Palavra do leitor
- 24 de maio de 2007
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Presunção gospel
Poucas coisas são tão humanas quanto sentir-se melhor do que o outro, e o comportamento que esse sentimento gera é velho conhecido: "Foi ela, a mulher que tu me deste!" As entrelinhas dizem: Sou melhor, jamais faria isso. Somos todos assim e o tempo todo: O erro alheio é absurdo e o defeito, imperdoável.
Na sociedade é fácil perceber os exacerbados na prática da supremacia, pois as ruas estão cheias de olhares altivos e presunçosos que delimitam nitidamente os degraus sócioeconômicos. Sentimo-nos melhores por qualquer banalidade – porque sou branco, porque sou alto, porque sou homem, porque estudei, porque possuo, porque herdei – e uma infinidade de superioridades enganosamente estabelecidas.
O orgulho nos impede de enxergar a obviedade da igualdade, e é estranho perceber que temos prazer nesta cegueira. Fosse o resultado só a delimitação territórial não seria tão danoso, mas os problemas de todos os gêneros nos relacionamentos, invariavelmente, esbarram no orgulho e na vaidade. Sem a sensação de superioridade perdoaríamos mais facilmente, seríamos mais predispostos à ajuda, à cooperação e ao entendimento. Aceitaríamos mais as diferenças exatamente porque somos todos iguais.
Porque nos moldamos e nos conformamos facilmente com este mundo, infelizmente, este mesmo comportamento está dentro da igreja. Nossa intolerância contra o comportamento daqueles que nominamos pecadores, pagãos, incrédulos, e, em voga, ímpios, nos habituou à sensação de mais dignos, afinal, segundo a Bíblia, somos salvos, alcançados, amados, filhos e herdeiros de Deus. Eles, nada são. Não somente interpretamos assim como também agimos de maneira que isso fique bem claro. Praticamos o isolamento quando na verdade o que Cristo pregou foi separação consensual, mas estando perto, e andando junto, nos conquistou e transformou sem jamais nos acusar ou repudiar.
Esquecemos do amor, da misericórdia, da longanimidade, da igualdade e linearidade na qual somos todos formados e já saboreamos o gosto da estupidez com um faccioso e extremo calvinismo, estabelecendo em Genebra leis dirigidas por nossas doutrinas religiosas, perseguindo e matando opositores em nome de Deus, sempre crendo fortemente que somos escolhidos e os incrédulos, preteridos. Crônico. Antagônico o comportamento daqueles que deveriam ser benignos, bondosos e mansos. Sal e luz para o mundo.
Como abismo chama outro abismo, também aprendemos a apreciar a sensação de melhores que os irmãos: a nossa oração, sim, Deus ouve e atende. Afinal, somos mais santos, mais justos, mais consagrados. Nossa denominação é a melhor, salvação só por meio dela. Nossa igreja é a maior, a correta, a veraz, pregamos melhor e com mais veemência o Evangelho, somos pastores mais capazes, doutores, Ph.Ds, e como a tolice não conhece freios, somos deputados, senadores, somos bispos, apóstolos, thDs, sumo-pontífices, somos tudo, quase Deus... Menos, cristãos de verdade.
A presunção, sem dúvida, toma grande parte no nosso atual estado de doença, ou como já nos alertava a parábola, de sonolência – as dez virgens dormiram, mas graças a Deus que no lance seguinte o Noivo bate à porta.
"Ora, as obras da carne são manifestas, as quais são: [...] as inimizades, as contendas, os ciúmes, as iras, as facções, as dissensões, os partidos, as invejas [...], e coisas semelhantes a estas, contra as quais vos previno, como já antes vos preveni, que os que tais coisas praticam não herdarão o reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é: o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão, o domínio próprio; contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito. Não nos tornemos vangloriosos, provocando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros." (Gálatas 5.19-26)
Na sociedade é fácil perceber os exacerbados na prática da supremacia, pois as ruas estão cheias de olhares altivos e presunçosos que delimitam nitidamente os degraus sócioeconômicos. Sentimo-nos melhores por qualquer banalidade – porque sou branco, porque sou alto, porque sou homem, porque estudei, porque possuo, porque herdei – e uma infinidade de superioridades enganosamente estabelecidas.
O orgulho nos impede de enxergar a obviedade da igualdade, e é estranho perceber que temos prazer nesta cegueira. Fosse o resultado só a delimitação territórial não seria tão danoso, mas os problemas de todos os gêneros nos relacionamentos, invariavelmente, esbarram no orgulho e na vaidade. Sem a sensação de superioridade perdoaríamos mais facilmente, seríamos mais predispostos à ajuda, à cooperação e ao entendimento. Aceitaríamos mais as diferenças exatamente porque somos todos iguais.
Porque nos moldamos e nos conformamos facilmente com este mundo, infelizmente, este mesmo comportamento está dentro da igreja. Nossa intolerância contra o comportamento daqueles que nominamos pecadores, pagãos, incrédulos, e, em voga, ímpios, nos habituou à sensação de mais dignos, afinal, segundo a Bíblia, somos salvos, alcançados, amados, filhos e herdeiros de Deus. Eles, nada são. Não somente interpretamos assim como também agimos de maneira que isso fique bem claro. Praticamos o isolamento quando na verdade o que Cristo pregou foi separação consensual, mas estando perto, e andando junto, nos conquistou e transformou sem jamais nos acusar ou repudiar.
Esquecemos do amor, da misericórdia, da longanimidade, da igualdade e linearidade na qual somos todos formados e já saboreamos o gosto da estupidez com um faccioso e extremo calvinismo, estabelecendo em Genebra leis dirigidas por nossas doutrinas religiosas, perseguindo e matando opositores em nome de Deus, sempre crendo fortemente que somos escolhidos e os incrédulos, preteridos. Crônico. Antagônico o comportamento daqueles que deveriam ser benignos, bondosos e mansos. Sal e luz para o mundo.
Como abismo chama outro abismo, também aprendemos a apreciar a sensação de melhores que os irmãos: a nossa oração, sim, Deus ouve e atende. Afinal, somos mais santos, mais justos, mais consagrados. Nossa denominação é a melhor, salvação só por meio dela. Nossa igreja é a maior, a correta, a veraz, pregamos melhor e com mais veemência o Evangelho, somos pastores mais capazes, doutores, Ph.Ds, e como a tolice não conhece freios, somos deputados, senadores, somos bispos, apóstolos, thDs, sumo-pontífices, somos tudo, quase Deus... Menos, cristãos de verdade.
A presunção, sem dúvida, toma grande parte no nosso atual estado de doença, ou como já nos alertava a parábola, de sonolência – as dez virgens dormiram, mas graças a Deus que no lance seguinte o Noivo bate à porta.
"Ora, as obras da carne são manifestas, as quais são: [...] as inimizades, as contendas, os ciúmes, as iras, as facções, as dissensões, os partidos, as invejas [...], e coisas semelhantes a estas, contra as quais vos previno, como já antes vos preveni, que os que tais coisas praticam não herdarão o reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é: o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão, o domínio próprio; contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito. Não nos tornemos vangloriosos, provocando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros." (Gálatas 5.19-26)
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