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Palavra do leitor

Perfeição ou perfeccionismo?

Às vezes confundimos perfeição com perfeccionismo. Quando queremos fazer tudo perfeitinho não é muito raro que comecemos a transferir nosso foco das coisas mais importantes para as mais banais. Deixamos a essência de lado e nos concentramos nas aparências, nos detalhes, nas filigranas. Isso é perfeccionismo. E o que é pior, automaticamente transferimos essa alta exigência de padrões para outras pessoas. Assim começamos a viver uma dupla moral. Para os outros a forte marcação, para nós nem tanto... O perfeccionismo se torna então em farisaísmo.

Farisaísmo é uma pseudo-perfeição, desprovida de graça. De fato, o perfeccionismo espiritual é perigoso. Não é à toa que Pascal disse que quem quer virar um anjo, acaba se tornando um animal.

Não é isso, porém, que Jesus entendia por perfeição. Ao mesmo tempo que conclama, "sede perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus"; ele também diz, "sede misericordiosos, como é misericordioso o vosso Pai celestial". Nas palavras de Jesus – perfeição é sinônimo de misericórdia!

Ser perfeito é admitir, paradoxalmente, nossas imperfeições e darmos a elas uma resposta amorosa. Resposta amorosa muitas vezes é seguida de ensino, correção e disciplina; mas sempre embutidos de compaixão. Quanto mais nos aperfeiçoamos nisso, mais nos tornamos semelhantes ao nosso Pai celestial.

Sendo assim, "GRAÇA E PERFEIÇÃO ocuparão necessariamente sempre o mesmo espaço". Se há graça, há sinais de perfeição e vice-versa. A graça que recebemos é o que nos permite ser graciosos com nosso próximo.

Creio que não foi por acaso que, quando o jovem rico pergunta a Jesus o que ele precisaria fazer para alcançar a vida eterna, Jesus pergunta-lhe sobre os mandamentos. Também creio que não foi por acaso que Jesus menciona somente os mandamentos que dizem respeito ao amor ao próximo, deixando de lado os que dizem respeito ao amor a Deus.

Tanto o jovem rico como o mestre da lei tinham por certo serem "perfeitos" adoradores de Deus. Mas não eram... Não adiantaria nada Jesus ficar ali batendo na tecla do "ame ao Senhor", pois eles diriam (na cara dura), isso já fazemos! Na verdade, foi isso que fez o jovem rico, quando Jesus lhe apresentou a segunda parte dos mandamentos: tudo isso tenho obedecido! Por isso também a resposta cortante de Jesus: Contudo, algo ainda te falta! Ou...

Se queres ser perfeito...

Alcançar a vida eterna é em última análise o "chegarmos à perfeição". E isso envolve atividades práticas: "vai, vende os teus bens, dá o dinheiro aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me". Ou, o "vá e faça o mesmo".

Não costumamos dizer que a vida eterna se inicia aqui? Então a adoração perfeita que apresentaremos a Deus na eternidade, passa necessariamente pelo caminho da misericórdia no trato com o meu próximo aqui.

Em nossa sociedade secularizada só dois dos dez mandamentos se tornaram categoricamente crimes inadmissíveis: o roubo e o assassinato. "Os outros oito mandamentos podem ser até quebrados, mas quando se trata de roubo e assassinato tem que haver um limite, uma punição!" Jesus também nos lembra que o ladrão vem senão para roubar e matar (e destruir).

Mas é no sermão do monte que Ele nos ensina que as raízes da (des)obediência são muito mais profundas que a (in)observância de dois ou mais mandamentos. A justiça exigida por Jesus é bem maior que a justiça farisaica de nossa sociedade. Ela vai a fundo nas disposições da alma humana.

Não há como desistirmos da perfeição! Ela é algo de nobre que Deus colocou em nosso DNA. O apóstolo Paulo diz que escreve para os perfeitos e em um mesmo fôlego afirma que quanto a ele ainda não alcançou o alvo, mas prossegue em sua direção. Ele ainda afirma que a Bíblia está aí para ajudar ao homem de Deus a ser perfeito, e perfeitamente instruído. Deus diz a Abrão, anda em minha presença e sê perfeito.

Sabemos que nenhum homem foi capaz de cumprir os padrões de exigência da perfeição divina, exceto Nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso quando buscamos perfeição, em última análise, estamos buscando a face de Cristo. E Foi Ele mesmo quem nos assegurou, todo aquele que busca, certamente acha! E quando O encontramos, ao contrário de sermos esmagados por um fardo de cobranças, somos completamente aliviados. Somos salvos, não da perfeição, mas pela e para a perfeição. Toda culpa e vergonha nos são removidas. E é assim também que nos dispomos a ser e a olhar nossos irmãos (a igreja) e até mesmo nosso próximo (o mundo). Olhamos o mundo ao nosso redor com o olhar da graça. Não com o olhar condenatório. Nosso foco está na perfeição de cada um e não em suas imperfeições. Buscamos enxergar o melhor em cada um. E nada mais. E se a realidade dos fatos provar o contrário, podemos confiantemente deixar o juízo e a vingança plenamente nas mãos de quem verdadeiramente os detém.

Através da obra da cruz, tornamo-nos capazes de, à semelhança de nosso Pai celestial, nos sentirmos... como poderia dizer? Perfeitos!
Fürth - EX
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Site: http://teologia-livre.blogspot.de/

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