Palavra do leitor
17 de novembro de 2018
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Quando tudo parece uma perda
Quando tudo parece uma perda
‘’Se me perguntassem, há algum antídoto para depressão, para esse estado de raiva de si mesmo, diria:
- Não, mas podemos ajudar, quem se encontra nessa situação, com abraço, com ouvir e com silenciar – se’’.
Se a vida nos trouxesse, somente, satisfações, boas coisas, o preencher de todas nossas expectativas e necessidades, com certeza, nem sequer estaria, aqui, para escrever essas desalinhadas palavras. É bem verdade, evito ir a direção de um discurso depreciativo, como se nada, durante nossa trajetória, pudesse nos proporcionar momentos de êxtases, de felicidade, de vivacidade. Agora, sejamos sinceros e sérios, estamos sujeitos a olhar, para tudo ao nosso redor, e sentir aquele gosto amargo nos lábios, a escuridão do quarto se apresenta como a mais convidativa resposta, a solidão, o mais adequado companheiro.
Eis, então, uma das multifaces da depressão, posso dizer, dessa raiva de si mesmo, desse peso, porque fui o elemento causador e desencadeador ou o palco de toda a culpa e condenação. Aliás, dentro de uma cultura dos bem sucedidos, dos aprovados, dos adaptáveis, dos ideais, a situação ganha expressivo impacto. Ora, em meio a esse caudilho ditatorial de uma realidade perfeita, do culto a resiliência, de desbravadores, de exemplos de fé, tratamos um depressivo semelhante a um leproso. Infelizmente, incorremos na ilusão de que tudo, lá no fundo, terá um final feliz, legal, de os bons lembrados e reconhecidos e numa providência divina para tudo. Vou adiante, as cartilhas de curas, de justificativas, de alternativas voltados a, simplesmente, soterrar, ao invés de encararmos a situação com abraço, com ouvir e com silenciar – se e, ao lado, não lançar teorias conspiratórias (as denominadas maldições hereditárias, o castigo vindo lá do alto e outras desculpas, com a intenção de encontrar algum sentido, quando nem sempre há). Em direção oposta, deveríamos permitir o fluir de tudo aquilo, ao qual aflige a pessoa enredada pela depressão, mesmo que seja na linguagem das lágrimas e nada mais.
Indo ao encontro entre Jesus e Pedro, descrito no texto de João 21. 15 a 18, percebe – se o resgaste do olhar envergado pela perda de significado, o semblante marcado pelo – ‘’o que vão pensar? ’’. De observar, o que vão pensar, por causa de perdas, de falências, de vazios, de abandonos, quando se faz ou faria benéfico, efetuar o caminho em prol de uma Graça que, senta, ao nosso lado, não para tampar o sol com a peneira, nem apagar as luzes da alma e, assim, não ver as cicatrizes, os medos, os receios, as incertezas, as inquietações. Sem sombra de dúvida, Pedro teve a oportunidade de se refazer, de voltar a se olhar, no espelho da vida, como ser humano, com coração, com história, com afeto e chegar a conclusão sobre a importância de sua existência e mortalidade. Por fim, nos enredos da vida, talvez, não obteremos respostas para tudo, entretanto, há a possibilidade de darmos saltos, sem nos envergonharmos de cenários quebrados e permitirmos sermos inundados por essa esperança, a qual nos faz ir adiante e isto não tem nada a ver, com o que fomos e ou não.
‘’Se me perguntassem, há algum antídoto para depressão, para esse estado de raiva de si mesmo, diria:
- Não, mas podemos ajudar, quem se encontra nessa situação, com abraço, com ouvir e com silenciar – se’’.
Se a vida nos trouxesse, somente, satisfações, boas coisas, o preencher de todas nossas expectativas e necessidades, com certeza, nem sequer estaria, aqui, para escrever essas desalinhadas palavras. É bem verdade, evito ir a direção de um discurso depreciativo, como se nada, durante nossa trajetória, pudesse nos proporcionar momentos de êxtases, de felicidade, de vivacidade. Agora, sejamos sinceros e sérios, estamos sujeitos a olhar, para tudo ao nosso redor, e sentir aquele gosto amargo nos lábios, a escuridão do quarto se apresenta como a mais convidativa resposta, a solidão, o mais adequado companheiro.
Eis, então, uma das multifaces da depressão, posso dizer, dessa raiva de si mesmo, desse peso, porque fui o elemento causador e desencadeador ou o palco de toda a culpa e condenação. Aliás, dentro de uma cultura dos bem sucedidos, dos aprovados, dos adaptáveis, dos ideais, a situação ganha expressivo impacto. Ora, em meio a esse caudilho ditatorial de uma realidade perfeita, do culto a resiliência, de desbravadores, de exemplos de fé, tratamos um depressivo semelhante a um leproso. Infelizmente, incorremos na ilusão de que tudo, lá no fundo, terá um final feliz, legal, de os bons lembrados e reconhecidos e numa providência divina para tudo. Vou adiante, as cartilhas de curas, de justificativas, de alternativas voltados a, simplesmente, soterrar, ao invés de encararmos a situação com abraço, com ouvir e com silenciar – se e, ao lado, não lançar teorias conspiratórias (as denominadas maldições hereditárias, o castigo vindo lá do alto e outras desculpas, com a intenção de encontrar algum sentido, quando nem sempre há). Em direção oposta, deveríamos permitir o fluir de tudo aquilo, ao qual aflige a pessoa enredada pela depressão, mesmo que seja na linguagem das lágrimas e nada mais.
Indo ao encontro entre Jesus e Pedro, descrito no texto de João 21. 15 a 18, percebe – se o resgaste do olhar envergado pela perda de significado, o semblante marcado pelo – ‘’o que vão pensar? ’’. De observar, o que vão pensar, por causa de perdas, de falências, de vazios, de abandonos, quando se faz ou faria benéfico, efetuar o caminho em prol de uma Graça que, senta, ao nosso lado, não para tampar o sol com a peneira, nem apagar as luzes da alma e, assim, não ver as cicatrizes, os medos, os receios, as incertezas, as inquietações. Sem sombra de dúvida, Pedro teve a oportunidade de se refazer, de voltar a se olhar, no espelho da vida, como ser humano, com coração, com história, com afeto e chegar a conclusão sobre a importância de sua existência e mortalidade. Por fim, nos enredos da vida, talvez, não obteremos respostas para tudo, entretanto, há a possibilidade de darmos saltos, sem nos envergonharmos de cenários quebrados e permitirmos sermos inundados por essa esperança, a qual nos faz ir adiante e isto não tem nada a ver, com o que fomos e ou não.
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