Palavra do leitor
- 23 de março de 2014
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Perdidos e Achados
Dois filmes me chamaram a atenção recentemente. Um foi “Gravidade”. Não pude deixar de me reportar à minha infância quando ficávamos atônitos assistindo à série “Perdidos no Espaço” no final da tarde. Mas, algo mais mexeu comigo vendo aquelas cenas e imagens fantásticas do espaço. Nele,a personagem principal está sozinha no espaço sideral, depois de uma explosão que causou a morte de todos seus companheiros de missão, bem como a destruição da nave na qual estavam. Em determinado momento, e certa de que não mais voltaria à Terra, portanto diante da realidade de sua finitude tão próxima, a personagem começa a refletir sobre sua vida (como aqueles flashbacks que normalmente fazemos no final de cada ano), sobre as coisas que realmente importavam, sua filha, família, amigos...Chega a nos passar a ideia de que talvez seja melhor ficar lá em cima, pra sempre, e não mais ter que encarar a vida com as suas vicissitudes e desafios. Foi necessário toda aquela tragédia para que ela, enfim, olhasse para dentro de si e se perguntasse pelo que valeria a pena viver.
O outro filme que vi na sequência e que também tem feito muito sucesso, é “O Voo”. Nele, o personagem principal é um homem totalmente desequilibrado, perdido, viciado e orgulhoso, que acha que não precisa de nada a mais na sua vida. Embora seja um piloto de carreira, a irresponsabilidade é sua marca. Mas é outro atributo que tão bem caracteriza este personagem: tudo que faz e diz é seguido de mentiras, ele não consegue mais conviver com as verdades da vida, mentir passou a ser parte do seu caráter e de seu dia-a-dia, e assim, ele vive como se tudo estivesse bem e crente de que seu mundo estava seguro, jamais desabaria. De repente, um acidente muda tudo e ele não mais consegue viver com a mentira, resolve se dar uma chance e começar uma nova vida. Em determinado momento do filme (que para mim é o ápice), aquele homem, agora preso por negligência por vários anos, diz: nunca me senti tão livre na minha vida (mesmo estando com a liberdade restrita numa pisão). Diferente da personagem do primeiro filme, ele não estava perdido no Espaço a milhares de quilômetros da terra, mas estava perdido em si mesmo, no seu modo de viver alienado e auto destrutivo.
Dois personagens, duas histórias diferentes e uma mesma realidade. Uma decisão precisava ser tomada: deixar as coisas como estavam e esperar que o acaso definisse o futuro, ou dar um passo à frente e acreditar que algo novo e melhor estava por vir.
Para o existencialismo, ter fé é dar um salto no escuro e a cada dia de nossas vidas precisamos dar saltos, tomar decisões, umas mais urgentes que outras. Alguém já disse que hoje é o último dia do resto de nossas vidas. E por isso, talvez a mais urgente decisão seja esta: o que faremos hoje? Continuaremos vivendo do mesmo jeito, talvez com mentiras, indiferenças para com os outros, vivendo de aparências, como numa peça cercado por uma plateia no grande teatro da vida? Se estivéssemos perdidos no Espaço, sobre o que ou quem nós pensaríamos, que pendências gostaríamos de resolver lá embaixo, a quem teríamos machucado? Quantas palavras não ditas ou malditas! Malditas palavras! Será se temos feito diferença na vida de alguém? Será que as pessoas sentirão nossa falta um dia? Até quando pensaremos que somos o centro do Universo com os outros orbitando ao nosso redor? Certamente uma mudança de rota precise ser feita em nossa curta vida, atitudes necessitam ser (re)tomadas, ideias e conceitos reprogramados. Qualquer passo em direção à mudança é melhor que a inércia. O salto precisa ser dado, mesmo que no escuro.
Refletindo sobre tudo isso, não pude deixar de pensar num outro personagem chamado Nicodemos que, há muito tempo atrás, ouvindo falar em um tal Nazareno que parecia dar novo sentido à vida das pessoas perguntou-lhe: Mestre, tu dizes que é preciso que nasçamos de novo para ver o Reino dos Céus, como isso é possível? Com muito amor, Jesus passa a ensiná-lo sobre a necessidade de recomeço, de mudança de coração, de renascimento, pois só assim, ele poderia ver o tal Reino. Sem querer aqui dar explicações sobre a fala de Jesus, o que gostaria de salientar aqui é a necessidade de mudarmos nosso coração ao invés de esperarmos que o coração do outro mude.
Nossas crenças de hoje poderão estar equivocadas precisando de um “recall”, nossa visão de mundo poderá estar míope carecendo de uma visita do médico dos médicos.
Que essas palavras cheguem até você como chegaram ao meu coração. Afinal, se a Fênix pode renascer das cinzas, nós, criados à imagem de Deus, podemos recomeçar a cada manhã novas experiências e fazer a vida realmente valer a pena ser vivida. Há duas palavras para tempo: kairos e Kronos. O primeiro significa oportunidade, o segundo, tempo que se foi. Não podemos mudar este, mas podemos mudar aquele. Portanto, aproveite a oportunidade e em meio aos “achados e perdidos”, espero que você se encontre com Deus, com o próximo e com você mesmo. Tenha um ótimo recomeço.
O outro filme que vi na sequência e que também tem feito muito sucesso, é “O Voo”. Nele, o personagem principal é um homem totalmente desequilibrado, perdido, viciado e orgulhoso, que acha que não precisa de nada a mais na sua vida. Embora seja um piloto de carreira, a irresponsabilidade é sua marca. Mas é outro atributo que tão bem caracteriza este personagem: tudo que faz e diz é seguido de mentiras, ele não consegue mais conviver com as verdades da vida, mentir passou a ser parte do seu caráter e de seu dia-a-dia, e assim, ele vive como se tudo estivesse bem e crente de que seu mundo estava seguro, jamais desabaria. De repente, um acidente muda tudo e ele não mais consegue viver com a mentira, resolve se dar uma chance e começar uma nova vida. Em determinado momento do filme (que para mim é o ápice), aquele homem, agora preso por negligência por vários anos, diz: nunca me senti tão livre na minha vida (mesmo estando com a liberdade restrita numa pisão). Diferente da personagem do primeiro filme, ele não estava perdido no Espaço a milhares de quilômetros da terra, mas estava perdido em si mesmo, no seu modo de viver alienado e auto destrutivo.
Dois personagens, duas histórias diferentes e uma mesma realidade. Uma decisão precisava ser tomada: deixar as coisas como estavam e esperar que o acaso definisse o futuro, ou dar um passo à frente e acreditar que algo novo e melhor estava por vir.
Para o existencialismo, ter fé é dar um salto no escuro e a cada dia de nossas vidas precisamos dar saltos, tomar decisões, umas mais urgentes que outras. Alguém já disse que hoje é o último dia do resto de nossas vidas. E por isso, talvez a mais urgente decisão seja esta: o que faremos hoje? Continuaremos vivendo do mesmo jeito, talvez com mentiras, indiferenças para com os outros, vivendo de aparências, como numa peça cercado por uma plateia no grande teatro da vida? Se estivéssemos perdidos no Espaço, sobre o que ou quem nós pensaríamos, que pendências gostaríamos de resolver lá embaixo, a quem teríamos machucado? Quantas palavras não ditas ou malditas! Malditas palavras! Será se temos feito diferença na vida de alguém? Será que as pessoas sentirão nossa falta um dia? Até quando pensaremos que somos o centro do Universo com os outros orbitando ao nosso redor? Certamente uma mudança de rota precise ser feita em nossa curta vida, atitudes necessitam ser (re)tomadas, ideias e conceitos reprogramados. Qualquer passo em direção à mudança é melhor que a inércia. O salto precisa ser dado, mesmo que no escuro.
Refletindo sobre tudo isso, não pude deixar de pensar num outro personagem chamado Nicodemos que, há muito tempo atrás, ouvindo falar em um tal Nazareno que parecia dar novo sentido à vida das pessoas perguntou-lhe: Mestre, tu dizes que é preciso que nasçamos de novo para ver o Reino dos Céus, como isso é possível? Com muito amor, Jesus passa a ensiná-lo sobre a necessidade de recomeço, de mudança de coração, de renascimento, pois só assim, ele poderia ver o tal Reino. Sem querer aqui dar explicações sobre a fala de Jesus, o que gostaria de salientar aqui é a necessidade de mudarmos nosso coração ao invés de esperarmos que o coração do outro mude.
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