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Palavra do leitor

Pense antes de falar!

Perguntaram-me, certa vez, "por que você fala vagarosa, pausadamente?" – esclareci: "primeiramente para não pregar, não ensinar o que eu não vivo, o que eu não pratico; secundariamente para não cometer erros gramaticais."

Oscar Wilde entendia que "a vida é muito importante para se falar seriamente sobre ela e que pouca sinceridade é uma coisa perigosa e muita sinceridade é absolutamente fatal" – disse ainda: "Se soubéssemos quantas e quantas vezes as nossas palavras são mal interpretadas, haveria muito mais silêncio neste mundo."

Já o Senhor Jesus alertou sobre um outro enfoque: "O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau, do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o coração" (Lucas 6 45).

A Palavra de Deus nos dá alguns enfoques a respeito da questão do "falar", e não poderíamos discorrer sobre o assunto sem mencionar algo importante dito pelo Senhor Jesus:

"Seja, porém, a tua palavra: sim, sim; não, não. O que disto passar, vem do maligno" (Mateus 5 37).

O Senhor Jesus falava a respeito do juramento, e terminou por dizer que a nossa palavra deve ser "sim" ou "não", e foi duro ao definir que procedimento contrário "vem do maligno".

Assim aprendemos, na primeira infância, nas atitudes de nossos pais, o que nos levou a uma postura de nunca admitir a mentira, querendo sempre dizer e ouvir a verdade, nada mais do que ela.

Temos que ter, como cristãos, cuidado com a palavra que pronunciamos, zelando em dizer a verdade, mesmo que desagrade aos ouvintes, tendo em vista que o ensinamento do Senhor Jesus é esse; portanto, devemos nos cuidar com relação ao que sai da nossa boca.

Todos sabemos que a boca fala do que está cheio o coração; assim, ao conversarmos com as pessoas, conseguimos identificar o que enche os seus corações.

O Senhor Jesus também nos deixou outra importante orientação sobre o assunto:

"Não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai da boca, isto sim, contamina o homem" (Mateus 15 11).

O Senhor Jesus está ensinando que não é necessariamente o alimento que nos contamina, mas é o que sai pela boca, palavras, que não só nos contaminam, bem como contaminam os nossos interlocutores.

Não é agradável ver, por exemplo, pessoas que a cada dez palavras dizem quase isso de pornografia, obscenidade etc. - isso aponta para o fato de que o coração está cheio de maldade, lotado de coisas de má reputação, repleto de comportamentos não aconselháveis aos nossos ouvidos, aos nossos corações.

Não se trata de "puritanismo", mas, na condição de cristãos, tornam-se desconfortáveis, para o nosso conviver, conversas maliciosas, desrespeitosas, escarnecedoras, zombeteiras, que, via de regra, criam barreiras para um convívio diário sadio.

Deve ser nossa bússola a orientação bíblica, dada por Paulo, que nos ensinou:

"Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e, sim, UNICAMENTE a que for boa para a edificação, conforme a necessidade, e assim transmita graça aos que ouvem" (Efésios 4 29) – o destaque é a expressão "unicamente"; e unicamente é unicamente, e não "de vez em quando" ou "alternadamente".

Temos que ter como premissa que a Palavra de Deus tem que ser levada a sério, e se Jesus ensinou que a nossa palavra tem que ser "sim, sim; não, não", não podemos pensar diferente, pois Ele diz exatamente o que Ele quer dizer, e não algo "que não é bem assim", como se diz hodiernamente.

Nossa preocupação, nossa ênfase, é no sentido de que só devem sair da nossa boca palavras que edificam a vida dos nossos interlocutores; jamais palavras torpes, as quais a ninguém edificam [sim, à maioria elas ofendem].

Sou grato a Deus pois, desde a infância, as pessoas respeitavam e respeitam essa nossa postura, e inúmeras vezes ouvimos daqueles que gostam de uma "piadinha":

• "não vou contar em respeito à sua presença";

• ou "respeito muito a sua presença, mas dê-me licença de, só uma vez, contar tal piada" [ou dizer um palavrão].

É interessante que, em momento algum proibimos ou advertimos quem quer que seja nesse sentido, mas todas as pessoas com as quais convivemos, mesmo aquelas que eram superiores hierarquicamente, sempre adotaram uma posição respeitosa em nossa presença.

A Palavra de Deus apresenta, ainda, outros textos que corroboram essa questão: (Mateus 12. 36-37); (Tiago 3. 6 e 10), este que diz que a língua é fogo, pois com ela se abençoa e com ela se amaldiçoa as pessoas.

Como cristãos devemos tomar cuidado com a palavra proferida, pois ela é como a seta arremessada, jamais volta; sejam, portanto, as nossas palavras sinceras, verdadeiras, e, sobretudo, puras para que Deus não se desagrade de nós, e para não ferirmos nossos familiares, nossos amigos, enfim, o próximo.

Quando falamos, jamais devemos contrariar a Palavra de Deus, que nos ensina a verdade, a sinceridade, pois na condição de cristãos temos que adotar, como prática, em nossa vida, a verdade acima de tudo, com pureza e mansidão.
São Paulo - SP
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