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Palavra do leitor

Precisamos ser podados! (ou cortados?)

As árvores, as plantas precisam de podas, à primeira vista um ato de "violência" que praticamos contra elas, deformando-as, deixando-as quase que desnudas [seminuas], mas o tempo dirá que aquele "mal" veio para o "bem". É como o ditado popular que diz que "há males que veem para o bem", e que nada mais faz do que confirmar o que a Palavra de Deus nos ensina que "todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito" (Rm. 8. 28).

Passam-se os dias, as semanas, quiçá os meses, e, em uma bela manhã, somos surpreendidos com uma linda imagem: aquela planta, aquela árvore voltou a florir, voltou a frutificar, voltou a ser bela como, originalmente, a criou Deus.

Afirma Miguel Herrera Júnior – Devocionário Pão Diário – Rádio Transmundial – que "Uma das vantagens que temos sobre as árvores é que podemos voluntariamente levar nossos galhos doentes ao Agricultor. Neste caso as podas serão bem menos dolorosas".

Do que se trata esse “ir ao Agricultor”, espontaneamente, por iniciativa própria para sermos “podados” por Ele? - Isso nos lembra o texto de I Jo. 1. 9: “Se confessarmos os nossos pecados, ele [Deus] é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda injustiça”.

A iniciativa de nos submetermos à poda tem que ser nossa. Uma
“autopoda”, o que a torna muito mais suave, muito mais suportável, muito mais agradável do que se esperamos, “ficando na nossa”, que Ele, o Pai, o Senhor, o Agricultor nos venha “cortar as asinhas”; venha nos limpar dos galhos infrutíferos, venha nos corrigir, para que a vida seja em nós renovada, quando, então, passaremos a dar muito fruto.

“Poda” é diferente de “corte”, eis que este provoca a morte, e essa promove um renovar de vida, uma esperança de renascer para cumprir com a nossa razão de ser, que é dar fruto, e fruto em abundância.

O corte é definitivo, o corte é para a morte, pois o galho infrutífero, e, às vezes, até mesmo a árvore estéril são cortados e lançados fora, são lançados no fogo para serem queimados [mortos]; já não há mais esperanças. Foi assim com a figueira! (Mt. 21. 18-22).

A poda embora pareça violenta, má, agressiva, no fim produz vida, e vida em abundância, porque a seiva [o sangue] que alimenta a árvore e que se desperdiçava na tentativa de reanimar os galhos secos, agora se concentra em galhos saudáveis; potencialmente vivos, galhos que vão surgindo de uma planta aparentemente inerte, seca, sucumbente, e que ressurge em uma nova oportunidade de florir, frutificar, embelezar a natureza, dar alimento aos seres vivos que a circundam.

Essa é a figura bíblica, é a Palavra de Jesus, a Videira, a respeito de nossas vidas produtivas ou não aos olhos do Agricultor [Deus].

Ele nos dá vida, e quer que a tenhamos em abundância (Jo. 10.10); Ele nos dá vida, e quer que produzamos frutos, frutos para a vida eterna, frutos espirituais: fazer discípulos e ensiná-los a Palavra que salva (Mt. 28.19); pregar a toda criatura, a mesma Palavra que gera vida eterna (Mc. 16. 15); e, testemunhar a todo mundo, a partir do mais próximo até aos confins da terra, testemunhar sobre essa tão admirável graça (At. 1. 8).

Essa é a “grande comissão” para a qual Ele, inicialmente, enviou [comissionou] os seus discípulos, e Ele enviou, complementarmente, a todos nós. Nós os que o recebemos, no coração, como Único e Suficiente Salvador e Senhor, tornando-nos Família de Deus (João 1. 12); isso para que produzamos frutos para a vida eterna, sem o que seremos cortados e jogados fora [no fogo] como galhos infrutíferos, como galhos mortos, como galhos inúteis, sem vida para compartilhar, sem vida para levar o alimento espiritual aos que nos são colocados no caminho, nos são entregues por Ele mesmo, o Agricultor, para “um fim proveitoso” (I Co. 12. 7).

E esse fim proveitoso para o qual Ele nos capacita, nos concede dons, é levar o alimento à multidão de famintos espirituais, famintos que estão morrendo à míngua pela falta do Pão da Vida, da Água Viva que, uma vez tomada, jamais permitirá que, aquele que a toma, novamente tenha sede (Jo. 4. 14).

Uma forma de nos alimentarmos [para evitar a poda] nos é exemplificada no Salmo primeiro, v. 3, e melhor entendida em Jeremias 17. 8:

“Porque ele é como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e, no ano de sequidão, não se perturba, nem deixa de dar fruto”.

Aqui não é “autopoda”, e nem haverá poda, muito menos corte, porque buscamos o Pão, a Água na Palavra de Deus [o ribeiro], nosso alimento espiritual, que não nos deixa secar [permanecemos verdes], muito menos morrer [não deixamos de dar fruto].

Sejamos como a videira que dá fruto, bom fruto espiritual para a honra, a glória e o louvor de Deus, nosso Pai [o Agricultor).

Editor do Sê Fiel
www.sefiel.com.br
São Paulo - SP
Textos publicados: 829 [ver]

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