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Palavra do leitor

Pequenas rachaduras

Mc 11.12-21 - Como introdução a essa reflexão bíblico-devocional, utilizarei um filme. Aprecio o cinema, e sempre que assisto a um longa, procuro fazer alguma associação com a fé cristã, com a vida . Recentemente assisti Alfie, refilmagem de Como Conquistar as Mulheres, com o ator Jude Law, no papel do "mulherengo" Alfie, outrora interpretado por Michael Caine no filme de Lewis Gilbert, em 1966. Alfie é um homem independente, conquistador e que se afasta de qualquer mulher que queira compromisso. Sua filosofia de vida é: vinhos e mulheres: "se bem que mulheres e mulheres é uma boa combinação". Segundo Alfie nos conta, certa feita, enquanto visitava um museu, vislumbrou-se com a estátua de uma deusa grega, ficou extasiado por ela: "forma feminina perfeita". Porém, quando chegou mais perto, percebeu na lateral dessa escultura rachaduras, lascas, imperfeições. Isso é também, segundo Alfie, com os relacionamentos, quando se chega perto demais, a imperfeição aparece e o encanto se vai.

Não sei se notaram, mas coloquei uma passagem bíblica no título do texto. O ocorrido entre Jesus e a figueira sempre me chamou a atenção. Pensava: “tadinha da figueira, não era seu tempo de figo e mesmo assim Jesus a amaldiçoa”. Por quê? As figueiras eram fontes de alimentação barata nas terras da Palestina, e em todo o território era plantada para alimentar os viajantes. O primeiro sinal de que uma figueira tem frutos é o surgimento das folhas. Jesus ao avistar aquela árvore frondosa, pensou que nela encontraria o fruto que saciasse sua fome. Mas não, chegando perto da árvore, viu que era somente aparência... de perto, viu as rachaduras!

O autor de Marcos, sabiamente, encaixa esse evento antes da purificação do templo, pois o acontecimento com a figueira é uma forma de prelúdio. Como corrobora Brown:

“Amaldiçoar uma árvore porque não dá frutos parece irracional para muitos, pois, como lembra Marcos, o tempo que antecede a Páscoa não era a estação de figos. Contudo, a maldição assemelha-se às ações proféticas do AT, cuja peculiaridade atrai a atenção para a mensagem que está sendo simbolicamente representada [...] A árvore estéril simboliza as autoridades judaicas cujos pecados estão demonstrados na ação interveniente de purificação do templo, que se havia transformado em um covil de ladrões, em vez de uma casa de oração para todas as nações (Jr 7.11; Is 56.7)”. (BROWN, Paulinas, 2004, p. 225)

O templo visto de longe, aparentava atividades de adoração a Iavé, piedade e devoção religiosa. O templo tinha boa aparência, mas sucumbiu ao olhar de Jesus. Esse episódio é tão importante no ministério de Cristo, que não escapou da pena de nenhum dos evangelistas canônicos.

O tema que une esses dois episódios é o do fruto: Jesus vai à árvore e não acha; vai ao templo, centro religioso do povo de Deus, e não encontra fruto que está procurando, o fruto que o templo deveria dar.

A pergunta que fica no ar é: E se Jesus chegar mais perto mim, olhar mais de perto, o que encontrará? Rachaduras com certeza, mas, encontrará também um coração desesperado em esconder e maquiar essas imperfeições? Um ser que luta desesperadamente para manter uma imagem de piedade e devoção, uma boa aparência, mas que no fundo não passa de um sepulcro caiado?

De uma coisa tenho certeza, Jesus não espera encontrar em mim perfeição, mas, espera sim, encontrar um ser humano disposto a ser honesto, que não vende seu ser a uma imagem evangélica barata e nazista.

www.ocioteologico.blogspot.com
Joinville - SC
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