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Palavra do leitor

Proselitismo em um mundo multirreligioso

"Proselitismo" é o empenho para conseguir adeptos a uma ideia, religião ou partido político. "Evangelizar", para o cristão, resume a atitude de espalhar a boa nova que se tornou homem na pessoa de Jesus Cristo, morto e ressurreto. Estas atividades, proselitismo e evangelização, são concorrentes no mundo de hoje - a bem da verdade, desde sempre. Talvez a grande diferença  seja a velocidade com que a informação é transmitida, a queda das barreiras da geografia, da distância e mesmo da língua. As centenas de religiões atuais buscam prosélitos.

Supostamente Deus morreria e o secularismo seria a nova religião que mudaria a face do mundo. Deus permanece bem vivo. Apesar da imprecisão das estatísticas alguns pesquisadores estimam que no ano de 2025 80% da população mundial estarão filiados a uma das quatro grandes religiões (cristianismo, islamismo, budismo e hinduísmo): formalmente comprometidos com visões de vida e de mundo distintas, com repercussões na vida cultural, política e entre as diferentes nações.

Qual é o comportamento adequado na evangelização pensando apenas no fato de que os 80% de religiosos (e neste caso os secularistas não estão incluídos) são seres humanos, iguais em dignidade perante o Criador, por Ele amados a ponto de Cristo ter por eles morrido e ressuscitado.

Deus nos respeita, e nos chama pelo nome, mesmo quando O rejeitamos. Somos únicos mesmo em nossa rebeldia. Adão e Eva não perderam seus nomes, nem Balaão, muito menos Judas Iscariotes. Se Ele não nos tira nossa individualidade, nossa natureza extremamente singular que nos faz diferentes uns dos outros, como poderíamos nós, que clamamos sermos Seus filhos por adoção, atuar de modo contrário?

Agimos de modo diferente quando não respeitamos a religião do outro: supor que a conhecemos sem nunca a termos estudado nas suas fontes mais originais possíveis é uma forma. Para um muçulmano nós adoramos três deuses! Se quisermos saber o que o nosso vizinho não cristão crê, devemos perguntar a ele e lermos seus textos sagrados.

Uma segunda forma é alardearmos que sua crença é diabólica, ou fundamentalmente errada, ou está a serviço das forças do mal. Jesus fez isto? alguns dos apóstolos? ou dos profetas do Velho Testamento? Antes que algum apressado cite Elias e os profetas de Baal, lembro o exato contexto do fato: o povo de Israel que viola o pacto celebrado com o Deus de seus pais. A luta última dos profetas não era contra os deuses estrangeiros, mas contra aqueles que deixavam Jeová por outros deuses. As palavras de condenação, ironia e sarcasmo sempre foram dirigidas aos domésticos da fé, e não aos de fora.

A proclamação do Evangelho é para pessoas, indivíduos, e não para expressões religiosas abstratas. E cada pessoa crê por razões distintas: histórico de vida, cultura familiar e local, aspirações e sonhos de juventude e infância. E cada um vive sua fé de modo particular, ainda que comunitário. E muitas atitudes religiosas estão em contradição com os princípios. E isto é verdadeiro para todo radical das religiões citadas: os textos sagrados do cristianismo, islamismo, budismo e hinduísmo não autorizam o uso da força para fazer prosélitos, ou sobressair sobre as outras. Portanto, não podemos julgar os muçulmanos pelos radicais do Irã, os cristãos pelo comportamento de George W Bush, os budistas pelos seus radicais, muito menos os hinduístas. Se formos personalizar a experiência de fé, então usemos Ganhdi, Dalai Lama e Nelson Mandela, dentre outros.

Não é possível sermos testemunhas do caráter regenerador do Evangelho se desrespeitamos a crença alheia, queimando seus livros sagrados, violando hábitos, ridicularizando crenças específicas e disseminando inverdades (conceitos que assumo serem verdadeiros mas que não verifiquei) ou mentiras (não necessita esclarecimento).
E assim como é um dever cristão evangelizar todos os adeptos das outras religiões se sentem compelidos ao mesmo, seja por obediência, seja pela solidariedade. Se acredito que algo possa beneficiar meu próximo, me calaria? Proselitismo sincero é, antes de tudo, ato de solidariedade e amor ao próximo. Caso contrário, ou minha crença não é verdadeira, ou falta a mim o amor ao próximo. Qual sistema religioso defende o não amor recíproco entre a humanidade? Portanto, a livre divulgação da fé é direito decorrente da nossa condição humana e, em última análise, do próprio Deus.

Liberdade para pregar, liberdade para crer, liberdade para viver a fé. Deus jamais usou a força para chamar seus eleitos a si. E a nova e eterna aliança celebrada através do corpo e sangue de Cristo busca corações convertidos, e não obediência escrava; busca adesão livre e voluntária, e não opção interesseira. Não vejo autorização das Escrituras para condenarmos os não cristãos, ou desejar-lhes mal por não aceitarem o Evangelho. Não é isto que Jesus ensina quando Tiago e João sugeriram que descesse fogo do céu sobre os samaritanos que se recusaram a recebê-Lo?

(Inspirado no texto disponível aqui.)
Belo Horizonte - MG
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