Palavra do leitor
- 22 de março de 2015
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Pentecostalismo hoje: fábrica de esquisitices?
Luiz Sayão, em seu livro “Agora sim!: Teologia na prática do começo ao fim”, comenta que “Deus quer que sejamos diferentes, mas alguns preferem ser esquisitos”. Apesar do tom bem humorado, há uma crítica séria por trás dessas palavras ao comportamento de alguns evangélicos de nossos dias.
O que aqui vou escrever não parte de resultados de pesquisas de mestrado ou doutorado, mas de observações ocasionais e de relatos frequentes. Parece-me que os meios pentecostais e neopentecostais, principalmente, são fabricantes de gente esquisita, chata, estranha mesmo, que parece não viver sob o mesmo sol que os demais mortais.
São diversas as esquisitices, como por exemplo: a demonização de quase tudo (aquela mania de ver demônio em todo lugar, seja numa lâmpada que queima ou num cachorro que late); a “pecaminização” de tudo que seja agradável ao corpo e a sacralização da dor e do sofrimento (orar 3 horas ajoelhado é espiritual, mas passar uns dias na praia é coisa de crente carnal); a supervalorização das “novas revelações” em detrimento da fiel interpretação bíblica; a inquisição pastoral (quem pensa diferente do pastor é rebelde e está “tocando no ungido”); a linguagem da intimidação espiritual (“faça assim ou faça assado, porque senão Deus vai...”); a espiritualização da bagunça e da desorganização litúrgica (quanto mais improvisado, barulhento, gritado e não programado for um culto, mais espiritual é, parecendo ser surdo e desorganizado o Espírito Santo), etc.
Diante da perda de uma mãe, não é coerente e natural que um filho chore? Ora, para os filhos de Adão, as lágrimas são transbordamentos de uma alma tocada pela beleza ou pela dor. Mas em um velório que presenciei, um desses crentes esquisitos, ao ver o filho lamentar a morte da mãe, teceu o comentário mais inútil e descabido: “Como pode um cristão que conhece a Bíblia chorar desse jeito pela perda de uma pessoa querida que partiu em Cristo? Ele não acredita no céu e na ressurreição dos mortos?”. Soterrar as emoções em meio a dor, a pretexto de uma aparência de crente super-herói, não é traço de espiritualidade, mas de insanidade, distúrbio psicológico.
Um outro moço veio a mim, cheio de confusões internas, de conflitos na alma, porque sofrera um acidente e um tal “profeta” de esquisitices foi a sua casa lhe dizer que a “causa espiritual” do ocorrido foi o fato do pobre acidentado não ter pago o dízimo, e Deus, então, “pesou a mão”, forçando-lhe a gastar com medicamentos aquilo que deveria dar ao Senhor. Um argumentos desses caricatura Deus e profana o Seu nome.
Não entendam o título do meu texto como um preconceito barato em relação aos grupos pentecostais. Mas, infelizmente, esquisitices como essas, são vivenciadas com frequências nesses meios.
Quando Paulo fala sobre Deus escolhendo as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios, o apóstolo está demonstrando o maravilhoso mistério da graça, pela qual Deus salva os seus eleitos não pelos méritos ou qualidades que possam ter, contrastando com os valores e critérios da sabedoria desse mundo. Jamais Paulo está aqui sacralizando as esquisitices pseudo espirituais.
Distúrbios psíquicos, ideias e comportamentos equivocados no arraial evangélico, devem ser tratados e corrigidos e não protegidos sob o manto da livre expressão subjetiva da espiritualidade.
O que aqui vou escrever não parte de resultados de pesquisas de mestrado ou doutorado, mas de observações ocasionais e de relatos frequentes. Parece-me que os meios pentecostais e neopentecostais, principalmente, são fabricantes de gente esquisita, chata, estranha mesmo, que parece não viver sob o mesmo sol que os demais mortais.
São diversas as esquisitices, como por exemplo: a demonização de quase tudo (aquela mania de ver demônio em todo lugar, seja numa lâmpada que queima ou num cachorro que late); a “pecaminização” de tudo que seja agradável ao corpo e a sacralização da dor e do sofrimento (orar 3 horas ajoelhado é espiritual, mas passar uns dias na praia é coisa de crente carnal); a supervalorização das “novas revelações” em detrimento da fiel interpretação bíblica; a inquisição pastoral (quem pensa diferente do pastor é rebelde e está “tocando no ungido”); a linguagem da intimidação espiritual (“faça assim ou faça assado, porque senão Deus vai...”); a espiritualização da bagunça e da desorganização litúrgica (quanto mais improvisado, barulhento, gritado e não programado for um culto, mais espiritual é, parecendo ser surdo e desorganizado o Espírito Santo), etc.
Diante da perda de uma mãe, não é coerente e natural que um filho chore? Ora, para os filhos de Adão, as lágrimas são transbordamentos de uma alma tocada pela beleza ou pela dor. Mas em um velório que presenciei, um desses crentes esquisitos, ao ver o filho lamentar a morte da mãe, teceu o comentário mais inútil e descabido: “Como pode um cristão que conhece a Bíblia chorar desse jeito pela perda de uma pessoa querida que partiu em Cristo? Ele não acredita no céu e na ressurreição dos mortos?”. Soterrar as emoções em meio a dor, a pretexto de uma aparência de crente super-herói, não é traço de espiritualidade, mas de insanidade, distúrbio psicológico.
Um outro moço veio a mim, cheio de confusões internas, de conflitos na alma, porque sofrera um acidente e um tal “profeta” de esquisitices foi a sua casa lhe dizer que a “causa espiritual” do ocorrido foi o fato do pobre acidentado não ter pago o dízimo, e Deus, então, “pesou a mão”, forçando-lhe a gastar com medicamentos aquilo que deveria dar ao Senhor. Um argumentos desses caricatura Deus e profana o Seu nome.
Não entendam o título do meu texto como um preconceito barato em relação aos grupos pentecostais. Mas, infelizmente, esquisitices como essas, são vivenciadas com frequências nesses meios.
Quando Paulo fala sobre Deus escolhendo as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios, o apóstolo está demonstrando o maravilhoso mistério da graça, pela qual Deus salva os seus eleitos não pelos méritos ou qualidades que possam ter, contrastando com os valores e critérios da sabedoria desse mundo. Jamais Paulo está aqui sacralizando as esquisitices pseudo espirituais.
Distúrbios psíquicos, ideias e comportamentos equivocados no arraial evangélico, devem ser tratados e corrigidos e não protegidos sob o manto da livre expressão subjetiva da espiritualidade.
São Bernardo Do Campo - SP
Textos publicados: 43 [ver]
Site: http://www.crencaevivencia.blogspot.com.br
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