Palavra do leitor
- 12 de fevereiro de 2013
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Progressistas ou conservadores: quem herdará a “Sé de Pedro”?
Como a renúncia do Papa Bento XVI e as especulações acerca do seu provável sucessor reacendem as discussões acerca do futuro da Igreja Católico Romana.
No último dia 11 de fevereiro o Papa Bento XVI anunciou a sua renuncia ao pontificado da Igreja Católica Romana (prevista para o dia 28 de fevereiro), sendo segundo dados oficiais da mesma, o quarto Sumo Pontífice a renunciar e o primeiro desde 1415.
De acordo com que foi noticiado na Imprensa, as razões seriam de ordem médica, e, sobretudo devido a sua impossibilidade de viajar e corresponder a intensa agenda de sua posição, outros por sua vez, cogitam alguma mudança estratégica, ou política em virtude de questões internas envolvendo o seu pontificado, ou até mesmo devido ao decréscimo de fieis em todo, como por exemplo na América Latina com crescimento dos evangélicos.
Os ares progressistas do Concílio Vaticano II , foram arrefecidos por dois pontificados sucessivos dos conservadores, João Paulo II e Bento XVI respectivamente. Neste período ocorreram combates a perspectivas teológicas liberais e progressistas como, por exemplo, contra a teologia da Libertação na América Latina, e as teologias contextuais diversas, o apoio ao movimento carismático católico, a re-incorporação de grupos ultramontanistas ao seio da Igreja Católica, que entre suas práticas mais controversas incluem rituais de autoflagelação, o investimento em atividades para a juventude, como a Jornada Mundial, evento que congrega jovens católicos do mundo todo, e que neste ano será sediada cidade do Rio de Janeiro.
Agora com a vacância do maior posição eclesiástica dentro da Igreja Católica e a proximidade de um conclave, surge a pergunta acerca de qual perspectiva norteará o próximo Papa da igreja Católica?
Nesta palavra, tentaremos esboçar a as visões dentro da eclesiologia católica, apresentando o pensamento de alguns típicos representantes da teologia católica pós-vaticano II, utilizaremos o esquema do livro “Igrejas Locais e Colegialidade Episcopal” do Padre Antonio José de Almeida, por entendermos que o mesmo faz uma boa síntese do que tem ocorrido nos arraiais romanistas pós-concílio vaticano segundo:
“Dentre as várias redescobertas que o Vaticano II fez em matéria de Eclesiologia duas se destacam: a eclesiologia total e a colegialidade episcopal. A primeira grande redescoberta foi, sem dúvida, a redescoberta a redescoberta da eclesiologia total, onde a igreja não é pensada verticalísticamente a partir da hierarquia para amassa dos fieis, mas a partir da onto-antropologia da graça, ou seja, da comum dignidade batismal dos membros do santo Povo de Deus. A segunda foi a da colegialidade. O concílio, porém, a visualiza numa perspectiva descendente: de Cristo ao colégio dos apóstolos aos seus sucessores, os bispos. Esta é em – breve- a perspectiva que ainda hoje predomina nos documentos vaticanos sobre a matéria. Mas há uma outra perspectiva: ascendente. Esta perspectiva nos textos conciliares ainda é minoritária – aparece, por exemplo, quase que erraticamente, em Lúmen Gentium 26, dentro do capítulo III do Lúmen Gentium, onde, falando dos bispos, o concílio cita menos que cinqüenta e uma vezes o primado do romano pontífice – mas será desenvolvida no pós concílio: a do primado teológico da igreja local em eclesiologia.”(grifo meu)
Para Almeida a Eclesiologia Católica atual está dividida no que concerne à colegialidade episcopal os representantes da Eclesiologia Descendente a versão contemporânea do pensamento hierárquico tradicional católico. E aqueles que defendem uma Eclesiologia de linha Ascendente, desejam que a igreja católica reformule a sua eclesiologia de modo a torná-la menos hierárquica, e defendem em maior o menor grau a diminuição do poder e do papel do Papa.
A – Perspectiva Progressista.
O grupo progressista se considera fiel signatário do “espírito” do Vaticano II, caracterizando-se pela abertura eclesial, teologias contextuais, diálogo com a ciência e cultura e pela perspectiva ecumênica (diálogo entre cristãos) e pelo “ecumenismo mais amplo” (o diálogo entre todas as religiões) na eclesiologia defende uma perspectiva ascendente em que o poder eclesiástico deve ser constituído a partir da base, os cargos da hierarquia católica devem ser vistos do ponto de vista administrativo.
B – Perspectiva Conservadora.
Entre os conservadores poderíamos citar duas importantes tendências a de sistematizar o catolicismo em bases filosóficas contemporâneas e o retorno “ad fontes” em busca do ensino tradicional a partir da produção conciliar e patrística. No campo eclesiológico defende-se uma perspectiva descendente, em que a hierarquia é reafirmada.
Concluímos esta palavra dizendo que o catolicismo atual, nesta questão é um catolicismo dividido os debates tendem a perdurar neste século sendo o futuro do catolicismo ainda incerto.
Veja uma versão ampliada aqui.
No último dia 11 de fevereiro o Papa Bento XVI anunciou a sua renuncia ao pontificado da Igreja Católica Romana (prevista para o dia 28 de fevereiro), sendo segundo dados oficiais da mesma, o quarto Sumo Pontífice a renunciar e o primeiro desde 1415.
De acordo com que foi noticiado na Imprensa, as razões seriam de ordem médica, e, sobretudo devido a sua impossibilidade de viajar e corresponder a intensa agenda de sua posição, outros por sua vez, cogitam alguma mudança estratégica, ou política em virtude de questões internas envolvendo o seu pontificado, ou até mesmo devido ao decréscimo de fieis em todo, como por exemplo na América Latina com crescimento dos evangélicos.
Os ares progressistas do Concílio Vaticano II , foram arrefecidos por dois pontificados sucessivos dos conservadores, João Paulo II e Bento XVI respectivamente. Neste período ocorreram combates a perspectivas teológicas liberais e progressistas como, por exemplo, contra a teologia da Libertação na América Latina, e as teologias contextuais diversas, o apoio ao movimento carismático católico, a re-incorporação de grupos ultramontanistas ao seio da Igreja Católica, que entre suas práticas mais controversas incluem rituais de autoflagelação, o investimento em atividades para a juventude, como a Jornada Mundial, evento que congrega jovens católicos do mundo todo, e que neste ano será sediada cidade do Rio de Janeiro.
Agora com a vacância do maior posição eclesiástica dentro da Igreja Católica e a proximidade de um conclave, surge a pergunta acerca de qual perspectiva norteará o próximo Papa da igreja Católica?
Nesta palavra, tentaremos esboçar a as visões dentro da eclesiologia católica, apresentando o pensamento de alguns típicos representantes da teologia católica pós-vaticano II, utilizaremos o esquema do livro “Igrejas Locais e Colegialidade Episcopal” do Padre Antonio José de Almeida, por entendermos que o mesmo faz uma boa síntese do que tem ocorrido nos arraiais romanistas pós-concílio vaticano segundo:
“Dentre as várias redescobertas que o Vaticano II fez em matéria de Eclesiologia duas se destacam: a eclesiologia total e a colegialidade episcopal. A primeira grande redescoberta foi, sem dúvida, a redescoberta a redescoberta da eclesiologia total, onde a igreja não é pensada verticalísticamente a partir da hierarquia para amassa dos fieis, mas a partir da onto-antropologia da graça, ou seja, da comum dignidade batismal dos membros do santo Povo de Deus. A segunda foi a da colegialidade. O concílio, porém, a visualiza numa perspectiva descendente: de Cristo ao colégio dos apóstolos aos seus sucessores, os bispos. Esta é em – breve- a perspectiva que ainda hoje predomina nos documentos vaticanos sobre a matéria. Mas há uma outra perspectiva: ascendente. Esta perspectiva nos textos conciliares ainda é minoritária – aparece, por exemplo, quase que erraticamente, em Lúmen Gentium 26, dentro do capítulo III do Lúmen Gentium, onde, falando dos bispos, o concílio cita menos que cinqüenta e uma vezes o primado do romano pontífice – mas será desenvolvida no pós concílio: a do primado teológico da igreja local em eclesiologia.”(grifo meu)
Para Almeida a Eclesiologia Católica atual está dividida no que concerne à colegialidade episcopal os representantes da Eclesiologia Descendente a versão contemporânea do pensamento hierárquico tradicional católico. E aqueles que defendem uma Eclesiologia de linha Ascendente, desejam que a igreja católica reformule a sua eclesiologia de modo a torná-la menos hierárquica, e defendem em maior o menor grau a diminuição do poder e do papel do Papa.
A – Perspectiva Progressista.
O grupo progressista se considera fiel signatário do “espírito” do Vaticano II, caracterizando-se pela abertura eclesial, teologias contextuais, diálogo com a ciência e cultura e pela perspectiva ecumênica (diálogo entre cristãos) e pelo “ecumenismo mais amplo” (o diálogo entre todas as religiões) na eclesiologia defende uma perspectiva ascendente em que o poder eclesiástico deve ser constituído a partir da base, os cargos da hierarquia católica devem ser vistos do ponto de vista administrativo.
B – Perspectiva Conservadora.
Entre os conservadores poderíamos citar duas importantes tendências a de sistematizar o catolicismo em bases filosóficas contemporâneas e o retorno “ad fontes” em busca do ensino tradicional a partir da produção conciliar e patrística. No campo eclesiológico defende-se uma perspectiva descendente, em que a hierarquia é reafirmada.
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