Páscoa: Maria Madalena me representa

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Na narrativa evangélica as mulheres, ao contrário do que era de se esperar naquela sociedade machista, assumem protagonismo ímpar.

No advento da entrada do Salvador no Mundo, em sua encarnação, pelo menos três senhoras estão presentes de forma determinante: obviamente Maria, a mãe de Jesus; Isabel, mãe de João Batista e Ana a profetiza.

Já adulto, Jesus conversava e interagia de forma escandalosa (aos olhos preconceituosos da época) com as mulheres. Fato destacado na belíssima passagem da mulher samaritana ao poço de Sicar.

Joana, Madalena, Suzana e outras acompanhavam Jesus e o serviam financeiramente.

Jesus salvou da morte uma mulher adúltera. Desfrutou da amizade das irmãs de Lázaro, Marta e Maria. Foi tocado e curou uma mulher tida por imunda enquanto caminhava para a casa de Jairo para ressuscitar sua filha. Louvou a fé de outra siro fenícia. Dentre outros tantos episódios de sua trajetória aqui nesse mundo, Ele indiscriminadamente estendeu as mãos para mulheres e homens de igual para igual. Não sei de outro personagem histórico antes ou depois que tanto se aproximou do universo feminino e sempre de forma generosa e respeitosa.

No momento de sua morte na cruz, Jesus estava rodeado por mulheres enquanto seus outros discípulos homens fugiram de medo – exceto João.

Mas foi na Páscoa que Deus coroa o seu resgate da figura feminina com coroa de ouro. Sabemos que ao ressuscitar Jesus apareceu a Pedro, depois aos doze. Mas a história não é toda essa. São João nos conta que Maria Madalena foi cedo ao sepulcro quando ainda estava escuro. É o espírito, a alma e o corpo femininos que são impulsionados ao Jardim da ressurreição.

A mesma feminilidade que outrora no Jardim do Éden fora enganada e provou do fruto proibido, agora é levada a um outro Jardim para ser a primeira a experimentar o fruto da árvore da vida e ter acesso à Vida Eterna.

A primeira pessoa humana a ver e conversar com o Cristo ressuscitado foi uma mulher!

Por uma mulher assim eu quero ser representado nas páginas sagradas da história da humanidade

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Opinião do leitor