respeito dessa postura e hoje penso que a reação de tais pessoas é na verdade uma confissão de um mal social que eu chamo de GADARENIZAÇÃO DO OUTRO.
O que é isso? É quando eu estabeleço, a partir de mim, os parâmetros de aceitabilidade, daquilo que deve ser seguido, do padrão de normalidade a ser buscado. E então, para afirmar esse padrão eu preciso criar uma antítese a ele. Logo, eu “gadarenizo” o outro.
Eu preciso da figura simbólica do gadareno porque ele estabelece o referencial do que não é aceitável, e então, eu que não me assemelho a ele, passo a ser o desejável.
É como se eu dissesse: Tá vendo aquele lá? Aquele é o exemplo a não ser seguido. E porque isso?
Porque, sem um gadareno para canalizar todos os males e culpas, ficamos nós todos nivelados igualmente, não havendo mais os que são melhores ou piores.
A eliminação da figura do gadareno é uma ameaça aos que não querem ser vistos como suscetíveis ao erro, ao equívoco. Toca na ferida dos inculpáveis, dos que não falham e que se pretendem acima e/ou moralmente melhores que os outros, ou seja, todos nós quando subservientes à nossa natureza caída.
Acabar com o gadareno é assumir que não há, fora de Jesus, padrão de normalidade e ou aceitabilidade. Todos nós, sem exceção de qualquer gênero ou natureza, temos nossas feiúras e descaminhos.
Podemos não morar em sepulcros, mas muitos há que carregam no coração e na mente, o fedor e a verminose de um cadáver.
Talvez não andemos nus, mas cultivamos um caráter igualmente chocante e assustador ante Aquele cujos olhos são como chamas de fogo.
São omissões perversas, exclusões mesquinhas, rotulações covardes, maledicências ingratas, acusações precipitadas, antipatias gratuitas, predileções infundadas...
Nosso egoísmo é fático e real. Revidamos quando feridos, agredimos quando pressionados, no íntimo do coração, por vezes, nos alegramos quando opositores se dão mal.
Somos vaidosos e queremos reconhecimento por mais que digamos o contrário.
Morremos de pena de nós mesmos quando injustiçados
Eliminar a figura do gadareno implica em reconhecer que todos igualmente, não fora a graça preciosa de Jesus teríamos, por mérito, o mesmo destino que satanás e seus anjos.
Afinal, não entre nós um bonzinho sequer, ninguém escapa, absolutamente ninguém.
Ao invés de apontarmos dizendo: lá vai um gadareno! Deveríamos clamar a Deus: Tem misericórdia de mim Oh Deus, porque sou pecador!!!
“... porque todos pecaram e carecem da Glória de Deus”
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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