Palavra do leitor
- 30 de outubro de 2018
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Por quem você tem chorado?
Aquela seria uma manhã como qualquer outra. Algumas reuniões com os oficiais e empregados do belo palácio de inverno construído por Dario I, em Susã, cidade do reino persa. Documentos a serem analisados, agenda de reuniões a ser preparada. Ser copeiro do rei não era uma função fácil, as responsabilidades eram muitas. Não havia tempo para conversas fúteis e a segurança do imperador era a prioridade máxima. Porém, em meio aos muitos afazeres, um dos secretários lhe diz que uma caravana do sul havia chegado. Nela, homens e mulheres famintos e sedentos, refugiados de uma terra distante em busca de abrigo. No livro que leva seu nome temos o seguinte relato:
"Veio Hanani, um de meus irmãos, ele e alguns de Judá; e perguntei-lhes pelos judeus que escaparam, e que restaram do cativeiro, e acerca de Jerusalém. E disseram-me: Os restantes, que ficaram do cativeiro, lá na província estão em grande miséria e desprezo; e o muro de Jerusalém fendido e as suas portas queimadas a fogo." Ne 1:2,3
Este era o cenário com o qual um dos personagens que viveu há mais de 400 anos antes de Cristo se deparou numa terra muito distante de nós. Neemias é seu nome, e quando teve o diálogo acima, estava vivendo na Pérsia, o grande império que dominava Israel e boa parte do mundo conhecido, e onde era o braço direito do rei Artaxerxes, um dos homens mais poderosos e temíveis da Terra de quem tinha total confiança. Da leitura de sua história e de seu testemunho, gostaria de tirar algumas lições que podem nos ajudar nos nossos desafios, planos e projetos. Quer seja o novo presidente do país ou alguém comum, todos têm de tomar decisões na vida e em muitas dessas decisões pessoas serão impactadas pela nossa visão e liderança ou pela falta delas.
Lendo a história, você verá que Neemias estava numa situação muito confortável e nela poderia continuar por muito tempo. Embora de descendência israelita, havia nascido em solo persa e, portanto, a cultura e filosofia desta nação já lhe eram familiares. Todavia, esse judeu tinha nas veias o sangue de um povo nômade marcado por uma história de lutas, perseguições, exílios e desertos. Mas, principalmente, uma nação marcada por ter sido escolhida por Deus para revelar ao mundo, em todos os tempos, Sua luz e Sua salvação. Um povo de cuja linhagem sairia o "Primogênito de toda a criação" (Colossenses 1:15), "a Rocha" (1 Coríntios 10:4), "o Mediador" (1 Timóteo 2:5). Sabendo das situação decadente e triste pela qual os seus passavam, Neemias chora copiosamente por vários dias entrando numa crise de profunda depressão. Ouvir o seu irmão foi o início de uma grande jornada na qual Deus usaria Neemias para fazer uma obra urgente e única. Sim, Neemias chorou, mas enquanto chorava ele orava pelo seu povo. Um homem ocupado, mas que sabia a importância de parar e entrar na presença do Altíssimo. Ao chegar nesta parte da narrativa bíblica, pergunto a mim mesmo: quando foi a última vez que chorei por alguém? Como está o meu nível de sensibilidade para com a dor do outro? Tenho me colocado no lugar daquele que, ao meu lado, grita por socorro? Tenho gastado meu tempo para perceber a miséria do outro?
A história deste líder bíblico, que se tornaria governador de Jerusalém e o grande reformador da nação de Israel, nos mostra que Deus opera soberanamente por meio de agentes humanos responsáveis a fim de realizar o seu propósito redentor e nos traz muitos ensinamentos que podem ser captados ao longo dos capítulos. Eis alguns deles:
1. Reconhecer nossa pequenez e a nossa dependência de Deus. Diz Neemias: "estive jejuando e orando perante o Deus dos céus (1.4);
2. Reconhecer nossa condição de pecadores: "e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, que temos cometido contra ti; também eu e a casa de meu pai temos pecado" (1.6);
3. Necessidade de termos objetivos e planos claros: "peço-te que me envies a Judá" (2.5-6) e ainda sabermos o tempo certo para agir: "apontando-lhe eu um certo tempo";
4. Reconhecer que os inimigos, internos e externos, se levantarão contra nós (2.10);
5. Necessidade de sairmos do conforto e prosseguirmos para onde Deus quer nos levar e usar: "E cheguei a Jerusalém, e estive ali três dias" (2.11);
Reformar, reconstruir, reerguer talvez sejam as palavras que podem resumir a história deste homem sábio e piedoso. Num momento de mudanças pelo qual estamos passando, quer sejamos chamados a dirigir uma nação, uma empresa, uma família ou liderar alguém, é prudente seguir suas dicas e orientações. Não confie em seu coração. Você não foi criado para ser autônomo e independente. Confie e dependa Daquele que tem o domínio sobre tudo e todos, "O que guarda a aliança e a benignidade para com aqueles que O amam" (Ne 1.5).
Presbítero Tony - faos.ead@gmail.com
Graduado em Liderança Haggai Institute
"Veio Hanani, um de meus irmãos, ele e alguns de Judá; e perguntei-lhes pelos judeus que escaparam, e que restaram do cativeiro, e acerca de Jerusalém. E disseram-me: Os restantes, que ficaram do cativeiro, lá na província estão em grande miséria e desprezo; e o muro de Jerusalém fendido e as suas portas queimadas a fogo." Ne 1:2,3
Este era o cenário com o qual um dos personagens que viveu há mais de 400 anos antes de Cristo se deparou numa terra muito distante de nós. Neemias é seu nome, e quando teve o diálogo acima, estava vivendo na Pérsia, o grande império que dominava Israel e boa parte do mundo conhecido, e onde era o braço direito do rei Artaxerxes, um dos homens mais poderosos e temíveis da Terra de quem tinha total confiança. Da leitura de sua história e de seu testemunho, gostaria de tirar algumas lições que podem nos ajudar nos nossos desafios, planos e projetos. Quer seja o novo presidente do país ou alguém comum, todos têm de tomar decisões na vida e em muitas dessas decisões pessoas serão impactadas pela nossa visão e liderança ou pela falta delas.
Lendo a história, você verá que Neemias estava numa situação muito confortável e nela poderia continuar por muito tempo. Embora de descendência israelita, havia nascido em solo persa e, portanto, a cultura e filosofia desta nação já lhe eram familiares. Todavia, esse judeu tinha nas veias o sangue de um povo nômade marcado por uma história de lutas, perseguições, exílios e desertos. Mas, principalmente, uma nação marcada por ter sido escolhida por Deus para revelar ao mundo, em todos os tempos, Sua luz e Sua salvação. Um povo de cuja linhagem sairia o "Primogênito de toda a criação" (Colossenses 1:15), "a Rocha" (1 Coríntios 10:4), "o Mediador" (1 Timóteo 2:5). Sabendo das situação decadente e triste pela qual os seus passavam, Neemias chora copiosamente por vários dias entrando numa crise de profunda depressão. Ouvir o seu irmão foi o início de uma grande jornada na qual Deus usaria Neemias para fazer uma obra urgente e única. Sim, Neemias chorou, mas enquanto chorava ele orava pelo seu povo. Um homem ocupado, mas que sabia a importância de parar e entrar na presença do Altíssimo. Ao chegar nesta parte da narrativa bíblica, pergunto a mim mesmo: quando foi a última vez que chorei por alguém? Como está o meu nível de sensibilidade para com a dor do outro? Tenho me colocado no lugar daquele que, ao meu lado, grita por socorro? Tenho gastado meu tempo para perceber a miséria do outro?
A história deste líder bíblico, que se tornaria governador de Jerusalém e o grande reformador da nação de Israel, nos mostra que Deus opera soberanamente por meio de agentes humanos responsáveis a fim de realizar o seu propósito redentor e nos traz muitos ensinamentos que podem ser captados ao longo dos capítulos. Eis alguns deles:
1. Reconhecer nossa pequenez e a nossa dependência de Deus. Diz Neemias: "estive jejuando e orando perante o Deus dos céus (1.4);
2. Reconhecer nossa condição de pecadores: "e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, que temos cometido contra ti; também eu e a casa de meu pai temos pecado" (1.6);
3. Necessidade de termos objetivos e planos claros: "peço-te que me envies a Judá" (2.5-6) e ainda sabermos o tempo certo para agir: "apontando-lhe eu um certo tempo";
4. Reconhecer que os inimigos, internos e externos, se levantarão contra nós (2.10);
5. Necessidade de sairmos do conforto e prosseguirmos para onde Deus quer nos levar e usar: "E cheguei a Jerusalém, e estive ali três dias" (2.11);
Reformar, reconstruir, reerguer talvez sejam as palavras que podem resumir a história deste homem sábio e piedoso. Num momento de mudanças pelo qual estamos passando, quer sejamos chamados a dirigir uma nação, uma empresa, uma família ou liderar alguém, é prudente seguir suas dicas e orientações. Não confie em seu coração. Você não foi criado para ser autônomo e independente. Confie e dependa Daquele que tem o domínio sobre tudo e todos, "O que guarda a aliança e a benignidade para com aqueles que O amam" (Ne 1.5).
Presbítero Tony - faos.ead@gmail.com
Graduado em Liderança Haggai Institute
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