Por que as pessoas sofrem?

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Sentei-me com um irmão amado e, durante alguns momentos,

procuramos refletir acerca do sofrimento. A velha máxima veio às nossas mentes:

"porque pessoas boas sofrem?" Listamos várias pessoas e famílias do nosso círculo de conhecimento e amizade que, no presente momento, estão passando por um "vale árido" de sofrimento, decepções, angústias e dores. Sentimo-nos humilhados, insuficientes e impotentes diante dos fatos, então tivemos que voltar os olhos para as promessas de Deus: "quando tentei entender tudo isso, achei muito difícil para mim, até que entrei no santuário de Deus" – Salmo 73:16-17. Para alguém com olhos críticos pode até parecer um ‘escapismo’, uma ‘muleta’ dos evangélicos, para fugir da realidade, mas cá para nós, graças a Deus por este “escape e muleta” que é a Palavra de Deus.
 
Diz nos o SENHOR que “os sofrimentos do tempo presente não são para comparar com a glória por vir a ser revelada em nós” – Romanos 8:19. Neste texto, podem ser observados alguns contrastes maravilhosos, como ‘sofrimentos’ X ‘glória’; ‘tempo presente’ x ‘porvir’ e ‘o que somos agora’ X ‘o que vai ser revelado em nós’. E a exposição do apóstolo chega ao seu clímax porque, verdadeiramente, não existe comparação, pois a glória, o porvir e o que vai ser revelado em nós é infinitamente melhor.

O capítulo 8 de Romanos fala sobre a nossa libertação em Cristo. Ainda não gozamos a plenitude desta libertação que se dará com a redenção do nosso corpo, mas, de fato, fomos libertos em Cristo e somos guiados pelo Espírito Santo. É também neste mesmo capítulo que está o verso mais citado por nós: “sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam” - Romanos 8:28. Quando alguém está sofrendo e mencionamos este versículo bíblico pode ser simplista, entretanto nossa firme convicção está no propósito final (téelw") de tudo, ou seja, o porquê Deus permite que seus filhos passem por sofrimentos, angústias e dores. O texto afirma: “Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para (que indica o propósito de Deus) serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos” – Romanos 8:29.

À medida que começarmos a olhar para o sofrimento, as decepções, as angústias e as dores que envolvem este mundo (e nossa vida também) pela perspectiva do propósito de Deus, tornar-se-á mais fácil passar pelos “vales áridos” sem murchar ou se amargurar. Deus nos fará semelhantes ao Seu Filho. E as adversidades são parte de um processo didático no qual Deus vai “trans-formando” nosso caráter, fazendo-nos pessoas mais humanas, mais sensatas, mais justas e santas, amadurecendo-nos espiritualmente para sermos parecidos com o Senhor Jesus Cristo. Por isso, em Seu infinito amor e com este glorioso fim em vista, Deus não nos poupa das lágrimas. 

Destarte, devemos nos lembrar que o próprio Deus e também Seu Filho sofreram no monte do calvário. Deus não apenas discursa teoricamente sobre sofrimento, mas em Cristo “ele é homem de dores e que sabe o que é padecer” – Isaías 53:3. Por isso, “se somos filhos, então somos herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, se de fato participamos dos seus sofrimentos, para que também participemos da sua glória” – Romanos 8:17.

Quando firmamos nossa fé nas verdades da Palavra de Deus, então podemos “re-agir” com confiança e esperança. A lista dos irmãos que passam pelo “vale árido” se transformou em motivo de oração e regozijo, como o apóstolo Paulo que tinha uma maneira toda especial de enfrentar os “vales”: “e por isso estou sofrendo estas cousas (ele estava preso), todavia não me envergonho; porque sei em quem tenho crido, e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia” - 2 Timóteo 1:12. 

No seu poema, “Viver não dói”, Carlos Drumond de Andrade diz assim: “Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. A dor é inevitável. O sofrimento é opcional”.
Que vocês meus irmãos sejam fortalecidos pela graça para que fiquem firmes na fé, na constância e na pureza quando tiverem que trilhar o vale árido. Deus vos encha de todo o gozo no vosso crer.

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Opinião do leitor