Palavra do leitor
- 21 de fevereiro de 2023
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Quando a igreja se torna instrumento de adoecimento pastoral
A Igreja de Jesus dentre suas múltiplas faces missionárias, deve ser uma comunidade terapêutica. A palavra terapêutico deriva de terapia, e terapia é uma palavrinha que vem do grego, que significa "prestar cuidados médicos, tratar". Dessa forma, a igreja deve ser por meio do ensino do evangelho, bem como pela expressão de amor, uma comunidade de tratamento, de cura na vida de pessoas adoecidas pelo pecado ou pelos muitos dilemas existenciais. Porém, as mais recentes pesquisas demonstram que a comunidade de fé pode, em virtude de sua falta de entendimento da dinâmica do ministério pastoral, aliado a falta de sensibilidade quando a humanidade deste, pode se tornar objeto de adoecimento emocional e físico do líder.
Diante desse dilema nos perguntamos: Quando a comunidade, pessoas que foram chamadas para amar e serem instrumentos de cura se tornam a causa ou o meio que potencializam males no corpo e na alma de seus líderes?
1 _ Quando apelam por Resultados. Os resultados sejam eles numéricos, estruturais ou qualitativos, não podem ser colocados na conta de uma única pessoa. Esse tipo de cobrança é cruel, desumana, adoecedora e injusta. Primeiro porque a obra pertence ao Deus Eterno responsável direto por tais bênçãos na comunidade de fé. Segundo porque não é o pastor, mas a Igreja unida e comprometida com a missão que no Poder do Espírito busca fazer a diferença no lugar que foram plantados.
2 _ Quando apelam por Performance. É quando há desejo e cobrança para que o pastor sempre execute suas atividades com maestria. Não há espaço para oscilações. Quando isso enraíza-se no coração da comunidade estabelece-se uma relação meramente utilitária. Se o apelo por performance da comunidade adoece seu pastor, também é verdade que quando o pastor se coloca numa posição de auto cobrança para ser "sempre bom" isso se torna igualmente ou ainda mais danoso.
3 _ Quando apelam por Habilidades Múltiplas. Um pastor nunca é só um pastor. Não se espera de um pastor que apenas pregue de forma bíblica a mensagem do Reino, espera-se mais. Não poucas vezes cobra-se certas aptidões que o "pobre" líder não as tem ou não desenvolveu. Um exemplo foi o que ocorreu na pandemia, onde pastores foram cobramos por parte da igreja por uma transmissão de alto nível, como se o pastor e sua equipe fossem verdadeiras agências de comunicação. Espera-se que um Pastor seja um bom conselheiro, um bom Juiz de paz, um bom assistente social, um bom coordenador de voluntários, gerente de eventos, administrador, professor, palestrante, escritor… Mais alguma coisa?
4 _ Quando apelam por Atenção. Acredito que esse tipo de apelo seja mais intenso em igrejas localizadas em cidades interioranas de menor população. Em muitos casos há uma compreensão equivocada de que o principal papel do pastor é oferecer atenção cuidadosa e permanente as suas ovelhas, contrariando o que ensina Atos 6.4. Quando essa manifestação de cuidado relaciona-se com um tempo difícil que alguém vivencia, é absolutamente justo que o pastor dedique-se a tal manifestação de cuidado, mas em muitos casos, esse apelo tem mais a ver com carências de atenção doentia e caprichos do que com necessidades reais.
5 _ Quando apelam por Assertividade. Quando esperamos que o pastor acerte sempre; Quando nos revoltamos com pequenos deslizes em relação ao trato; Quando não toleramos suas fragilidades emocionais ou equívocos de liderança, sem levar em consideração que estamos diante de um ser humano, então desumanizamos a figura do pastor e passamos esperar dele, aquilo que ele não tem e não pode oferecer – perfeição e assertividade permanente. É diante da ausência assertividade constante que surge um outro dilema do ministério pastoral – as injustas, duras e cruéis críticas, que não poucas vezes provocam indignação, tristeza e abatimento ao coração do líder. Certa feita um crente disse ao seu pastor: "As pessoas precisam entender que você é gente". As comunidades cristãs precisam urgentemente perceber e tratar seus líderes como gente e não como supercrentes infalíveis e dotados de super poderes.
Se as igrejas não desenvolverem uma visam mais lúcida da dinâmica do ministério pastoral, bem como um despertamento para com a humanidade de seu líder, serão elas responsáveis diretos pelas crises, esgotamento, doenças e desistência de seus líderes do ministério. As igrejas precisam resgatar uma relação mais bíblica e humana para seus pastores marcada pelo amor, compreensão, tolerância e misericórdia. Além disso, por uma liderança mais saudável, caberá também ao pastor buscar por meio da oração, descanso, terapia, lazer, prática de atividade física, boa alimentação, leitura e disciplinado, maior saúde para seu corpo e sua alma. Acredito dessa forma, em uma responsabilidade mútua: Igrejas com maior consciência na relação e no trato de seus lideres e pastores em sua individualidade buscado serem mais curados e sarados de alma.
Weslei Pinha
Diante desse dilema nos perguntamos: Quando a comunidade, pessoas que foram chamadas para amar e serem instrumentos de cura se tornam a causa ou o meio que potencializam males no corpo e na alma de seus líderes?
1 _ Quando apelam por Resultados. Os resultados sejam eles numéricos, estruturais ou qualitativos, não podem ser colocados na conta de uma única pessoa. Esse tipo de cobrança é cruel, desumana, adoecedora e injusta. Primeiro porque a obra pertence ao Deus Eterno responsável direto por tais bênçãos na comunidade de fé. Segundo porque não é o pastor, mas a Igreja unida e comprometida com a missão que no Poder do Espírito busca fazer a diferença no lugar que foram plantados.
2 _ Quando apelam por Performance. É quando há desejo e cobrança para que o pastor sempre execute suas atividades com maestria. Não há espaço para oscilações. Quando isso enraíza-se no coração da comunidade estabelece-se uma relação meramente utilitária. Se o apelo por performance da comunidade adoece seu pastor, também é verdade que quando o pastor se coloca numa posição de auto cobrança para ser "sempre bom" isso se torna igualmente ou ainda mais danoso.
3 _ Quando apelam por Habilidades Múltiplas. Um pastor nunca é só um pastor. Não se espera de um pastor que apenas pregue de forma bíblica a mensagem do Reino, espera-se mais. Não poucas vezes cobra-se certas aptidões que o "pobre" líder não as tem ou não desenvolveu. Um exemplo foi o que ocorreu na pandemia, onde pastores foram cobramos por parte da igreja por uma transmissão de alto nível, como se o pastor e sua equipe fossem verdadeiras agências de comunicação. Espera-se que um Pastor seja um bom conselheiro, um bom Juiz de paz, um bom assistente social, um bom coordenador de voluntários, gerente de eventos, administrador, professor, palestrante, escritor… Mais alguma coisa?
4 _ Quando apelam por Atenção. Acredito que esse tipo de apelo seja mais intenso em igrejas localizadas em cidades interioranas de menor população. Em muitos casos há uma compreensão equivocada de que o principal papel do pastor é oferecer atenção cuidadosa e permanente as suas ovelhas, contrariando o que ensina Atos 6.4. Quando essa manifestação de cuidado relaciona-se com um tempo difícil que alguém vivencia, é absolutamente justo que o pastor dedique-se a tal manifestação de cuidado, mas em muitos casos, esse apelo tem mais a ver com carências de atenção doentia e caprichos do que com necessidades reais.
5 _ Quando apelam por Assertividade. Quando esperamos que o pastor acerte sempre; Quando nos revoltamos com pequenos deslizes em relação ao trato; Quando não toleramos suas fragilidades emocionais ou equívocos de liderança, sem levar em consideração que estamos diante de um ser humano, então desumanizamos a figura do pastor e passamos esperar dele, aquilo que ele não tem e não pode oferecer – perfeição e assertividade permanente. É diante da ausência assertividade constante que surge um outro dilema do ministério pastoral – as injustas, duras e cruéis críticas, que não poucas vezes provocam indignação, tristeza e abatimento ao coração do líder. Certa feita um crente disse ao seu pastor: "As pessoas precisam entender que você é gente". As comunidades cristãs precisam urgentemente perceber e tratar seus líderes como gente e não como supercrentes infalíveis e dotados de super poderes.
Se as igrejas não desenvolverem uma visam mais lúcida da dinâmica do ministério pastoral, bem como um despertamento para com a humanidade de seu líder, serão elas responsáveis diretos pelas crises, esgotamento, doenças e desistência de seus líderes do ministério. As igrejas precisam resgatar uma relação mais bíblica e humana para seus pastores marcada pelo amor, compreensão, tolerância e misericórdia. Além disso, por uma liderança mais saudável, caberá também ao pastor buscar por meio da oração, descanso, terapia, lazer, prática de atividade física, boa alimentação, leitura e disciplinado, maior saúde para seu corpo e sua alma. Acredito dessa forma, em uma responsabilidade mútua: Igrejas com maior consciência na relação e no trato de seus lideres e pastores em sua individualidade buscado serem mais curados e sarados de alma.
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