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Palavra do leitor

Perseguidos, mas não desamparados

O movimento cristão, ou seja, o movimento em torno dos ideais de Cristo, já surgiu debaixo de perseguições, como bem avisou Jesus: "Tenham cuidado, pois os homens os entregarão aos tribunais e os açoitarão nas sinagogas deles. Por minha causa vocês serão levados à presença de governadores e reis como testemunhas a eles e aos gentios" (Mt 10.17-18-NVI). Jesus tinha plena consciência de que a nova Mensagem, sua proposta e exigências de Reino, os desafios para um novo estilo de vida baseados na renúncia de si mesmo e no compromisso com a cruz, não seriam aceitos pelos "religiosos oficiais".

Aqueles que sempre almejaram a primazia e lucraram com a ignorância dos simples, praticando uma religião ritualística, oca e inexpressiva, partiram logo para o ataque. A motivação era esta: "Todos odiarão vocês por minha causa" (Mt 10.22a-NVI), afirmou Jesus. Mas, se uma palavra podia servir de consolo, que tal esta: "Não
tenham medo dos que matam o corpo, mas não podem matar a alma" (Mt 10.28a-NVI). E assim, os adversários do Reino não tiveram piedade. Lançaram-se sobre os discípulos de Jesus tais quais animais selvagens se lançam sobre presas indefesas. Forjaram todo tipo de denúncias falsas, mentiram, perseguiram, agiram com dolo, malignidade e injustiça. Mas para Jesus não há sacrifício sem vantagem. Todos que abandonaram tudo por amor ao Mestre e que foram conscientizados das aflições e sofrimentos, conheciam estas promessas: "Bem-aventurados serão vocês quando, por minha causa, os insultarem, os perseguirem e levantarem todo tipo de calúnia contra vocês. Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é sua recompensa nos céus" (Mt 5.11-12b-NVI).

Promessa de um lado, perseguições do outro. Primeiro a religião oficial, o Judaísmo com a sua corja de "fariseus hipócritas"; depois a tirania satânica do Império Romano com as suas mais variadas formas de torturas e crueldades; as filosofias diabólicas como gnosticismo, epicurismo e estoicismo e, por último, as traições e corrupções de "falsos irmãos" dentro das comunidades de fé. Mas Jesus não nos deixou sem aviso: "O irmão entregará à morte o seu irmão, os inimigos do homem serão os da sua própria família" (Mt 10.21.36-NVI). E, no âmbito das perseguições, sofrê-las por aqueles que comungam a mesma fé é algo realmente ultrajante. É possível que não haja fora da igreja crime mais hediondo, mais vergonhoso, mais sádico do que os cometidos dentro dela por pessoas que saúdam com a "paz do Senhor", mas que estão com os corações cheios de ira e prontos para a guerra injusta. Foi com medo de "irmãos" assim que
o apóstolo Paulo nos advertiu: "Mas agora estou lhes escrevendo que não devem associar-se com qualquer que, dizendo-se irmão, seja imoral, avarento, idólatra, caluniador, alcoólatra ou ladrão. Com tais pessoas vocês nem devem comer" (1Co 5.11-NVI). O perigo está  entre nós. É a velha e mais eficaz estratégia de Satanás: enfraquecer
a base, destruir a comunhão! E para isto, age-se em todo tempo.

Diante de tudo, por mais pessimista que pareça, há vantagem eterna. Não estamos abandonados. O dono da Missão jamais nos deixará. Ele é fiel e garantiu: "E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos" (Mt 28.20b-NVI). Portanto, embora os dissabores sejam grandes e as lutas quase intermináveis, atentemos para as consoladoras palavras do apóstolo: "Por isso não desanimamos. Embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia, pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais que todos eles" (2Co 4.16-17-NVI). Vale apena padecer por Cristo Jesus. Não estamos sós!
Goiânia - GO
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