Palavra do leitor
- 07 de novembro de 2017
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Pensando criticamente sobre a Reforma e seus ícones
Numa tentativa de pensar a Reforma, entendemos que ela deve sim, ser celebrada. E é isto que estamos fazendo aqui, porém, faz-se necessário também, posicioná-la em seu devido contexto histórico e, transpô-la para os nossos dias (passados quinhentos anos) com muita cautela; re-fletindo criticamente sobre ela. Re-fletir, isto é, dobrar-se; re-dobrar-se; dobrar-se duas vezes sobre o mesmo tema.
É preciso pensar a Reforma dialeticamente, tal como aprendemos em filosofia. Dialética, de diálogo. É preciso fazer um exercício imaginativo, e fazermos então, com que a Reforma do século dezesseis, dialogue, primeiro com o seu tempo, vendo os prós e contras e, depois com o nosso, vendo não apenas os prós e contras, mas vendo se ela se "encaixa" no nosso tempo e nos problemas que as nossas igrejas enfrentam.
É evidente que nossas igrejas precisam de uma reforma, porém, cabe perguntarmos: não seria a Reforma Protestante um evento, muito embora importantíssimo, também datado? Será que os trechos das obras de Lutero transcritos aqui, seriam adequados à nossa sensibilidade moderna? Por exemplo quando Lutero fala abertamente contra os judeus ou xinga o papa?
Por outro lado, a Reforma impulsionou o comércio, a liberdade de expressão, o humanismo e o secularismo. A própria ciência foi impulsionada pela Reforma.
Outrossim, faz-se necessário pensar criticamente sobre os ícones da Reforma, isto é, suas personagens e protagonistas. Homens comuns, homens do seu tempo. Homens que, se por um lado promoveram o ensino, divulgaram a Bíblia e apontaram para os abusos cometidos pela Igreja, por outro lado, haviam alguns dentre eles, que eram homens violentos. Os anabatistas frequentemente foram assassinados no rio de batismo. Outros reformadores gostavam de ver pessoas sendo queimadas na fogueira. Lutero, apesar de todo o bem que fez, era uma pessoa atormentada pela culpa e sofria de pânico e depressão, além de ser um homem temperamental.
Enfim,… não tendo respostas prontas e nem mesmo uma ideia fechada sobre o assunto, propomos humildemente que sim, comemoremos a Reforma, mas que também coloquemo-la em sua devida ordem na historia para não transformá-la em ídolo. Comemoramo-la, mas fujamos da "reformalatria"; fujamos da idolatria da reforma e de seus ícones.
Pensemos criticamente. Pensemos dialeticamente. Dobremo-nos uma vez e ainda outra sobre este mesmo tema.
Soli Deo Gloria,
José Chadan
Ensaio publicado originalmente em: https://500anosdareforma.wordpress.com/
É preciso pensar a Reforma dialeticamente, tal como aprendemos em filosofia. Dialética, de diálogo. É preciso fazer um exercício imaginativo, e fazermos então, com que a Reforma do século dezesseis, dialogue, primeiro com o seu tempo, vendo os prós e contras e, depois com o nosso, vendo não apenas os prós e contras, mas vendo se ela se "encaixa" no nosso tempo e nos problemas que as nossas igrejas enfrentam.
É evidente que nossas igrejas precisam de uma reforma, porém, cabe perguntarmos: não seria a Reforma Protestante um evento, muito embora importantíssimo, também datado? Será que os trechos das obras de Lutero transcritos aqui, seriam adequados à nossa sensibilidade moderna? Por exemplo quando Lutero fala abertamente contra os judeus ou xinga o papa?
Por outro lado, a Reforma impulsionou o comércio, a liberdade de expressão, o humanismo e o secularismo. A própria ciência foi impulsionada pela Reforma.
Outrossim, faz-se necessário pensar criticamente sobre os ícones da Reforma, isto é, suas personagens e protagonistas. Homens comuns, homens do seu tempo. Homens que, se por um lado promoveram o ensino, divulgaram a Bíblia e apontaram para os abusos cometidos pela Igreja, por outro lado, haviam alguns dentre eles, que eram homens violentos. Os anabatistas frequentemente foram assassinados no rio de batismo. Outros reformadores gostavam de ver pessoas sendo queimadas na fogueira. Lutero, apesar de todo o bem que fez, era uma pessoa atormentada pela culpa e sofria de pânico e depressão, além de ser um homem temperamental.
Enfim,… não tendo respostas prontas e nem mesmo uma ideia fechada sobre o assunto, propomos humildemente que sim, comemoremos a Reforma, mas que também coloquemo-la em sua devida ordem na historia para não transformá-la em ídolo. Comemoramo-la, mas fujamos da "reformalatria"; fujamos da idolatria da reforma e de seus ícones.
Pensemos criticamente. Pensemos dialeticamente. Dobremo-nos uma vez e ainda outra sobre este mesmo tema.
Soli Deo Gloria,
José Chadan
Ensaio publicado originalmente em: https://500anosdareforma.wordpress.com/
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