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Palavra do leitor

Perseguida!

Perseguida, sem consultar os dicionaristas, é uma pessoa, uma família, uma organização ou uma sociedade que tem tolhido o direito do livre pensamento, não tem a liberdade de expressar as suas ideias; não se vê livre, à vontade, para participar de alguma (s) atividade (s), conforme lhe facultam a Constituição Federal [nos países democráticos], e a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Perseguida também pode ser considerada, até mesmo, a pessoa, família, instituição, sociedade que não pode sequer, no recôndito do seu lar, ou do seu estabelecimento, ou no seu mais íntimo fôro, praticar atos absolutamente legais, mas “politicamente incorretos” aos olhos das outras pessoas de raça, credo ou costume diferentes.

É o caso da prática espiritual de ler, estudar a Bíblia, de orar, ou prestar culto ao Senhor nosso Deus, procedimento totalmente proibido em vários países não cristãos, cujos praticantes estão sujeitos a penalidades: castigo físico, prisão, e até pena de morte.

Aconteceu com o profeta Daniel que, apesar de uma lei que proibia prestar cultos a quaisquer deuses, que não fosse o rei, três vezes ao dia orava a Deus em sua casa, com as janelas abertas.

Seus opositores o denunciaram para que fosse morto, na cova dos leões, cova essa onde não somente Deus foi glorificado, pois nada aconteceu a Daniel, como o próprio profeta foi reconhecido pelo rei Dario como um homem de Deus, não qualquer deus, mas o verdadeiro, único e eterno, aquele que fez os céus, a terra, os oceanos e tudo mais quanto neles há, inclusive o homem, os animais, etc.

Há 58 anos um homem de Deus, irmão André [da Holanda], abraçou o Ministério de levar a Palavra de Deus, a Bíblia, para cristãos nascidos e residentes em países fechados ao evangelho; primeiramente ele adentrava com Bíblias, em um fusquinha, nos países da cortina de ferro, ou seja os países de ideologia comunista; jamais foi pego nas fronteiras!

Quando a União Soviética desmoronou, bem como houve a queda do famoso muro de Berlim, essa ideologia deixou de existir na maior parte do mundo, remanescendo em poucos países, como China e Cuba.

A liberdade do evangelho voltou, e o trabalho da Missão Portas Abertas, fundada pelo irmão André, se dirigiu para outros países, cerca de 50, a maioria de domínio islâmico, onde a Igreja Cristã é proibida e perseguida.

O domingo passado, 03.06.2012, foi escolhido para “comemorar” o Dia da Igreja Perseguida (DIP), exatamente esses cristãos que, nesses países, para cultuarem a Deus, orar, estudar a Bíblia têm que o fazer às escondidas, e não em lugares públicos como templos.

É extremamente interessante dizer “comemorar” o Dia da Igreja Perseguida, pois se ela é perseguida, sofre castigos, é presa na pessoa de seus membros, é fechada, às vezes queimada, não caberia, em tese, a expressão comemorar.

Há uma dubiedade aí, qual seja, usar a palavra comemorar, que se refere à prática de festejos, reuniões alegres, para designar o dia dedicado a cristãos perseguidos.

Não há dubiedade nisso se levarmos em conta que O Senhor Jesus disse: “Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós” (Mt. 5. 11-12).

Seria, até, uma espécie de masoquismo nos alegrarmos com perseguições, prisões, mortes, castigos injustos, mas temos que nos lembrar que estamos fazendo assim porque sabemos que, no final, seremos galardoados, seremos presenteados pelo nosso bom e eterno Deus, pela graça mediante a fé no Senhor Jesus, que nos perdoa os pecados, que nos salva da eternidade na companhia de Satanás [inferno], para vivermos uma eternidade na companhia do Senhor Jesus, de Deus Pai e de todos os seus santos.

Ou seja, “porque a nossa leve e momentânea [atual] tribulação produz, para nós, eterno [futuro] peso de glória, acima de toda comparação” (II Co. 4. 17), essa é a nossa consolação, esse é o nosso júbilo, essa é a nossa alegria, essa é a nossa bem-aventurança, a de sabermos que ao sermos vítimas de sofrimento, em nome do Senhor Jesus, porque nos mantemos fieis a Ele, isso não vai nos salvar de novo [a salvação é uma vez só, definitiva], mas vai nos proporcionar galardões, prêmios por nossa fidelidade ao “Ide” [indo] do Senhor Jesus, para ensinar/fazer discípulos (Mt 28. 19), pregar (Mc 16. 15) e testemunhar (At 1. 8).

Concluindo pedimos a vocês, queridos leitores, que se lembrem em suas orações, em seus momentos íntimos com Deus, que temos liberdade, ainda, em nosso País, para o culto ao nosso Senhor e Deus; lembremo-nos, também, de orar por aqueles que sofrem perseguições por causa do nome do Senhor Jesus; e, finalmente, nos lembremos, em nossas orações, de rogar a Deus para que os planos de governos, em quaisquer países, inclusive no nosso, de cercear a liberdade de culto sejam vetados pelo Senhor [vide nosso penúltimo texto: “Veta, Senhor!”]
São Paulo - SP
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