Palavra do leitor
- 25 de junho de 2018
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Perdoem-me por ser homem, branco, rico, hetero, cristão e evangélico - Parte II
Peço minhas desculpas aos homossexuais.
Não sou homofóbico. Não tenho medo ou ódio de gays. Mas sei que nossa sociedade tende a ser assim.
A orientação ou desorientação sexual de alguém sempre foi vista na sociedade como tema picante. Os puritanos apontam o dedo para os devassos, e estes para aqueles. Os que se acham mais castos pegam em pedras para atirá-las nos menos castos. A sexualidade humana e a libido são forças naturais e biológicas que movem a psique dos indivíduos, de formas, muitas vezes, determinantes e incontroláveis, a ponto das pessoas até mesmo perderem a total consciência dos motivos mais básicos e primários de suas mais simples ações.
Jesus de Nazaré não viveu à margem das questões sexuais humanas. A Bíblia nos fala que Ele em tudo foi tentado. Todavia, diferentemente de nós, nunca pecou. E aqui também na fé cristã encontramos motivos de orgulho. Pois o Cristo para isso mesmo veio, para os pecadores, para salvar o que se havia perdido. Ele veio para redimir o mundo e não para condená-lo. Poderíamos aqui também pensar que por isso, Ele foi condescendente com os devassos e rigoroso com os hipócritas. Novamente nos enganaríamos. Em sua famosa frase "quem não tem pecado, atire a primeira pedra" Ele nos coloca todos no mesmo nível. E naquele contexto para a mulher pega em fragrante no pecado sexual, logo em seguida diz: "nem eu te condeno, vá e não peques mais".
Mas o mundo é ávido em condenar. É inclemente em executar juízo. Especialmente contra aqueles que se desviam da moral, da ética, predeterminada, seja numa direção ou noutra.
Se por acaso agi assim e tratei um homossexual, ou quem quer que seja, com espírito condenatório e não com graça e misericórdia, peço perdão.
Peço perdão a pessoas de outras crenças.
Se minha fé me oferece tantos motivos de alegria, por que então me desculpar por ser cristão? Por isso mesmo, pois sendo assim tão elevada, também a religião pode se tornar pedra de tropeço. E quantas vezes não o é? A religião separa os povos, os continentes. E não raras vezes as famílias, os indivíduos.
Mas com Cristo não foi assim. Sendo o filho de Deus, hebreu, criado no judaísmo, Jesus de Nazaré esteve aberto aos samaritanos e aos gentios que possuíam outra espiritualidade. Na verdade Ele apresentou aos próprios judeus um novo paradigma de fé, sem com isso desprezar a fé mosaica. Não poucas vezes Jesus se admirou da fé de indivíduos que não pertenciam à maioria religiosa da época ou da região.
Se por acaso como cristão evangélico desdenhei de pessoas de fé diferente da minha, peço perdão.
Enfim, perdoem-me se pelo simples fato de eu ser homem, branco, rico, hetero e cristão evangélico, tratei você, que não é assim, com preconceito, com superioridade, desrespeito, desamor...
Talvez um dia descobriremos todos juntos, que pessoas, diferentes da gente, não são nada além do que simplesmente pessoas, como a gente.
Parte I
Não sou homofóbico. Não tenho medo ou ódio de gays. Mas sei que nossa sociedade tende a ser assim.
A orientação ou desorientação sexual de alguém sempre foi vista na sociedade como tema picante. Os puritanos apontam o dedo para os devassos, e estes para aqueles. Os que se acham mais castos pegam em pedras para atirá-las nos menos castos. A sexualidade humana e a libido são forças naturais e biológicas que movem a psique dos indivíduos, de formas, muitas vezes, determinantes e incontroláveis, a ponto das pessoas até mesmo perderem a total consciência dos motivos mais básicos e primários de suas mais simples ações.
Jesus de Nazaré não viveu à margem das questões sexuais humanas. A Bíblia nos fala que Ele em tudo foi tentado. Todavia, diferentemente de nós, nunca pecou. E aqui também na fé cristã encontramos motivos de orgulho. Pois o Cristo para isso mesmo veio, para os pecadores, para salvar o que se havia perdido. Ele veio para redimir o mundo e não para condená-lo. Poderíamos aqui também pensar que por isso, Ele foi condescendente com os devassos e rigoroso com os hipócritas. Novamente nos enganaríamos. Em sua famosa frase "quem não tem pecado, atire a primeira pedra" Ele nos coloca todos no mesmo nível. E naquele contexto para a mulher pega em fragrante no pecado sexual, logo em seguida diz: "nem eu te condeno, vá e não peques mais".
Mas o mundo é ávido em condenar. É inclemente em executar juízo. Especialmente contra aqueles que se desviam da moral, da ética, predeterminada, seja numa direção ou noutra.
Se por acaso agi assim e tratei um homossexual, ou quem quer que seja, com espírito condenatório e não com graça e misericórdia, peço perdão.
Peço perdão a pessoas de outras crenças.
Se minha fé me oferece tantos motivos de alegria, por que então me desculpar por ser cristão? Por isso mesmo, pois sendo assim tão elevada, também a religião pode se tornar pedra de tropeço. E quantas vezes não o é? A religião separa os povos, os continentes. E não raras vezes as famílias, os indivíduos.
Mas com Cristo não foi assim. Sendo o filho de Deus, hebreu, criado no judaísmo, Jesus de Nazaré esteve aberto aos samaritanos e aos gentios que possuíam outra espiritualidade. Na verdade Ele apresentou aos próprios judeus um novo paradigma de fé, sem com isso desprezar a fé mosaica. Não poucas vezes Jesus se admirou da fé de indivíduos que não pertenciam à maioria religiosa da época ou da região.
Se por acaso como cristão evangélico desdenhei de pessoas de fé diferente da minha, peço perdão.
Enfim, perdoem-me se pelo simples fato de eu ser homem, branco, rico, hetero e cristão evangélico, tratei você, que não é assim, com preconceito, com superioridade, desrespeito, desamor...
Talvez um dia descobriremos todos juntos, que pessoas, diferentes da gente, não são nada além do que simplesmente pessoas, como a gente.
Parte I
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