Papo cabeça

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- Olá meu jovem! Tudo bem?
- Tá tudo do jeito qui tá.
- Que jeito? Posso saber?
- Do jeito qui todo mundo já sabe.
- Fazendo alguma coisa importante, meu jovem?
- Tô me preparanu aqui pra dá um rolezinho cum a turma no shopi.
- O que é isto, meu jovem?
- Oia, premero para de mi chamá assim, viu!
- Tudo bem, meu caro, só quero papear um pouco.
- Cê sabi se eu to afim de papiá?
- Espero que sim, a vida é cheia de bons momentos e as grandes amizades geralmente começam com um um bom papo.
- E quem disse que eu quero isso pra mim. Eu quero é causá véio!
- Você é um jovem interessante, deve ser um bom estudante, um bom filho e deve ter igualmente excelentes planos para a sua vida.
- Xi, o véio desandou de veis, num fala coisa cum coisa.
- Admiro os jovens, a sua força, a sua tenacidade, sua vontade de vencer os mais difíceis obstáculos que nos aparecem pela frente.
- Véio, num to intendenu nada dessa prosa. Me erra véio, vaza!
- Acho diferente e criativo o seu linguajar rebuscado, um tipo intelectual diferenciado, bem à frente do nosso tempo.
- Esse aí pirô, meu! Eu aqui pensano no meu rolezinho cum a turma no shopi e ele falanu latim. Pode?
- Bem, meu jovem, eu tenho que ir, mas posso dizer que foi um grande prazer conhecê-lo e desfrutar de seus conhecimentos. Fica com Deus!
- Vai, véio, vai... e tomara que tu caia numa valeta e quebre a outra perna. Já passô da hora e a turma inda num chegô. Será que a pulícia baxou lá? Achu que os homim puzero água no nosso chopi. Vai ficá pra otro dia.

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Opinião do leitor