Palavra do leitor
- 13 de abril de 2012
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Quando a ética se torna patética no Reino
Por isso, o reino dos céus pode comparar-se a um certo rei que quis fazer contas com os seus servos; E, começando a fazer contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos; E, não tendo ele com que pagar, o seu senhor mandou que ele, e sua mulher e seus filhos, fossem vendidos, com tudo quanto tinha, para que a dívida se lhe pagasse. Então aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. (Mateus cap. 18 vs. 23 ao 26)
O ser religioso tem intrínseco na sua alma o sentimento relacional de “compensação”, seja ele ego-cêntrico ou extra-cêntrico.
No primeiro caso tudo gira em torno do indivíduo, por isso a necessidade de ser compensado de alguma maneira como forma de gratificação.
No segundo caso, porém, a compensação visa alcançar e beneficiar o outro, o que em última análise acaba sendo também uma forma de auto-compensação e bônus creditado na conta das boas ações.
O indivíduo da parábola decide agir com ética na relação credor/devedor porque ele não queria ficar refém de um “sentimento de dívida”.
Quando ele diz “e tudo te pagarei”, estava deixando absolutamente claro que não aceitava a idéia de receber algo que não tivesse um preço a ser pago, fazia questão de ressarcir “compensar” o seu senhor, para que sua falsa liberdade e segurança interior fosse preservada.
O problema porém, é que essa era uma tarefa impossível dele cumprir mesmo que trabalhasse durante toda a vida, devido ao exorbitante valor consignado que agora estava sendo perdoado.
A ele cabia tão somente aceitar o fato de que a dívida já não existia mais pela benevolência gratuita do seu senhor que não esperava nada em troca.
Mas ele insiste numa ética que agora se torna patética diante da impossibilidade compensatória.
O mesmo dispositivo psicológico nós usamos, quando queremos compensar Deus de alguma forma com bom comportamento ou ativismo religioso, achando com isso que iremos persuadi-LO a ser favorável todas as vezes que esse sentimento de dívida seqüestrar nossas emoções.
Seria tão libertador se aceitássemos de vez a verdade de que “Graça” não se merece, simplesmente se recebe sem nenhuma possibilidade de câmbio/troca/barganha, embora ELE entenda nossa tentativa falida em querer compensá-lo com atos externos.
Essa é uma decisão unilateral que não nos dá o direito (mas ELE é complacente) de compensação, pois justamente aí reside o fato de que “DEUS É AMOR”.
A incompatibilidade e incoerência interior daquele servo fica nitidamente autenticada, quando nos versículos posteriores do texto ele não usa da mesma benevolência recebida para com seu conservo, mostrando com isso que não havia compreendido a dimensão exata do que recebera.
Ademais, Graças a Graça que é de Graça, nós só somos o que somos, porque Deus É Quem É!!!
O ser religioso tem intrínseco na sua alma o sentimento relacional de “compensação”, seja ele ego-cêntrico ou extra-cêntrico.
No primeiro caso tudo gira em torno do indivíduo, por isso a necessidade de ser compensado de alguma maneira como forma de gratificação.
No segundo caso, porém, a compensação visa alcançar e beneficiar o outro, o que em última análise acaba sendo também uma forma de auto-compensação e bônus creditado na conta das boas ações.
O indivíduo da parábola decide agir com ética na relação credor/devedor porque ele não queria ficar refém de um “sentimento de dívida”.
Quando ele diz “e tudo te pagarei”, estava deixando absolutamente claro que não aceitava a idéia de receber algo que não tivesse um preço a ser pago, fazia questão de ressarcir “compensar” o seu senhor, para que sua falsa liberdade e segurança interior fosse preservada.
O problema porém, é que essa era uma tarefa impossível dele cumprir mesmo que trabalhasse durante toda a vida, devido ao exorbitante valor consignado que agora estava sendo perdoado.
A ele cabia tão somente aceitar o fato de que a dívida já não existia mais pela benevolência gratuita do seu senhor que não esperava nada em troca.
Mas ele insiste numa ética que agora se torna patética diante da impossibilidade compensatória.
O mesmo dispositivo psicológico nós usamos, quando queremos compensar Deus de alguma forma com bom comportamento ou ativismo religioso, achando com isso que iremos persuadi-LO a ser favorável todas as vezes que esse sentimento de dívida seqüestrar nossas emoções.
Seria tão libertador se aceitássemos de vez a verdade de que “Graça” não se merece, simplesmente se recebe sem nenhuma possibilidade de câmbio/troca/barganha, embora ELE entenda nossa tentativa falida em querer compensá-lo com atos externos.
Essa é uma decisão unilateral que não nos dá o direito (mas ELE é complacente) de compensação, pois justamente aí reside o fato de que “DEUS É AMOR”.
A incompatibilidade e incoerência interior daquele servo fica nitidamente autenticada, quando nos versículos posteriores do texto ele não usa da mesma benevolência recebida para com seu conservo, mostrando com isso que não havia compreendido a dimensão exata do que recebera.
Ademais, Graças a Graça que é de Graça, nós só somos o que somos, porque Deus É Quem É!!!
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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