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Palavra do leitor

Ponto de Contato

Fator Melquisedeque é o termo usado pela teologia e antropologia para se referir à consciência universal da existência de um Deus único diante das diversidades de expressões culturais e religiosas dos muitos povos ao longo da história da humanidade. O primeiro a usar o termo foi Don Richardson, autor do livro de mesmo nome, "Fator Melquisedeque", que através de relatos antropológicos mostra o quanto “vestígios de Deus” têm aparecido aos povos dando-lhes, assim, a oportunidade de conhecê-Lo (revelação geral) o que abriria caminho para que, em momento oportuno, eles recebessem agentes do Senhor que os apresentaria o Cristo Salvador (revelação especial).
 
Sim, Deus não apenas pôs essa consciência nos povos como os usa nos seus atos soberanos. Como um grande quebra-cabeças envolvendo toda a eternidade e todo o Universo, a Trindade, reunida naquele santo conselho onde seria orquestrado o grande plano salvífico, decidiu que o Filho se faria carne e habitaria no meio da história humana (1Jo 1.2). Para que este fato se concretizasse, três povos seriam movidos soberanamente pelo Altíssimo, como peças de um grande tabuleiro, formatando aquele momento e cenário ideais tão bem captados pelo apóstolo Paulo quando diz em sua carta aos gálatas: “...vindo, pois, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho...”(cap 4.4). Estas três culturas foram: os Hebreus, os Gregos e os Romanos. Cada um colaboraria de alguma forma para que o palco estivesse pronto para a maior das histórias que alguém poderia um dia contar, o grande evento que poderia ser chamado de “Ponto de Contato”. Sim, Deus “nem tarda, nem falha”, não age antes nem depois, Ele sempre está no momento certo, pleno.
 
Como sabemos, os hebreus, povo nascido a partir da migração de um caldeu chamado Abraão, que obedecendo ao chamado de Deus, se instala na terra da Palestina. Curiosamente, o rei-sacerdote Melquisedeque citado no início, surge no caminho de Abraão e este lhe faz uma oferta especial. Deste povo, surgiria o monoteísmo, a lei mosaica, o templo e todo o cerimonial que acenderia no povo uma “expectativa messiânica”. Isto era tão forte que todas as famílias, ao nascer de uma criança, aspiravam ser esta o Messias esperado de Israel. 
 
Já os gregos contribuíram basicamente com dois elementos: a língua universal falada em todo o império romano, o koinê, que facilitou a divulgação do Evangelho e a expansão do cristianismo e a filosofia, que preparou a vinda do cristianismo por ter destruído as religiões pagãs. Paul Tillic identifica, por exemplo, cinco pontos da filosofia grega importados para a teologia cristã, a saber: o conceito de transcedência, a desvalorização da existência material, a alma que tenta livrar-se da escravidão do corpo,  a Providência Divina e a imaterialidade e  perfeição do divino.
 
E o que falar dos romanos? A contribuição destes pode ser vista em quatro fatores: (1) domínio mundial de Roma - o objetivo dos romanos era ter a supremacia sobre toda a costa do Mediterrâneo; (2) os povos unificados - todos os governos tinham sido derrubados e um poder único dominava em toda parte. Os Romanos, como nenhum outro povo até então, desenvolveram um sentido da unidade da espécie sob uma lei universal; (3) a paz universal (pax romana) - cidadãos e governantes estavam exaustos de tantas guerras. As guerras entre as nações tornaram-se quase impossíveis sob a égide desse poderoso império e (4) o intercâmbio entre os vários povos - as pessoas se locomoviam de uma cidade para outra ou de um país para outro muito mais rápido e em segurança graças ao eficiente e poderoso exército. A primeira grande onda de “globalização”.
 
Talvez por isso, como que numa forma de reconhecimento, mas também de misericórdia, o próprio Jesus disse a Ananias (At 9.15), ordenando-lhe que fosse até Paulo logo após a conversão deste: "Vá! Este homem é meu instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios (gregos), os reis (romanos), e perante o povo de Israel (hebreus)”.
 
Como três longas avenidas que se encontram numa interseção, esses povos com suas especificidades formaram o cenário perfeito e prepararam o ambiente propício na agenda divina para que a terra recebesse o céu, para que as trevas fossem invadidas pela luz. Enfim, para que tivéssemos a possibilidade de um “Ponto de Contato”.

Presbítero Tony
faos.ead@gmail.com
Graduado em Liderança pelo Haggai Institute (USA)
 
Brasília - DF
Textos publicados: 80 [ver]
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