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Palavra do leitor

Pornofonia musical

Há um ditado popular que diz: "Quem canta, seus males espanta". Se isto fosse verdade, deduzo que o Brasil seria um "Paraíso Tropical" (e bem diferente do enredo sugerido pelo novo folhetim das 8 da Rede Globo, o qual, de ¨Paraíso¨, só tem o nome).

No caldeirão musical nacional, cabe todo gênero: Funk, Forró, Sertanejo, Rock, Axé, Brega, MPB e etc. Comparado a uma feijoada, diríamos que todos os ingredientes estão presentes. Só não come quem não quer. E, neste ponto, o brasileiro está com a mente empanturrada de lixo musical, principalmente pelas produções geradas nos últimos dez anos, oriundas do mundo funk e brega, com letras de ¨triplo¨ sentido, produzidas nos porões de um tipo de mente que ¨só pensa naquilo¨, fazendo-nos lembrar o chavão usado pela personagem Dona Bela, interpretado pela já falecida atriz Zezé Macedo, do extinto programa Escolinha do Professor Raimundo, da Rede Globo.

Na fase de ebulição do pop-rock, lá pelo início dos anos 80, quando adentrei a adolescência, vi surgir melodias agradabilíssimas, mas com algumas letras que já deixavam antever a chegada de um tempo de afrouxamento dos valores morais, mas, certamente, nada que indicasse um total desmantelamento dos mesmos, e em tão pouco tempo.

Bem recentemente, ao entrar num salão para aparar os cabelos que já começam a rarear em minha cabeça, tocava na rádio a famosa música Tempos Modernos, composta e interpretada por Lulu Santos. À medida que escutava, refletindo na letra, percebi o quanto a mesma sintetiza o contexto destes últimos dez anos (bem típicos daqueles profetizados por Jesus, como realidade das práticas e filosofias humanas em voga no período que antecederá a volta do Senhor: ¨comamos e bebamos, pois amanhã morreremos¨), com todo o seu hedonismo, relativismo e permissividade, onde a palavra não, também como expressão da necessidade de refrear os impulsos humanos às práticas contrárias à Palavra de Deus, encontra-se quase em extinção, em situação bem semelhante ao que está acontecendo com os animais silvestres da Selva
Amazônica.

E assim caminha a humanidade ...

"Tempos Modernos

Eu vejo a vida melhor no futuro!
Eu vejo isso por cima de um muro,
de hipocrisia que insiste em nos rodear.
Eu vejo a vida mais clara e farta,
repleta de toda satisfação,
que se tem direito,
do firmamento ao chão!
Eu quero crer no amor numa boa,
que isso valha prá qualquer pessoa,
que realizar a força que tem uma paixão!
Eu vejo um novo começo de era,
de gente fina elegante e sincera,
com habilidade pra dizer mais sim do que não!

Hoje o tempo voa amor,
Escorre pelas mãos!
Mesmo sem se sentir,
não há tempo que volte amor,
vamos viver tudo que há pra viver!
Vamos nos permitir!"
Recife - PE
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