Palavra do leitor
- 27 de junho de 2007
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Profissão pastor!
Quando se busca na Bíblia as credenciais dos pastores esbarra-se com informações que nos levam a refletir se existe, hoje, bom entendimento da responsabilidade e das exigências que os mesmos deveriam ter.
O Salmo 23 é, sem sombra de dúvidas, o ponto de partida para se obter uma resposta adequada a esta questão.
Inicialmente toma como referencial o próprio Deus como perfeito pastor: "O Senhor é o meu pastor". Quer dizer, qualquer pastor deve, em princípio, se enquadrar, ou buscar se enquadrar, no exemplo oferecido pelo Deus de David. Ressalta-se, de pronto, a declaração bombástica: "nada me faltará". Muitos têm tomado esta frase como uma indicação de que este "nada me faltará" quer dizer que também incluem as dificuldades, ou seja, o supremo pastor garantiria também dificuldades na vida das ovelhas. Esta interpretação cai por terra ao continuarmos a leitura desta pequena jóia bíblica.
O pastor se preocupa em que as suas ovelhas repousem nos pastos verdejantes, onde há conforto e esperança de alimento. Da mesma forma, as ovelhas de hoje esperam receber alimento espiritual fresco, sem "agrotóxicos", onde a Boa Nova do Evangelho lhes permita ter "paz com Deus" (Romanos 5.1). Muito diferente de mensagens que temos assistido nos dias atuais onde é colocada verdadeira confusão e temor no coração das ovelhas, com exigências quase tão insuportáveis quanto o velho pacto: "Se até um animal tocar o monte, será apedrejado." (Hebreus 12.20)
A linha geral deste Salmo continua mostrando, com grande ênfase, o cuidado do pastor por todos os detalhes da vida das ovelhas, buscando preservar a sua integridade não só física como espiritual: "Refrigera a minha alma". Neste enfoque, Jesus vai além da citação de David, ampliando o interesse do pastor pelas ovelhas a ponto de dizer que "o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas". (João 10.11)
Contrariamente ao que se observa em muitos que se dizem pastores, a Bíblia mostra que "a tua vara e o teu cajado me consolam". O que tem ocorrido é o uso da vara e do cajado por alguns pastores, não para dar consolo e proteção às ovelhas mas, para lhes impor temor. Não poucas vezes o cajado tem sido usado como símbolo de autoridade espiritual sobre as ovelhas, causando-lhes feridas e humilhação. Não poucas vezes o cajado é despejado fortemente e, infelizmente, com certo prazer, sobre as assustadas ovelhas e não sobre os lobos que lhes vêm roubar e matar a esperança numa vida abundante. Neste ponto vê-se que a principal reivindicação desses pastores é a da autoridade sobre as ovelhas. Tal autoridade realmente existe, mas o exercício da mesma nunca poderá ser em prejuízo das ovelhas e em benefício próprio. A respeito da autoridade pastoral Jesus inclui uma observação inusitada: "Mas entre vós não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser tornar-se grande, será esse o que vos sirva" (Marcos 10.43). Antes de ser servido o pastor deve estar pronto a servir.
Antes de deixar os discípulos para ir ter com o Pai, Jesus, enfaticamente, por três vezes, deixou a recomendação a Pedro: "Apascenta as minhas ovelhas" (João 21.17). Neste contexto verifica-se que o ponto central da preocupação divina é que as ovelhas sejam a prioridade nas ações pastorais, buscando incessantemente a preservação das mesmas frente às ameaças a que as mesmas possam estar sujeitas.
Conclui-se, disto tudo, que o ministério pastoral não é nada fácil. Diferentemente das profissões seculares, onde se busca o próprio bem, o ministério pastoral exige que a preocupação central seja a integridade das ovelhas. Diferentemente do muito que se vê hoje, o pastor deve se preocupar com a alimentação e bem-estar das ovelhas não com o sucesso material da liderança da igreja. O resgate do ministério pastoral se faz necessário, pois não pode ser vista como profissão onde escândalos proliferam, mas como ministério onde o respeito e o bom nome se tornam inquestionáveis até, e principalmente, por quem não é cristão. Isto impõe sacrifício e desprendimento. Reconhecemos que muitos acabariam desistindo pois nem todos estariam preparados para, com alegria, atender aos desafios que o pastorado impõe. Mas, é necessário que as igrejas deixem de ser um lugar de comércio para se tornarem um lugar de misericórdia. Um lugar onde as ovelhas sejam vistas como fim, não como meio.
O Salmo 23 é, sem sombra de dúvidas, o ponto de partida para se obter uma resposta adequada a esta questão.
Inicialmente toma como referencial o próprio Deus como perfeito pastor: "O Senhor é o meu pastor". Quer dizer, qualquer pastor deve, em princípio, se enquadrar, ou buscar se enquadrar, no exemplo oferecido pelo Deus de David. Ressalta-se, de pronto, a declaração bombástica: "nada me faltará". Muitos têm tomado esta frase como uma indicação de que este "nada me faltará" quer dizer que também incluem as dificuldades, ou seja, o supremo pastor garantiria também dificuldades na vida das ovelhas. Esta interpretação cai por terra ao continuarmos a leitura desta pequena jóia bíblica.
O pastor se preocupa em que as suas ovelhas repousem nos pastos verdejantes, onde há conforto e esperança de alimento. Da mesma forma, as ovelhas de hoje esperam receber alimento espiritual fresco, sem "agrotóxicos", onde a Boa Nova do Evangelho lhes permita ter "paz com Deus" (Romanos 5.1). Muito diferente de mensagens que temos assistido nos dias atuais onde é colocada verdadeira confusão e temor no coração das ovelhas, com exigências quase tão insuportáveis quanto o velho pacto: "Se até um animal tocar o monte, será apedrejado." (Hebreus 12.20)
A linha geral deste Salmo continua mostrando, com grande ênfase, o cuidado do pastor por todos os detalhes da vida das ovelhas, buscando preservar a sua integridade não só física como espiritual: "Refrigera a minha alma". Neste enfoque, Jesus vai além da citação de David, ampliando o interesse do pastor pelas ovelhas a ponto de dizer que "o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas". (João 10.11)
Contrariamente ao que se observa em muitos que se dizem pastores, a Bíblia mostra que "a tua vara e o teu cajado me consolam". O que tem ocorrido é o uso da vara e do cajado por alguns pastores, não para dar consolo e proteção às ovelhas mas, para lhes impor temor. Não poucas vezes o cajado tem sido usado como símbolo de autoridade espiritual sobre as ovelhas, causando-lhes feridas e humilhação. Não poucas vezes o cajado é despejado fortemente e, infelizmente, com certo prazer, sobre as assustadas ovelhas e não sobre os lobos que lhes vêm roubar e matar a esperança numa vida abundante. Neste ponto vê-se que a principal reivindicação desses pastores é a da autoridade sobre as ovelhas. Tal autoridade realmente existe, mas o exercício da mesma nunca poderá ser em prejuízo das ovelhas e em benefício próprio. A respeito da autoridade pastoral Jesus inclui uma observação inusitada: "Mas entre vós não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser tornar-se grande, será esse o que vos sirva" (Marcos 10.43). Antes de ser servido o pastor deve estar pronto a servir.
Antes de deixar os discípulos para ir ter com o Pai, Jesus, enfaticamente, por três vezes, deixou a recomendação a Pedro: "Apascenta as minhas ovelhas" (João 21.17). Neste contexto verifica-se que o ponto central da preocupação divina é que as ovelhas sejam a prioridade nas ações pastorais, buscando incessantemente a preservação das mesmas frente às ameaças a que as mesmas possam estar sujeitas.
Conclui-se, disto tudo, que o ministério pastoral não é nada fácil. Diferentemente das profissões seculares, onde se busca o próprio bem, o ministério pastoral exige que a preocupação central seja a integridade das ovelhas. Diferentemente do muito que se vê hoje, o pastor deve se preocupar com a alimentação e bem-estar das ovelhas não com o sucesso material da liderança da igreja. O resgate do ministério pastoral se faz necessário, pois não pode ser vista como profissão onde escândalos proliferam, mas como ministério onde o respeito e o bom nome se tornam inquestionáveis até, e principalmente, por quem não é cristão. Isto impõe sacrifício e desprendimento. Reconhecemos que muitos acabariam desistindo pois nem todos estariam preparados para, com alegria, atender aos desafios que o pastorado impõe. Mas, é necessário que as igrejas deixem de ser um lugar de comércio para se tornarem um lugar de misericórdia. Um lugar onde as ovelhas sejam vistas como fim, não como meio.
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