Palavra do leitor
- 07 de setembro de 2016
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Prazer e alienação
Deve existir um departamento de propaganda empenhado em vender o mundo pra mim. Querem convencer-me, a todo custo, que a vida é feita de prazeres. Ao menor sinal de dor, apresentam-me algum analgésico. Para aliviar as dores da alma, há o entretenimento. O princípio básico do método consiste em não deixar tempo livre, a fim de não acontecer qualquer tipo de reflexão baseada na realidade.
Anunciam que o mundo é um parque de diversões. Dizem que é pra viver intensamente. Há frases espalhadas, por toda a parte, para convencer-me que tenho dentro de mim solução pra todos os problemas. Os livros de autoajuda me dão conta que sou um tipo de divindade, em mim há toda a sorte de sonhos bonitos, além das ferramentas para construí-los – tudo que preciso é acreditar e seguir meu coração.
Parece que estão seriamente empenhados no propósito de excluir a morte do mundo. Se não conseguem tal feito na realidade, ao menos estão conseguindo sucesso no empreendimento de banir qualquer final infeliz da crença das pessoas. Sim, muitos já estão vivendo como se a morte não existisse. Tanto é, que quando acontece de a realidade suplantar a imaginação e alguém de fato morre, as pessoas são tomadas de tal espanto que ficam em estado de choque. Mas logo vem o departamento de propaganda oferecendo entretenimento, para esquecer os fatos.
Quando alguém adoece, todos insistem em dizer “Não se preocupe, tenha fé, vai dar tudo certo!” Vão ao médico, ao curandeiro, à igreja, ao google em busca de tratamentos alternativos, sempre convencidos de que logo a saúde eterna será estabelecida, assim como a vida eterna.
Todo esse fascínio por entretenimento, e por qualquer forma de prazer, chega a ser penoso... Quando ousam olhar a realidade, são tomados pelo pânico de estarem vivos (considerando as implicações de tal fato). Então voltam correndo para qualquer fonte de alienação - drogas, compras, rituais de beleza, rituais religiosos, técnicas para esvaziar a mente, sexo, estudo, leitura, internet, tv, barulho, viagens, trabalho, projeto para mudar o mundo, projeto para salvar alguma planta ou animal, projetos e mais projetos para “matar” o tempo - para acreditar que a vida não é o que é, que a morte não é real, que a dor é pequena, que o desespero pode ser curado com alguma terapia... É a busca de algum prazer mais forte, é a volta para o entretenimento como negação da realidade, o hedonismo alienante.
Fico pensando na insanidade disso tudo...
Tento explicar que a realidade é diversa daquilo que anunciam, que o ser humano não é o que estão dizendo. Mas estão entretidos demais para prestar atenção às minhas palavras. E, quando ouvem alguma coisa daquilo que digo, não levam a sério. Foram treinados para crer que a realidade é o que acreditam, que verdade absoluta não existe, que cada um pode criar sua própria realidade. Não podem supor que a realidade é o que é, nem podem suportá-la...
Às vezes tento dizer sobre a Alegria, sobre a Esperança. Mas imaginam que sou de outro mundo – no que estão certos...
Anunciam que o mundo é um parque de diversões. Dizem que é pra viver intensamente. Há frases espalhadas, por toda a parte, para convencer-me que tenho dentro de mim solução pra todos os problemas. Os livros de autoajuda me dão conta que sou um tipo de divindade, em mim há toda a sorte de sonhos bonitos, além das ferramentas para construí-los – tudo que preciso é acreditar e seguir meu coração.
Parece que estão seriamente empenhados no propósito de excluir a morte do mundo. Se não conseguem tal feito na realidade, ao menos estão conseguindo sucesso no empreendimento de banir qualquer final infeliz da crença das pessoas. Sim, muitos já estão vivendo como se a morte não existisse. Tanto é, que quando acontece de a realidade suplantar a imaginação e alguém de fato morre, as pessoas são tomadas de tal espanto que ficam em estado de choque. Mas logo vem o departamento de propaganda oferecendo entretenimento, para esquecer os fatos.
Quando alguém adoece, todos insistem em dizer “Não se preocupe, tenha fé, vai dar tudo certo!” Vão ao médico, ao curandeiro, à igreja, ao google em busca de tratamentos alternativos, sempre convencidos de que logo a saúde eterna será estabelecida, assim como a vida eterna.
Todo esse fascínio por entretenimento, e por qualquer forma de prazer, chega a ser penoso... Quando ousam olhar a realidade, são tomados pelo pânico de estarem vivos (considerando as implicações de tal fato). Então voltam correndo para qualquer fonte de alienação - drogas, compras, rituais de beleza, rituais religiosos, técnicas para esvaziar a mente, sexo, estudo, leitura, internet, tv, barulho, viagens, trabalho, projeto para mudar o mundo, projeto para salvar alguma planta ou animal, projetos e mais projetos para “matar” o tempo - para acreditar que a vida não é o que é, que a morte não é real, que a dor é pequena, que o desespero pode ser curado com alguma terapia... É a busca de algum prazer mais forte, é a volta para o entretenimento como negação da realidade, o hedonismo alienante.
Fico pensando na insanidade disso tudo...
Tento explicar que a realidade é diversa daquilo que anunciam, que o ser humano não é o que estão dizendo. Mas estão entretidos demais para prestar atenção às minhas palavras. E, quando ouvem alguma coisa daquilo que digo, não levam a sério. Foram treinados para crer que a realidade é o que acreditam, que verdade absoluta não existe, que cada um pode criar sua própria realidade. Não podem supor que a realidade é o que é, nem podem suportá-la...
Às vezes tento dizer sobre a Alegria, sobre a Esperança. Mas imaginam que sou de outro mundo – no que estão certos...
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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