Palavra do leitor
- 11 de setembro de 2015
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Para um viver social em liberdade e justiça
Não é de se estranhar que @LeonardoBoff e @jungmosung, sendo ambos teólogos católicos com forte colorido marxista, acompanharam com certo "pânico" e total indignação o desenrolar da política econômica da zona do euro nos últimos dias.
O sociólogo alemão Max Weber, que não encontra ressonância em escolas materialistas, teria em seu famoso livro, “A ética protestante e o espírito capitalista” decifrado a xarada da zona do euro em três ou quatro linhas. As nações industrializadas europeias funcionam dentro de um estilo de vida, onde o trabalho, a acumulação de riquezas e o avanço tecnológico são molas intrínsecas ao sistema (capitalista) vigente.
Mas parece-me que os ortodoxos gregos, ao contrário dos protestantes, e até mesmo dos católicos, reforçavam o aspecto pedagógico da obra salvadora de Cristo em detrimento da redenção vicária através da cruz. Nós abraçamos nossa imperfeição sabendo que ela deve nos acompanhar até o calvário, para ali ser desfeita. Os ortodoxos através dos ensinos e exemplos de Jesus procuram de desembaraçar de suas imperfeições no dia a dia.
Ou como explicou Paulo Brabo: “No pensamento ortodoxo a salvação instila uma mudança real na natureza humana; não se trata — como normalmente cremos aqui no Ocidente — de uma mudança relativa e temporária, a ser melhor implantada em momento oportuno. Para nós, o homem é salvo da condenação; para os cristãos ortodoxos, é salvo da mediocridade. Para nós o homem é salvo para viver com Deus um dia; para os ortodoxos, é salvo para viver como Deus hoje.”
Vemos, pois que estamos falando de dois paradigmas, de duas visões distintas de mundo.
A questão que fica então, é se existiria a imposição de uma visão sobre a outra.
Mas talvez essa ainda não seja a verdadeira questão.
Assim que as torneiras monetárias foram novamente abertas e garantiram o fluxo financeiro normal em ambos o sentidos Grécia-Europa, Europa-Grécia, o continente descansou em paz... Infelizmente não!
A crise dos refugiados que já vinha se agravando parece ter assumido proporções jamais imaginadas por essas bandas aqui. Talvez não por coincidência que os focos se direcionam para a fronteira grega, onde, através do Mar Mediterrâneo muitos refugiados tentam alcançar a Europa.
Da Turquia para a Grécia e de lá para Alemanha, ou outro país do norte e Escandinávia, ou Inglaterra. Algum lugar ode as chances sejam melhores. O refugiado foge da guerra, da destruição, mas também da falta de perspectiva econômica. Ele precisa de acolhimento e trabalho para recomeçar a vida. E isso teria os países mais ricos. Teoricamente.
Há muita coisa em jogo nessa nova crise. Mas uma questão parece persistir: o apelo humanitário. O clamor dos mais pobres. Tanto na crise grega como na dos refugiados há uma massa de marginalizados que grita por socorro.
De um lado os mais pobres e do outro os mais abastados.
Existe um conceito na teologia reformada, ou calvinista, chamado de depravação total do homem. Esse conceito, no fundo, não é bem diferente do conceito de pecado original ou da queda do homem no Jardim do Éden.
Resumindo: tanto o grego como o alemão, tanto o capitalista como o socialista, tanto um refugiado sírio, quanto um cidadão europeu, todos estamos sujeitos às mesmas mazelas éticas, à mesma corrupção que nos afasta do ideal de vida próspero, em harmonia com outro ser humano.
Ele nos ajuda a lembrar da dura realidade dos limites éticos humanos. Faz-nos contemplar a verdade nua e crua de que a maldade se infiltrou em nossos corações até ao caroço. E pior, nos rouba a alucinação prazerosa de que em algum sistema social ou econômico qualquer a vida poderia ser melhor. Ou seja, a solução não estaria na mudança de regime ou sistema.
Mas isso significaria que a esquerda e suas propostas de justiça social não são melhores e mais humanas que o capitalismo selvagem? Isso significaria que a liberdade e os valores reforçados pelo capitalismo não seria melhor que os controles estatais do comunismo?
Então diante de tal pessimismo não seria melhor resignar e deixar tudo a Deus dará, e vivermos sem um ideal ou ideologia?
Talvez sim… ou talvez não. A teologia apresenta também o remédio ou (paliativo) para o problema do pecado, da depravação, da queda humana: uma revolução espiritual.
A chance única para reverter essa situação nos foi ensinada por Jesus. São as chamadas boas novas, pregadas e vividas por Ele. O Evangelho da Graça, do arrependimento, da Cruz de Cristo. Sem ser abraçado por esse Evangelho o indivíduo e as sociedades estão fadadas ao fracasso total.
Entendo assim que até mesmo as ideologias políticas podem vir a ser úteis. Mas esbarrarão sempre nesse limite. Da transformação do coração humano. E não irão além dali. E fracassam justamente ali. Seja ela qual for.
E talvez, qualquer ideologia pode até vir a ser bem sucedida, desde que quem a viva tenha um coração transformado por Cristo. Pois esse é o ponto de partida para um viver social em liberdade e justiça, onde o Reino dos Céus é chegado
O sociólogo alemão Max Weber, que não encontra ressonância em escolas materialistas, teria em seu famoso livro, “A ética protestante e o espírito capitalista” decifrado a xarada da zona do euro em três ou quatro linhas. As nações industrializadas europeias funcionam dentro de um estilo de vida, onde o trabalho, a acumulação de riquezas e o avanço tecnológico são molas intrínsecas ao sistema (capitalista) vigente.
Mas parece-me que os ortodoxos gregos, ao contrário dos protestantes, e até mesmo dos católicos, reforçavam o aspecto pedagógico da obra salvadora de Cristo em detrimento da redenção vicária através da cruz. Nós abraçamos nossa imperfeição sabendo que ela deve nos acompanhar até o calvário, para ali ser desfeita. Os ortodoxos através dos ensinos e exemplos de Jesus procuram de desembaraçar de suas imperfeições no dia a dia.
Ou como explicou Paulo Brabo: “No pensamento ortodoxo a salvação instila uma mudança real na natureza humana; não se trata — como normalmente cremos aqui no Ocidente — de uma mudança relativa e temporária, a ser melhor implantada em momento oportuno. Para nós, o homem é salvo da condenação; para os cristãos ortodoxos, é salvo da mediocridade. Para nós o homem é salvo para viver com Deus um dia; para os ortodoxos, é salvo para viver como Deus hoje.”
Vemos, pois que estamos falando de dois paradigmas, de duas visões distintas de mundo.
A questão que fica então, é se existiria a imposição de uma visão sobre a outra.
Mas talvez essa ainda não seja a verdadeira questão.
Assim que as torneiras monetárias foram novamente abertas e garantiram o fluxo financeiro normal em ambos o sentidos Grécia-Europa, Europa-Grécia, o continente descansou em paz... Infelizmente não!
A crise dos refugiados que já vinha se agravando parece ter assumido proporções jamais imaginadas por essas bandas aqui. Talvez não por coincidência que os focos se direcionam para a fronteira grega, onde, através do Mar Mediterrâneo muitos refugiados tentam alcançar a Europa.
Da Turquia para a Grécia e de lá para Alemanha, ou outro país do norte e Escandinávia, ou Inglaterra. Algum lugar ode as chances sejam melhores. O refugiado foge da guerra, da destruição, mas também da falta de perspectiva econômica. Ele precisa de acolhimento e trabalho para recomeçar a vida. E isso teria os países mais ricos. Teoricamente.
Há muita coisa em jogo nessa nova crise. Mas uma questão parece persistir: o apelo humanitário. O clamor dos mais pobres. Tanto na crise grega como na dos refugiados há uma massa de marginalizados que grita por socorro.
De um lado os mais pobres e do outro os mais abastados.
Existe um conceito na teologia reformada, ou calvinista, chamado de depravação total do homem. Esse conceito, no fundo, não é bem diferente do conceito de pecado original ou da queda do homem no Jardim do Éden.
Resumindo: tanto o grego como o alemão, tanto o capitalista como o socialista, tanto um refugiado sírio, quanto um cidadão europeu, todos estamos sujeitos às mesmas mazelas éticas, à mesma corrupção que nos afasta do ideal de vida próspero, em harmonia com outro ser humano.
Ele nos ajuda a lembrar da dura realidade dos limites éticos humanos. Faz-nos contemplar a verdade nua e crua de que a maldade se infiltrou em nossos corações até ao caroço. E pior, nos rouba a alucinação prazerosa de que em algum sistema social ou econômico qualquer a vida poderia ser melhor. Ou seja, a solução não estaria na mudança de regime ou sistema.
Mas isso significaria que a esquerda e suas propostas de justiça social não são melhores e mais humanas que o capitalismo selvagem? Isso significaria que a liberdade e os valores reforçados pelo capitalismo não seria melhor que os controles estatais do comunismo?
Então diante de tal pessimismo não seria melhor resignar e deixar tudo a Deus dará, e vivermos sem um ideal ou ideologia?
Talvez sim… ou talvez não. A teologia apresenta também o remédio ou (paliativo) para o problema do pecado, da depravação, da queda humana: uma revolução espiritual.
A chance única para reverter essa situação nos foi ensinada por Jesus. São as chamadas boas novas, pregadas e vividas por Ele. O Evangelho da Graça, do arrependimento, da Cruz de Cristo. Sem ser abraçado por esse Evangelho o indivíduo e as sociedades estão fadadas ao fracasso total.
Entendo assim que até mesmo as ideologias políticas podem vir a ser úteis. Mas esbarrarão sempre nesse limite. Da transformação do coração humano. E não irão além dali. E fracassam justamente ali. Seja ela qual for.
E talvez, qualquer ideologia pode até vir a ser bem sucedida, desde que quem a viva tenha um coração transformado por Cristo. Pois esse é o ponto de partida para um viver social em liberdade e justiça, onde o Reino dos Céus é chegado
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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