Palavra do leitor
- 30 de novembro de 2010
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Pra que serve a fé?
"A igreja faz sua história dentro dos contornos da existência concreta, cujas decisões e respostas dão a moldura de seu significado e sentido."
A palavra-chave da mensagem anunciada por Jesus Cristo, induvidosamente, sempre veio permeada e polarizada na reconciliação de Deus e o do ser humano. Nada mais, então, caberia a nós cristãos, senão assumirmos a incumbência de servos, de discípulos e testemunhas desse prática e dessa observação perene de conclamar o outro, em toda a sua extensão e intensidade, a retornarem a sua identidade primal.
Lugubremente, temos identificado, no desdobrar dos acontecimentos históricos, uma trajetória ambuígua e dantesca da Igreja. Basta atentarmos para os períodos de cumplicidade e numa espécie de simbiose com os poderes regidos por sistemas de subjugação e espoliação da liberdade, da dignidade, do respeito e solidariedade em face do ser humano.Nesses breves e desalinhavdos relatos, o conjuminar de interesses firmados entre a nascente Igreja e o carquético Império Romano decretou uma amalgama de princípios oriundos de uma cultura pagã e desumana. Por consequência, a Igreja sucumbiu diante das indumentárias, das parafernálias da opulência, de prestar um desserviço a Deus, ou seja, retirá-lo do cotidiano do homem de cada dia, com suas angústias, com suas dúvidas, com suas inseguranças, com suas lágrimas, com suas conquistas, com suas mudanças e por ai vai. Em tudo isso, vira e mexe, encontramos essa palavra tão palpitante e efervescente, ou seja, faça menção a fé. Para muitos, a fé representa uma questão a não ser submetida a nenhum crivo de análise empírico e cognitiva; muito menos, deve ser concebida como algo atrelado a esta ou aquela crença. Deve ser dito, poucas não são as arbitrariedades protagonizadas e desfechadas em nome de uma venerada fé em Deus, ou em deuses, ou em ídolos eteceres. Agora, delimitar-me-ei a arguir, a perquirir e a, expressamente, ir as entranhas da pergunta - ''pra que serve a fé?''.
Durante séculos, a fé cognominada cristã se manteve incólume, acima do bem e do mal; ai veio o eclodir das alterações de cunho social e cultural na Europa. Dentre tais efeitos colossais, destacamos a reforma protestante, mater de todas as liberdades humanas, das concepções e pressupostos de uma versão de Estado Absolutista, de uma economia em busca do progresso e da lucratividade, do promanar de uma incipiente classe social, ou seja, a burguesia. Isto sem falar na irrupção acarretada pelos ideais iluministas, pela autonomia cada vez mais pujante, por um senso de independência e defesa irrestrita da individualidade.
Eis aqui, dentre outros, uma das mudanças inexoráveis na trajetória da história humana e, obviamente, da cristã. Nessa linha de raciocínio, o mundo perpassou por eminentes situações de uma catástrofe com requintes apocalípticos (caso da segunda guerra mundial), da apreensão do ciclo da guerra – fria, dos focos, mais recentes, de uma hecatombe de ordem nuclear (entre nações submergidas em ideologias passíveis de causar conseqüências funestas na humanidade. De tudo isso, deveríamos evocar sobre a prevalência de um discurso de fé assaz discorrido por muitos representantes evangélicos. Abro um parêntese e mais considero um discurso de fé aportado a subtrair as minhas demandas de consumo, de aquisição, de lucro e mais nada. Lastimavelmente, parece que estamos diante de uma fé de predestinados e sortudos, de uma fé adaptada aos meus interesses e volições. Nessa linha de raciocínio, tateio pelas paredes da cristandade uma fé compromissada e comprometida a nos abrir em direção ao futuro de Deus. A grosso modo, ao futuro que nos espertar ao aqui e agora, a reconhecermos a mensagem precípua e portentosa da Igreja deve ser alinhavada ao resgate da dignidade do ser humano, a levantar comunidades eclesiásticas de homens, de mulheres, de jovens, de crianças e de idosos agasalhados ao amor de Deus, ou seja, Jesus Cristo, e, de tal modo, possam e possamos ouvir e fazer as boas-novas, em todas as esferas deste mundo.
Entrementes, sou confrontado com uma fé contaminada por uma ética relativista, por uma espiritualidade movida por momentos de êxtase e manipulação coletiva, por uma espiritualidade adstrita a cenas de exorcismo e curandeirismo, por uma espiritualidade estigmatizada por pessoas anônimas dentre de um espaço rotulado de igreja ou, em outras palavras, encontro a efeito de cada um resolver as suas demandas. Neste itinerário sobre o quão paradoxal e ignominioso consubstancia essa fé divorciada de Cristo, uma fé espúria, uma fé de conchavos (entre líderes eclesiásticos e políticos), uma fé privativa (direcionada ao meu mundo e só, sem nenhum impacto no oikos do qual fazemos parte). Sem titubear, acredito na manifestação dessa fé denominada Cristo e com a tarefa de nos reconciliar com Deus, com a humanidade, com o próximo e o nosso seu; isto implica nos torna livres para de sermos realmente amigos, companheiros e confidentes de uma comunidade de afetos.
A palavra-chave da mensagem anunciada por Jesus Cristo, induvidosamente, sempre veio permeada e polarizada na reconciliação de Deus e o do ser humano. Nada mais, então, caberia a nós cristãos, senão assumirmos a incumbência de servos, de discípulos e testemunhas desse prática e dessa observação perene de conclamar o outro, em toda a sua extensão e intensidade, a retornarem a sua identidade primal.
Lugubremente, temos identificado, no desdobrar dos acontecimentos históricos, uma trajetória ambuígua e dantesca da Igreja. Basta atentarmos para os períodos de cumplicidade e numa espécie de simbiose com os poderes regidos por sistemas de subjugação e espoliação da liberdade, da dignidade, do respeito e solidariedade em face do ser humano.Nesses breves e desalinhavdos relatos, o conjuminar de interesses firmados entre a nascente Igreja e o carquético Império Romano decretou uma amalgama de princípios oriundos de uma cultura pagã e desumana. Por consequência, a Igreja sucumbiu diante das indumentárias, das parafernálias da opulência, de prestar um desserviço a Deus, ou seja, retirá-lo do cotidiano do homem de cada dia, com suas angústias, com suas dúvidas, com suas inseguranças, com suas lágrimas, com suas conquistas, com suas mudanças e por ai vai. Em tudo isso, vira e mexe, encontramos essa palavra tão palpitante e efervescente, ou seja, faça menção a fé. Para muitos, a fé representa uma questão a não ser submetida a nenhum crivo de análise empírico e cognitiva; muito menos, deve ser concebida como algo atrelado a esta ou aquela crença. Deve ser dito, poucas não são as arbitrariedades protagonizadas e desfechadas em nome de uma venerada fé em Deus, ou em deuses, ou em ídolos eteceres. Agora, delimitar-me-ei a arguir, a perquirir e a, expressamente, ir as entranhas da pergunta - ''pra que serve a fé?''.
Durante séculos, a fé cognominada cristã se manteve incólume, acima do bem e do mal; ai veio o eclodir das alterações de cunho social e cultural na Europa. Dentre tais efeitos colossais, destacamos a reforma protestante, mater de todas as liberdades humanas, das concepções e pressupostos de uma versão de Estado Absolutista, de uma economia em busca do progresso e da lucratividade, do promanar de uma incipiente classe social, ou seja, a burguesia. Isto sem falar na irrupção acarretada pelos ideais iluministas, pela autonomia cada vez mais pujante, por um senso de independência e defesa irrestrita da individualidade.
Eis aqui, dentre outros, uma das mudanças inexoráveis na trajetória da história humana e, obviamente, da cristã. Nessa linha de raciocínio, o mundo perpassou por eminentes situações de uma catástrofe com requintes apocalípticos (caso da segunda guerra mundial), da apreensão do ciclo da guerra – fria, dos focos, mais recentes, de uma hecatombe de ordem nuclear (entre nações submergidas em ideologias passíveis de causar conseqüências funestas na humanidade. De tudo isso, deveríamos evocar sobre a prevalência de um discurso de fé assaz discorrido por muitos representantes evangélicos. Abro um parêntese e mais considero um discurso de fé aportado a subtrair as minhas demandas de consumo, de aquisição, de lucro e mais nada. Lastimavelmente, parece que estamos diante de uma fé de predestinados e sortudos, de uma fé adaptada aos meus interesses e volições. Nessa linha de raciocínio, tateio pelas paredes da cristandade uma fé compromissada e comprometida a nos abrir em direção ao futuro de Deus. A grosso modo, ao futuro que nos espertar ao aqui e agora, a reconhecermos a mensagem precípua e portentosa da Igreja deve ser alinhavada ao resgate da dignidade do ser humano, a levantar comunidades eclesiásticas de homens, de mulheres, de jovens, de crianças e de idosos agasalhados ao amor de Deus, ou seja, Jesus Cristo, e, de tal modo, possam e possamos ouvir e fazer as boas-novas, em todas as esferas deste mundo.
Entrementes, sou confrontado com uma fé contaminada por uma ética relativista, por uma espiritualidade movida por momentos de êxtase e manipulação coletiva, por uma espiritualidade adstrita a cenas de exorcismo e curandeirismo, por uma espiritualidade estigmatizada por pessoas anônimas dentre de um espaço rotulado de igreja ou, em outras palavras, encontro a efeito de cada um resolver as suas demandas. Neste itinerário sobre o quão paradoxal e ignominioso consubstancia essa fé divorciada de Cristo, uma fé espúria, uma fé de conchavos (entre líderes eclesiásticos e políticos), uma fé privativa (direcionada ao meu mundo e só, sem nenhum impacto no oikos do qual fazemos parte). Sem titubear, acredito na manifestação dessa fé denominada Cristo e com a tarefa de nos reconciliar com Deus, com a humanidade, com o próximo e o nosso seu; isto implica nos torna livres para de sermos realmente amigos, companheiros e confidentes de uma comunidade de afetos.
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