Palavra do leitor
- 31 de janeiro de 2018
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Quando tudo parece uma perda
As conversas com determinadas pessoas tem me levado a sensação de um discurso de tudo ser uma perda, como se nada tivesse adiantado, todos os esforços não passaram de uma bobagem. São pessoas marcadas por uma entrega a família, ao cônjuge, ao trabalho, a tantas situações e, diante do espelho da vida, bate um aperto na alma, de nada oferecer sentido, valor e, em suma, não vivido, arriscado, ousado, experimentado, caminhado por transformações significativas.
Sem hesitar, olham para si mesmos, com uma violência interna, ao qual, em muitos desagua na depressão e se lançam numa tentativa de exigências, numa forma de compensação. Aliás, como isso atinge de cheio as mulheres e não há como negar tal constatação, porque não receberam nada em troca e terminaram esquecidas, abandonadas. Isto sem falar naqueles que buscaram o sucesso, participar dos desafios de uma cultura de exponencial e destinado aos vencedores, mas, mesmo assim, mesmo após terem chegado lá, tudo parece frágil, o futuro vulnerável, há uma alegria anêmica.
Eis uma das marcas mais expressivas de nossa sociedade de conexões, de interligações, de tempo real, de tudo voltado ao imediato, quando perceber a de que não cuidaram de si mesmas, de caminhar pela vida e correr os riscos de viver de verdade, não se ocupar tanto com as cartilha da perfeição, de não errar, de deixar de se recalcar para espelhar aquilo que não é. Vou adiante, um dos maiores conflitos e confrontos do homem pós – moderno, diante de uma realidade movida pelo ter, pela segurança, por evitar, a todo e qualquer custo, as alterações, sair um pouco desse jogo de cartas marcadas.
Em meio a essas abordagens, vou ao texto de Marco 5. 24 – 34 e folheio a história da mulher com fluxo hemorrágico e sua vida pode ser tratada como uma analogia de que todos seus esforços e empenhos, dedicações e lutas não passavam de uma perda. Afinal de contas, correu, pra lá e cá, com o resultado de uma existência sem gozo, sem vivacidade, sem prazer, sem deleite, sem ousa, sem arriscar, sem sonhar, sem sair das gavetas. Vou adiante, o símbolo da hemorragia de sangue retrata a vida indo e sem volta, com todas as intervenções para atenuar isso, mas sem nenhum resultado satisfatório.
O episódio de Marcos mostra a mulher, então, numa decisão sempre precedente, ou seja, de que também merecia algo, de que podia, por qual motivo não, dar um salto e ir até Jesus, até porque já havia perdido muito, em sua trajetória. Em outras palavras, aquela mulher passa a experimentar a verdade de ser também foco de ser recebida, de ser abraçada, de ser ouvida, de ser percebida, de ser acolhida, de ser amada, de ser tratada com individualidade, uma biografia toda sua e Jesus demonstra, quando ao ser tocado, para, olha para a mulher, a vê em singularidade e particularidade, conforme está no versículo 34.
O interessante de, após as palavras proferidas por Jesus, se vale da expressão para seguir seu caminho com a postura de paz, agora, na tradução para o grego, há o significado de entre na paz.
Presumidamente, entre e caminhe pelas vias da reconciliação e do refazer, consigo mesmo, muito embora o ocorrido, o passado, o consumado não será mais mudado e, damos mais uma pincelada, mergulhe nessa gana pela vida, banhe – se com esse desejo de não se considerar dependente, mas interdependente com o outro, porque você pode olhar para sua face e não se envergonhar, não resumir tudo a perdas, com a condição de se aceitar, como é, e aceitar o carinho, a atenção, a importância, o cuidado de outros.
Sem hesitar, olham para si mesmos, com uma violência interna, ao qual, em muitos desagua na depressão e se lançam numa tentativa de exigências, numa forma de compensação. Aliás, como isso atinge de cheio as mulheres e não há como negar tal constatação, porque não receberam nada em troca e terminaram esquecidas, abandonadas. Isto sem falar naqueles que buscaram o sucesso, participar dos desafios de uma cultura de exponencial e destinado aos vencedores, mas, mesmo assim, mesmo após terem chegado lá, tudo parece frágil, o futuro vulnerável, há uma alegria anêmica.
Eis uma das marcas mais expressivas de nossa sociedade de conexões, de interligações, de tempo real, de tudo voltado ao imediato, quando perceber a de que não cuidaram de si mesmas, de caminhar pela vida e correr os riscos de viver de verdade, não se ocupar tanto com as cartilha da perfeição, de não errar, de deixar de se recalcar para espelhar aquilo que não é. Vou adiante, um dos maiores conflitos e confrontos do homem pós – moderno, diante de uma realidade movida pelo ter, pela segurança, por evitar, a todo e qualquer custo, as alterações, sair um pouco desse jogo de cartas marcadas.
Em meio a essas abordagens, vou ao texto de Marco 5. 24 – 34 e folheio a história da mulher com fluxo hemorrágico e sua vida pode ser tratada como uma analogia de que todos seus esforços e empenhos, dedicações e lutas não passavam de uma perda. Afinal de contas, correu, pra lá e cá, com o resultado de uma existência sem gozo, sem vivacidade, sem prazer, sem deleite, sem ousa, sem arriscar, sem sonhar, sem sair das gavetas. Vou adiante, o símbolo da hemorragia de sangue retrata a vida indo e sem volta, com todas as intervenções para atenuar isso, mas sem nenhum resultado satisfatório.
O episódio de Marcos mostra a mulher, então, numa decisão sempre precedente, ou seja, de que também merecia algo, de que podia, por qual motivo não, dar um salto e ir até Jesus, até porque já havia perdido muito, em sua trajetória. Em outras palavras, aquela mulher passa a experimentar a verdade de ser também foco de ser recebida, de ser abraçada, de ser ouvida, de ser percebida, de ser acolhida, de ser amada, de ser tratada com individualidade, uma biografia toda sua e Jesus demonstra, quando ao ser tocado, para, olha para a mulher, a vê em singularidade e particularidade, conforme está no versículo 34.
O interessante de, após as palavras proferidas por Jesus, se vale da expressão para seguir seu caminho com a postura de paz, agora, na tradução para o grego, há o significado de entre na paz.
Presumidamente, entre e caminhe pelas vias da reconciliação e do refazer, consigo mesmo, muito embora o ocorrido, o passado, o consumado não será mais mudado e, damos mais uma pincelada, mergulhe nessa gana pela vida, banhe – se com esse desejo de não se considerar dependente, mas interdependente com o outro, porque você pode olhar para sua face e não se envergonhar, não resumir tudo a perdas, com a condição de se aceitar, como é, e aceitar o carinho, a atenção, a importância, o cuidado de outros.
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