Pound Estava Certo

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Quando eu estava no ensino médio ouvi de uma entusiasta professora: “Literatura é a arte carregada de significado”. Logo depois, no fervor da adolescência, passei a ler Drummond, Mário e Oswald de Andrade. Que satisfação! Até chocar-me com o ateísmo de meus escritores favoritos, resignei-me a compreender o volume significativo que Ezra Pound citou.
No percurso de longa viagem todo motorista se anima ao avistar placas sinalizando lojas de conveniências, assim como um leitor, ávido por achar bom livro, comemora a satisfação de sua necessidade. Se viver é a arte excelente, Simone de Beauvoir revela que “na arte o homem se ultrapassa, definitivamente”. Pound tem razão: nada como descarregar as sílabas e procurar ler a arte da vida.
O próprio Criador faz uso de um livro e Se apresenta como o Verbo. Nele, cada palavra é misteriosa e exige o interesse do homem para ser revelada. Substantificadas como pão e água as palavras são o Espírito metabolizando a Vida Eterna (o próprio Deus) no espírito do homem. Pound continua tendo razão. Os significados podem ser traduzidos e preencher o vazio interior do homem. Não é por isso que os homens se esforçam tanto para escreverem mais e mais?
Todos escrevem procurando locupletar o espaço que apenas Deus preenche. Todo homem nasceu com espírito, embora usurpado pela alma, é o recipiente que todos procuram preencher. Diz o apóstolo Paulo: “... enchei-vos do Espírito...” (Ef 5:18), não como recurso literário, mas traduzindo o vaso humano (espírito) criado para conter Deus (Espírito). Mais que significativo, não é mesmo?

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Opinião do leitor