Palavra do leitor
- 23 de agosto de 2009
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Presidente(a) evangélico...
... Estamos prontos para o desafio?
Quais são minhas questões?
- o espírito evangélico é de serviço ao próximo?
Sim, sem dúvida esta é a mensagem das Escrituras e a função da Igreja: servir ao mundo, não só na proclamação do Evangelho (maciçamente rejeitado) como no socorro aos necessitados. Contudo, esta mensagem parece ter caído no ostracismo, substituída pela ideia de que o cristão tem "o direito de ser cabeça e não a cauda", o poder "de determinar a bênção desejada" e a obrigação de testemunhar através de bens materiais o amor de Deus. Estes conceitos, incluídos no que se chama de "teologia da prosperidade", abraçados sem titubear pela Igreja Universal do Reino de Deus e assemelhados, espalharam-se como metástases pelas igrejas protestantes históricas, deturpando os conceitos tradicionais de missão e testemunho. A mensagem original e verdadeira, fiel às Escrituras, é competente para o verdadeiro exercício da política; sua deturpação monstruosa permite antever o pior desserviço público.
- a comunhão dos santos deve interferir na administração pública?
O preceito bíblico de "fazer bem principalmente aos da família da fé" tem sido seguido de modo equilibrado e harmonioso com o de servir ao mundo? As chamadas nomeações políticas (e o que elas são que não uma forma de venda e compra de votos?) podem ser destinadas aos evangélicos não importa a qualificação? O ser evangélico pode ser critério de seleção quando se trata de administração pública?
- temos uma teologia de missão política bem desenvolvida?
O inchaço estatístico, que aponta um crescimento do segmento evangélico significativo na população brasileira, causado pela mistura dos "pseudo-iso-para-neopentecostais" com os protestantes históricos, tem despertado, em certos rincões, visões messiânicas e triunfalistas da pior espécie. O "reino de deus" sendo estabelecido através de legislação bíblica imposta a todos, nos moldes de Israel do Velho Testamento, no lugar de ser um evento totalmente divino, exerce o fascínio do poder pelo poder, e não do poder para servir. Estes esquecem que a Velha Aliança caducou por ineficiência, por não ser capaz de transformar os corações de pedra em carne, e que a Nova e Eterna Aliança no sangue de Cristo não caminha de fora do homem para seu interior, mas brota do seu interior por ação soberana do Espírito Santo. Somos capazes de governar sem impor uma "sharia cristã"? Somos capazes de garantir liberdade de culto às religiões não-cristãs? Somos capazes de proteger o segmento GLST da violência e promover políticas de inclusão social? Somos capazes de separar proclamação do Evangelho da graça da imposição dos princípios éticos dele derivados e que são aplicáveis primeiramente aos cristãos? Somos capazes de governar garantindo espaço para diferentes moralidades?
- temos um bom testemunho que avalize nossa pretensão?
Se olharmos para os políticos evangélicos atuais, fica a dúvida, ao menos no
âmbito nacional. Qual deles foi à tribuna do Senado protestar contra o atual estado de coisas? Qual se levantou na Câmara para fazer o mesmo? São mais fiéis aos partidos que os não-cristãos, sem caminhar no troca-troca eleitoreiro? Usam o mandato para estimular o desenvolvimento das comunidades que os elegem enquanto força social organizada ou apenas as mantêm como vassalas através de obras e favores localizados? A ética derivada do Evangelho da graça, que deveria cativar os corações renascidos, é vista no governo de nossas denominações? Nossos líderes prestam contas, desde o nível local até o nacional? Sacrificamos princípios por votos nas sessões legislativas e nas campanhas eleitorais?
--
Postado no Crer é Pensar
Quais são minhas questões?
- o espírito evangélico é de serviço ao próximo?
Sim, sem dúvida esta é a mensagem das Escrituras e a função da Igreja: servir ao mundo, não só na proclamação do Evangelho (maciçamente rejeitado) como no socorro aos necessitados. Contudo, esta mensagem parece ter caído no ostracismo, substituída pela ideia de que o cristão tem "o direito de ser cabeça e não a cauda", o poder "de determinar a bênção desejada" e a obrigação de testemunhar através de bens materiais o amor de Deus. Estes conceitos, incluídos no que se chama de "teologia da prosperidade", abraçados sem titubear pela Igreja Universal do Reino de Deus e assemelhados, espalharam-se como metástases pelas igrejas protestantes históricas, deturpando os conceitos tradicionais de missão e testemunho. A mensagem original e verdadeira, fiel às Escrituras, é competente para o verdadeiro exercício da política; sua deturpação monstruosa permite antever o pior desserviço público.
- a comunhão dos santos deve interferir na administração pública?
O preceito bíblico de "fazer bem principalmente aos da família da fé" tem sido seguido de modo equilibrado e harmonioso com o de servir ao mundo? As chamadas nomeações políticas (e o que elas são que não uma forma de venda e compra de votos?) podem ser destinadas aos evangélicos não importa a qualificação? O ser evangélico pode ser critério de seleção quando se trata de administração pública?
- temos uma teologia de missão política bem desenvolvida?
O inchaço estatístico, que aponta um crescimento do segmento evangélico significativo na população brasileira, causado pela mistura dos "pseudo-iso-para-neopentecostais" com os protestantes históricos, tem despertado, em certos rincões, visões messiânicas e triunfalistas da pior espécie. O "reino de deus" sendo estabelecido através de legislação bíblica imposta a todos, nos moldes de Israel do Velho Testamento, no lugar de ser um evento totalmente divino, exerce o fascínio do poder pelo poder, e não do poder para servir. Estes esquecem que a Velha Aliança caducou por ineficiência, por não ser capaz de transformar os corações de pedra em carne, e que a Nova e Eterna Aliança no sangue de Cristo não caminha de fora do homem para seu interior, mas brota do seu interior por ação soberana do Espírito Santo. Somos capazes de governar sem impor uma "sharia cristã"? Somos capazes de garantir liberdade de culto às religiões não-cristãs? Somos capazes de proteger o segmento GLST da violência e promover políticas de inclusão social? Somos capazes de separar proclamação do Evangelho da graça da imposição dos princípios éticos dele derivados e que são aplicáveis primeiramente aos cristãos? Somos capazes de governar garantindo espaço para diferentes moralidades?
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Se olharmos para os políticos evangélicos atuais, fica a dúvida, ao menos no
âmbito nacional. Qual deles foi à tribuna do Senado protestar contra o atual estado de coisas? Qual se levantou na Câmara para fazer o mesmo? São mais fiéis aos partidos que os não-cristãos, sem caminhar no troca-troca eleitoreiro? Usam o mandato para estimular o desenvolvimento das comunidades que os elegem enquanto força social organizada ou apenas as mantêm como vassalas através de obras e favores localizados? A ética derivada do Evangelho da graça, que deveria cativar os corações renascidos, é vista no governo de nossas denominações? Nossos líderes prestam contas, desde o nível local até o nacional? Sacrificamos princípios por votos nas sessões legislativas e nas campanhas eleitorais?
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