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Palavra do leitor

Quando perdoar é demais?

‘’O perdão se dirige aos próximos e nãos aos distantes.’’

O perdão é divino? Para muito, o perdão é, sim e sim, divino. Ora, Jesus abordou sobre a importância de perdoar setenta vezes sete, não é mesmo? Agora, sejamos sinceros, falar de perdão, de quem está no lado de fora, sem vivenciar a situação, adquire contornos de extrema conveniência e facilidade ou não?

Sinceramente, lá no fundo, perdoar envolve levantar o tapete e remover aquela sensação de que fui o causador ou causadora. Então, embora me depare com relatos de pessoas alvos de atos perversos e desumanos, ao qual mesmo assim, declaram não guardarem nenhuma fagulha de remorso, de culpa, de por que ou para que.

Por ora, evito adentrar na veracidade dessas colocações e posturas, até em virtude de abrir o jogo, de não dispor de nenhuma condição e isso pouco me interessa, de determinar a extensão dessas afirmações. Deveras, perdoar de maneira alguma representa apagar tudo, mas sim estabelecer uma releitura, em favor de nós mesmos, para caminhar com leveza, com coragem, com destemor, com força e sem perder de vista de, em certos momentos, bater aquela pergunta sobre não poderia ter sido diferente?

Eis a situação descrito no livro de II Samuel 13. 11 – 14, com a história de Tamar, filha do Monarca Davi, pelo qual teve sua história rasurada profundamente, ao ser, categoricamente, estuprada por seu irmão Amnon. Atentemo – nos sobre as consequências e efeitos nos corredores de Tamar, de sua humanidade, de sua liberdade, de seu direito de escolha e resposta incinerados, devido a um desejo torpe de seu irmão.

Sem nenhuma intenção de polemizar em divagações, a bíblia não fala de um perdão, por parte de Tamar, deixa uma história sem prosseguir, como se tivesse terminado como uma figura proscrita, riscada do mapa, sem honra, sem mais nada a dizer. Afinal de contas, onde quero chegar?

Em poucas palavras, o perdão para determinadas pessoas pode ir além e muito além de suas condições, é demais, rompe e irrompe. Ora, diante disto, o que fazer? Se esperam um roteiro para isso, podem desistir, entretanto, há uma Graça que nos chama, com a intenção de abrandar, de retirar os espinhos, de deixar as lágrimas fluírem, de ajudar a redimensionar a vida.

Deve ser dito, se Deus ama a vida, o por qual motivo permitiu isso com Tamar e parece inerte com outros casos? O que dizer dos milhões de judeus incinerados, nas câmaras de gás, durante a segunda guerra mundial, apenas para começar? Sou honesto, ouso o risco e me filio aqueles que não recusaram as mãos estendidas de um Messias sem fronteiras de faces, de etnias, de credos, de categorias e divisões. Não paro por aqui, queria uma resposta, de lá de cima, sobre não seria melhor evitar tantas violências, como a de Tamar?

Deixo claro, em momento algum viro as costas para o perdão relatado, principalmente, por meio do Deus ser humano Jesus Cristo e, mesmo assim, não devemos respeitar os corroídos, os desmoronados, os esmagados pelas mais diversas situações da vida, ao qual exigir delas o perdão é demais? Em direção oposta, os textos de Eclesiastes 07.20, Romanos 03. 10 – 12 e Isaías 1.18 nos convidam, num toque existencialista, a saltar e se debruçar ao chamado de Jesus para o amparar e o levar a recomeçar.

Digo isso, porque somos especialistas em fazer as pessoas soterrarem todas as ofensas, numa espécie de perdão pra boi dormir, como conversa fiada, como lorota, balela, como uma libertação idílica ou irreal. E assim espelham uma superfície curada, resolvida, livre, mas, um pouco mais embaixo, traz, em si mesmo, um monturo de lixos emocionais que o contaminam e de quem está ao seu lado. Por fim, Jesus enfoca o vinde a mim todos aqueles que reconhecem ou não que o perdoar é exigir demais, porque, dessa maneira, tenham o toque do cuidado das boas novas.

Dou mais uma pincela, esse vinde suspende todas as exigências de fazer isso, aquilo e acolá, de, inafastavelmente, submergir nas águas curadoras da Graça sem pudor, sem entraves, sem compensações e sempre de braços abertos, de ouvidos inclinados e olhares dispostos a resgatarem faces.
São Paulo - SP
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