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Palavra do leitor

Personagens de um grande romance

Vocês conhecem alguém que costuma ler manuais de instrução? E livros de leis e/ou regras? Eu não conheço.

Um dia desses, atentei para a maneira como costumamos nos referir à Bíblia. Se você é um cristão protestante, certamente já ouviu dizer que a Bíblia é a nossa única e exclusiva regra de fé e prática. Muitos, creio eu, também já ouviram que a Bíblia é o Manual do Fabricante (sendo Deus o industrial e nós, o produto).

Sempre que queremos enfatizar a importância da Bíblia para a vida cristã, recorremos a essas imagens. Mas há um problema gravíssimo nelas! Quando dizemos essas coisas, estamos dizendo que a Bíblia é algo absolutamente dispensável, que até tem alguma utilidade no detalhe, mas em linhas gerais não é assim tão importante. Do mesmo modo que jogadores são perfeitamente capazes de jogar um jogo qualquer sem nunca terem lido as regras e qualquer usuário pode usar seus equipamentos sem ter sequer folheado o manual de instruções, vemos cristãos que jamais leem a Bíblia.

Perceberam como a analogia está equivocada? A mensagem transmitida não é só ineficaz; ela é exatamente o oposto do que pretendíamos dizer. É uma linguagem muito pouco convidativa. E o que é mais triste: a Bíblia não tem, nem de longe, a linguagem empolada das leis, nem o estilo enfadonho dos manuais.

Quando abrimos as páginas da Bíblia, encontramos aventura, tragédia, suspense, romance. Traição, mas também fidelidade. Covardia, mas também coragem. Tristeza, mas também consolo. Pecado, mas também santidade. Nas páginas da Bíblia encontramos histórias belíssimas, histórias capazes de inspirar gerações de poetas e escritores. Dante, Milton, Shakesperare, Dostoievski, Tolstói, C. S. Lewis, Tolkien... A lista prosseguiria.

Pensando numa maneira alternativa para me referir à Bíblia, de modo a evitar essa maneira insípida de tratá-la, pensei em algo como: a Bíblia é uma grande biografia de Deus escrita por homens e mulheres que o conheceram de perto e, ao mesmo tempo, é o grande romance divino escrito por Ele Mesmo, do qual somos leitores, mas também personagens. Somos personagens da Bíblia quando nos identificamos com elas: assim, posso ser precipitado como Pedro, arrogante como Saulo, hipócrita como um fariseu; valente como Davi, obstinado como Daniel, perseverante como Jó. Ora ocupamos a posição de Paulo ao exortar a igreja, ora somos a igreja exortada.

Mas somos personagens também num outro sentido. Leram (ou assistiram) “Coração de tinta”? Trata-se de uma narrativa fantástica em que, à medida que um livro era lido, os personagens se libertavam do “mundo de papel” e passavam a fazer parte de nosso mundo. Nas páginas da Bíblia acontece algo semelhante. Aquelas realidades evocadas pelas palavras passam a ser reais também em nosso mundo, em nós!

Quando lemos a Bíblia, somos transportados para um outro mundo e experimentamos coisas que fogem da pequenez de nosso cotidiano. Quando lemos a Bíblia, um outro mundo é transportado para o nosso, e experimentamos coisas que fogem da pequenez de nosso cotidiano. Quando lemos a Bíblia, crescemos. Quando lemos a Bíblia, nos damos conta de que somos parte de uma narrativa que segue desde a eternidade até a eternidade.

Gosto de saber que nós, aqui e agora, fazemos parte de uma história que começou antes da criação, prosseguiu por todo o período da revelação de Deus registrado nas Escrituras, passou por toda a história da igreja, nos alcançou e segue adiante para depois de nós. Saber que somos a continuação de uma história que precede a criação não é pouca coisa. Se quiser saber as cenas dos próximos capítulos, leia a Bíblia.
São Paulo - SP
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