Palavra do leitor
- 14 de fevereiro de 2008
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Pós-modernidade hedonista e disciplina na Igreja
Quem caminha há algum tempo na fé cristã já pode notar (espero) que vivenciamos hoje um tipo de protestantismo que parece caminhar para um modelo semelhante ao catolicismo de massas (místico e desprovido de compromisso eclesial e divorciado da disciplina bíblica).
Há um reclame institucional no seio da igreja de Roma, visível a qualquer observador leigo que, aquelas pessoas que se identificam como católicas, que amam a sua igreja, e que reverenciam a pessoa de seu líder maior, peregrinam distanciadas de qualquer compromisso com muitos dos principais pressupostos defendidos pela Sé de Roma. Temas como aborto, controle da natalidade, celibato clerical, abstinência sexual do solteiros para ficar apenas com alguns não são vistos e cridos pelos fiéis da mesma forma que pelo magistério da Igreja Católica.
Todavia, já há alguns anos essa perspectiva tem ultrapassado os arrais do catolicismo romano e se almagamado no seio do protestantismo com o chamado movimento liberal.
Não há como negar, é só voltarmos os olhos para a história da humanidade e particularmente do cristianismo ocidental para verificarmos que diferente do pensamento do homem da idade média que tinha Deus como centro e do homem iluminista que tinha a si mesmo como centro, o homem pós-moderno tem como objetivo central a busca pelo prazer.
Em nenhuma outra oportunidade vivenciamos tão de perto um movimento de negação do sofrimento como o que agora se estabelece em nossa sociedade. Até mesmo igrejas ditas evangélicas tem usado como moto principal expressões como: "Pare de sofrer, temos aqui a solução para os seus problemas", mostrando claramente um distanciamento dos pressupostos bíblicos e reformados que enfatizam fartamente a trajetória sofredora da Igreja através dos séculos.
Mas falar de sofrimento em tempos assim parece não ser um discurso tão apreciado. Assim chegamos a uma triste e óbvia constatação: Falar de disciplina bíblica a um homem que não deseja sofrer e que precisa defender firmemente sua condição de "livre pensador" é uma ofensa, é um disparate, uma heresia.
Por esse motivo, uma das três "provas" exigidas pelos reformadores para atestar a pureza e a conformidade da igreja com a verdadeira religião de Jesus Cristo esta sendo deixada de lado, esquecida em um passado que não se quer recordar.
Pregação e ensino corretos das Escrituras, administração bíblica dos sacramentos e disciplina bíblica/eclesiástica foram e continuam sendo marcas das denominações herdeiras da reforma protestante.
Porque então igrejas neófitas desprezam tais marcas, em especial a da disciplina, e "doutrinam" seus crentes a viverem como se estivessem já na Canaã Celestial, sem cruz, sem pecado, sem sofrimento, sem lágrimas ou dor? Porque capitularam diante do Espírito deste século, que cega o entendimento para que a luz do Evangelho não resplandeça como deve resplandecer, iluminando as trevas e apontando os erros dos homens.
O mais grave no entanto é vermos igrejas históricas e reformadas, as quais deveriam servir como luzeiros as mais novas, caminhando nessa mesma direção a passos largos. Pensar, pregar e ensinar que a disciplina eclesiástica quando aplicada biblicamente, na medida correta e com amor é uma coisa má, é perverter o posicionamento inspirado e infalível das Sagradas Escrituras que aponta a disciplina como uma ferramenta dada por Deus para correção de seus filhos a fim de reeduca-los e reconduzi-los a uma vida de santidade e comunhão com o Senhor e com os irmãos.
Vale a pena dar uma olhadinha em alguns textos bíblicos que de maneira muita clara falam sobre o assunto a fim de que não nos deixemos enganar como aqueles que se cercaram de mestres segundo seu próprio entendimento e só ouvem o que lhes é agradável:
Deuteronômio 8.5
"Sabe, pois, no teu coração, que, como um homem disciplina a seu filho, assim te disciplina, o Senhor teu Deus".
Jó 5.17
"Bem-aventurado é o homem a quem Deus disciplina; não desprezes, pois, a disciplina do Todo Poderoso".
Provérbios 3.11-12
"Filho meu, não rejeites a disciplina do Senhor, nem te enfades da sua repreensão. Porque o Senhor repreende a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem".
Jeremias 17.20a.-23
"e dize-lhes: Ouvi a palavra do Senhor, vós reis de Judá e toda o Judá... Mas não atenderam, não inclinaram os ouvidos; antes, endureceram a cerviz, para não me ouvirem, para não receberem disciplina".
Hebreus 12.4-7
Ora, na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até o sangue e estais esquecidos da exortação que, como a filhos, discorre convosco: Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por Ele é reprovado; porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe. É para disciplina que sofreis; Deus vos trata como a filhos; pois qual é o filho a quem o pai não corrija?
Naturalmente para aqueles que não querem ouvir e ver sempre haverá um "jeitinho" que leve o entendimento correto do texto bem para longe do pretendido pelo Espírito Santo.
Concluo ressaltando a última frase de Hebreus 12.4-7: "Qual é o filho a quem o pai não corrija?" (Quem tiver outra resposta que não a bíblica, responda por si) "Bem aventurados aqueles que são corrigidos, pois são filhos de Deus."
A Ele glória para sempre.
Há um reclame institucional no seio da igreja de Roma, visível a qualquer observador leigo que, aquelas pessoas que se identificam como católicas, que amam a sua igreja, e que reverenciam a pessoa de seu líder maior, peregrinam distanciadas de qualquer compromisso com muitos dos principais pressupostos defendidos pela Sé de Roma. Temas como aborto, controle da natalidade, celibato clerical, abstinência sexual do solteiros para ficar apenas com alguns não são vistos e cridos pelos fiéis da mesma forma que pelo magistério da Igreja Católica.
Todavia, já há alguns anos essa perspectiva tem ultrapassado os arrais do catolicismo romano e se almagamado no seio do protestantismo com o chamado movimento liberal.
Não há como negar, é só voltarmos os olhos para a história da humanidade e particularmente do cristianismo ocidental para verificarmos que diferente do pensamento do homem da idade média que tinha Deus como centro e do homem iluminista que tinha a si mesmo como centro, o homem pós-moderno tem como objetivo central a busca pelo prazer.
Em nenhuma outra oportunidade vivenciamos tão de perto um movimento de negação do sofrimento como o que agora se estabelece em nossa sociedade. Até mesmo igrejas ditas evangélicas tem usado como moto principal expressões como: "Pare de sofrer, temos aqui a solução para os seus problemas", mostrando claramente um distanciamento dos pressupostos bíblicos e reformados que enfatizam fartamente a trajetória sofredora da Igreja através dos séculos.
Mas falar de sofrimento em tempos assim parece não ser um discurso tão apreciado. Assim chegamos a uma triste e óbvia constatação: Falar de disciplina bíblica a um homem que não deseja sofrer e que precisa defender firmemente sua condição de "livre pensador" é uma ofensa, é um disparate, uma heresia.
Por esse motivo, uma das três "provas" exigidas pelos reformadores para atestar a pureza e a conformidade da igreja com a verdadeira religião de Jesus Cristo esta sendo deixada de lado, esquecida em um passado que não se quer recordar.
Pregação e ensino corretos das Escrituras, administração bíblica dos sacramentos e disciplina bíblica/eclesiástica foram e continuam sendo marcas das denominações herdeiras da reforma protestante.
Porque então igrejas neófitas desprezam tais marcas, em especial a da disciplina, e "doutrinam" seus crentes a viverem como se estivessem já na Canaã Celestial, sem cruz, sem pecado, sem sofrimento, sem lágrimas ou dor? Porque capitularam diante do Espírito deste século, que cega o entendimento para que a luz do Evangelho não resplandeça como deve resplandecer, iluminando as trevas e apontando os erros dos homens.
O mais grave no entanto é vermos igrejas históricas e reformadas, as quais deveriam servir como luzeiros as mais novas, caminhando nessa mesma direção a passos largos. Pensar, pregar e ensinar que a disciplina eclesiástica quando aplicada biblicamente, na medida correta e com amor é uma coisa má, é perverter o posicionamento inspirado e infalível das Sagradas Escrituras que aponta a disciplina como uma ferramenta dada por Deus para correção de seus filhos a fim de reeduca-los e reconduzi-los a uma vida de santidade e comunhão com o Senhor e com os irmãos.
Vale a pena dar uma olhadinha em alguns textos bíblicos que de maneira muita clara falam sobre o assunto a fim de que não nos deixemos enganar como aqueles que se cercaram de mestres segundo seu próprio entendimento e só ouvem o que lhes é agradável:
Deuteronômio 8.5
"Sabe, pois, no teu coração, que, como um homem disciplina a seu filho, assim te disciplina, o Senhor teu Deus".
Jó 5.17
"Bem-aventurado é o homem a quem Deus disciplina; não desprezes, pois, a disciplina do Todo Poderoso".
Provérbios 3.11-12
"Filho meu, não rejeites a disciplina do Senhor, nem te enfades da sua repreensão. Porque o Senhor repreende a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem".
Jeremias 17.20a.-23
"e dize-lhes: Ouvi a palavra do Senhor, vós reis de Judá e toda o Judá... Mas não atenderam, não inclinaram os ouvidos; antes, endureceram a cerviz, para não me ouvirem, para não receberem disciplina".
Hebreus 12.4-7
Ora, na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até o sangue e estais esquecidos da exortação que, como a filhos, discorre convosco: Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por Ele é reprovado; porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe. É para disciplina que sofreis; Deus vos trata como a filhos; pois qual é o filho a quem o pai não corrija?
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