Palavra do leitor
- 04 de setembro de 2008
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Perseguição?
Tenho lido alguns textos interessantes sobre o fato de que a igreja deve se preparar para a perseguição dos contrários aos princípios cristãos. Mas existe um ponto para análise que é relevante e não percebo muita preocupação com isso: o que provocará a perseguição?
A Bíblia é, sem dúvida, um excelente guia para consulta sobre esse assunto. E Jesus é a referência para o mesmo.
Desde a antiguidade é imposto ao homem padrões de comportamento. Essa atitude é-nos útil para vivermos em comunidade, pois se cada um vivesse segundo seus próprios instintos não seria possível perpetuar a vida humana na terra.
Um relato histórico bíblico sobre esses padrões é bem contado em alguns livros do Velho Testamento (Números e Levítico, por exemplo). Os judeus era um povo que vivia sob as regras dos egípcios e, uma vez no deserto, eles precisavam de normas que condicionassem seus comportamentos.
Dessa forma a Bíblia tornou-se para o ocidente, não só a revelação de Deus, mas um conjunto de regras a serem seguidas para preservação da comunidade. Basta observar os direitos e deveres presentes nas constituições e os ensinamentos da Bíblia. Com isso a igreja começou a exercer grande influência sobre a sociedade.
Em curta passagem pela terra, Jesus nos deixou um ensinamento que resume todas as regras impostas por Deus no Velho Testamento, a saber: "...Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Desses dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas" (Mt 22:37-40). Em Marcos 12:31 Jesus fala que não há outro mandamento maior do que estes. Isso nos leva a concluir que tudo se resume a uma ação em três direções: devemos amar a Deus, a nós mesmos e ao próximo.
Diante dessa conclusão, surge-nos um dilema que há tempos tem sido alvo de análises (antropológicas, filosóficas, teológicas): o que é o amor? Ou, como amamos? Não tenho nenhuma pretensão de esgotar o assunto. Quero recorrer à Bíblia com a intenção de gerar uma reflexão. Creio que a Bíblia seja o suficiente (mas não completo) para entendermos o sentido da vida e Deus, pois seria extremamente simplório um livro com poucas páginas tentar explicar algo e alguém tão complexos. Paulo foi um dos autores que dedicou alguns capítulos de seus livros para mostrar a importância do amor (I Co 13:1-13).
Apesar da Bíblia conter passagens, que são mais de cunho histórico do que de determinação de padrões de comportamento, existem trechos que são imutáveis, pois se não o fossem, a Bíblia não teria o menor sentido e já teria sido esquecida há muito tempo. Para reforçar o supracitado basta lembrar dos 10 mandamentos, do sermão da montanha, o capítulo 13 de I Coríntios e o fato de que Jesus é o caminho, a verdade e a vida, e ninguém vai ao Pai se não por Ele.
Foi Jesus que também deixou algumas profecias sobre o fim dos tempos e dentre estas cita-se a perseguição que os cristãos sofrerão por amor de seu nome (Mt 24:9). No versículo 9 de Marcos 13 Jesus fala: "Mas olhai por vós mesmos, porque vos entregarão aos concílios e às sinagogas; sereis açoitados e sereis apresentados ante governadores e reis, por amor de mim, para lhes servir de testemunho."
Associado a essa profecia há cristãos que estão difundindo a idéia de que devemos nos preparar para a Lei da Homofobia, pois ela abalará as estruturas da igreja, uma vez que nem pastores, nem padres, nem quem quer que seja, poderá "falar mal" dos homossexuais.
Mas precisaremos mesmo nos preparar para essa perseguição? Será que esse não é o momento para a igreja rever sua postura? Não seria melhor a igreja se preparar para amar o próximo com a si mesma?
Caso a igreja mantenha sua postura, ela sofrerá perseguição, mas esta não será igual à descrita na Bíblia por Cristo. Falo isso porque essa perseguição pode ser evitada (ou atenuada – no cenário mais crítico), basta colocarmos em prática o resumo dos mandamentos que Cristo nos deixou. Vamos por partes.
Devo amar a Deus. Posso amá-lo guardando seus preceitos. "Se me amais, guardai os meus mandamentos" (Jo 14:15).
Devo amar o próximo como a mim mesmo. Inicialmente preciso me amar para poder amar o próximo. E se não me amo, não amo nem o próximo, que vejo, muito menos a Deus, que não vejo. "Se alguém diz: eu amo a Deus e aborrece o seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?" (I Jo 4:20).
Se temos que nos preparar, devemos fazê-lo para amar, quem quer que seja. Não podemos assumir, de maneira alguma, o papel que cabe a Deus – julgar. Nosso papel é obedecer ao que Deus nos deixou através de seu filho – amar. Afinal de contas, "O amor não faz mal ao próximo" (Rm 13:10).
Creio que sofreremos perseguições quando começarmos a negar propinas, recusar ajudar o chefe a sonegar impostos, ou quando nos preocuparmos mais com o interesse da coletividade em detrimento do interesse de uma minoria.
Com amor em Cristo.
A Bíblia é, sem dúvida, um excelente guia para consulta sobre esse assunto. E Jesus é a referência para o mesmo.
Desde a antiguidade é imposto ao homem padrões de comportamento. Essa atitude é-nos útil para vivermos em comunidade, pois se cada um vivesse segundo seus próprios instintos não seria possível perpetuar a vida humana na terra.
Um relato histórico bíblico sobre esses padrões é bem contado em alguns livros do Velho Testamento (Números e Levítico, por exemplo). Os judeus era um povo que vivia sob as regras dos egípcios e, uma vez no deserto, eles precisavam de normas que condicionassem seus comportamentos.
Dessa forma a Bíblia tornou-se para o ocidente, não só a revelação de Deus, mas um conjunto de regras a serem seguidas para preservação da comunidade. Basta observar os direitos e deveres presentes nas constituições e os ensinamentos da Bíblia. Com isso a igreja começou a exercer grande influência sobre a sociedade.
Em curta passagem pela terra, Jesus nos deixou um ensinamento que resume todas as regras impostas por Deus no Velho Testamento, a saber: "...Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Desses dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas" (Mt 22:37-40). Em Marcos 12:31 Jesus fala que não há outro mandamento maior do que estes. Isso nos leva a concluir que tudo se resume a uma ação em três direções: devemos amar a Deus, a nós mesmos e ao próximo.
Diante dessa conclusão, surge-nos um dilema que há tempos tem sido alvo de análises (antropológicas, filosóficas, teológicas): o que é o amor? Ou, como amamos? Não tenho nenhuma pretensão de esgotar o assunto. Quero recorrer à Bíblia com a intenção de gerar uma reflexão. Creio que a Bíblia seja o suficiente (mas não completo) para entendermos o sentido da vida e Deus, pois seria extremamente simplório um livro com poucas páginas tentar explicar algo e alguém tão complexos. Paulo foi um dos autores que dedicou alguns capítulos de seus livros para mostrar a importância do amor (I Co 13:1-13).
Apesar da Bíblia conter passagens, que são mais de cunho histórico do que de determinação de padrões de comportamento, existem trechos que são imutáveis, pois se não o fossem, a Bíblia não teria o menor sentido e já teria sido esquecida há muito tempo. Para reforçar o supracitado basta lembrar dos 10 mandamentos, do sermão da montanha, o capítulo 13 de I Coríntios e o fato de que Jesus é o caminho, a verdade e a vida, e ninguém vai ao Pai se não por Ele.
Foi Jesus que também deixou algumas profecias sobre o fim dos tempos e dentre estas cita-se a perseguição que os cristãos sofrerão por amor de seu nome (Mt 24:9). No versículo 9 de Marcos 13 Jesus fala: "Mas olhai por vós mesmos, porque vos entregarão aos concílios e às sinagogas; sereis açoitados e sereis apresentados ante governadores e reis, por amor de mim, para lhes servir de testemunho."
Associado a essa profecia há cristãos que estão difundindo a idéia de que devemos nos preparar para a Lei da Homofobia, pois ela abalará as estruturas da igreja, uma vez que nem pastores, nem padres, nem quem quer que seja, poderá "falar mal" dos homossexuais.
Mas precisaremos mesmo nos preparar para essa perseguição? Será que esse não é o momento para a igreja rever sua postura? Não seria melhor a igreja se preparar para amar o próximo com a si mesma?
Caso a igreja mantenha sua postura, ela sofrerá perseguição, mas esta não será igual à descrita na Bíblia por Cristo. Falo isso porque essa perseguição pode ser evitada (ou atenuada – no cenário mais crítico), basta colocarmos em prática o resumo dos mandamentos que Cristo nos deixou. Vamos por partes.
Devo amar a Deus. Posso amá-lo guardando seus preceitos. "Se me amais, guardai os meus mandamentos" (Jo 14:15).
Devo amar o próximo como a mim mesmo. Inicialmente preciso me amar para poder amar o próximo. E se não me amo, não amo nem o próximo, que vejo, muito menos a Deus, que não vejo. "Se alguém diz: eu amo a Deus e aborrece o seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?" (I Jo 4:20).
Se temos que nos preparar, devemos fazê-lo para amar, quem quer que seja. Não podemos assumir, de maneira alguma, o papel que cabe a Deus – julgar. Nosso papel é obedecer ao que Deus nos deixou através de seu filho – amar. Afinal de contas, "O amor não faz mal ao próximo" (Rm 13:10).
Creio que sofreremos perseguições quando começarmos a negar propinas, recusar ajudar o chefe a sonegar impostos, ou quando nos preocuparmos mais com o interesse da coletividade em detrimento do interesse de uma minoria.
Com amor em Cristo.
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