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Palavra do leitor

Papa X Francisco

Mário admirava Francisco; aquele que amava Deus gostava dos animais e fez opção pela pobreza. Mas, Mário vivia numa corte portentosa, sendo nela um dos príncipes.

Um dia, Bento, o Rei, cansado das falcatruas e impudicícies que ocorriam na sede do reino decidiu abdicar da coroa deixando aos príncipes a missão de escolherem um substituto.

Todos os prelados, mais de uma centena, se reuniram a portas fechadas para a difícil escolha. Dizem que Mário rabiscou umas palavras sobre a humildade e dedicação que deveria ter o novo rei, e isso agradou a muitos dos príncipes de modo que, no quinto pleito, ele foi escolhido para reinar.

Então, jurou aceitar a missão dada pelo colegiado principal, e em atenção a sua simpatia com Francisco, decidiu adotar o nome e o modo de vida daquele. Falam que em Vaticano acontece milagres; e ele deve ter acreditado nisso mesmo, afinal, apostou que poderia vestir a armadura de Papa, e de Francisco ao mesmo tempo, como se não fossem coisas excludentes.

Até lhe foi permitido abrir mão de algumas ostentações do reino, mas, a pompa real era tal, que mesmo querendo, não poderia abraçar a simplicidade como o santo inspirador de seu nome.

Foi revestido de uma armadura superpoderosa como a do Homem de Ferro que faz um semideus do comum Tony Stark. Precisa usar a armadura, Papa; “Noblesse obligé;” e quando a está vestindo, o humilde Francisco acaba dotado de superpoderes ao invés de simplicidade como gostaria.

Assim, segue reinando em sua contraditória duplicidade trazendo no nome a necessária opulência: Papa. E a sonhada simplicidade, Francisco.

Em missão real no reino de Banânia vieram os “dois”, digo, o inevitável portento, e a intangível simplicidade por causa da armadura. O carisma da dupla é notório. Todos são atraídos pela armadura Papal, e muitos dizem gostar também do Chico; embora, seja duvidoso pensar que teria seguidores se viesse de navio, descesse em Santos em seus andrajos, e caminhasse a pé ensinando sua doutrina.

Muitos são afetados pela ambiguidade, pois, no trajeto Francisco deixou a janela aberta, e várias beatas trouxeram seus filhos buscando tocar no Papa, não nele. Pior, na hora de discursar diante da corte de Banânia todos queriam ouvir ao Papa; mas, o Francisco deu seu pitaco: “Não tenho ouro nem prata…” arriscou; esquecendo que na sua armadura mágica, veio “montado num querubim” do reino onde trouxe seu séquito inteiro.

Mais ainda: Que uma das razões da abdicação do rei Bento foi a má gestão de muita prata e do ouro que há na corte Papal. Então, segue a contraditória sina de Chico; como se fosse Mahatma Ghandi nas “vestes” do homem de ferro; tentando pregar o pacifismo vestido para fins bélicos.

Assim, “Pedro” usando a coroa de César já não pode anunciar retamente a Cristo. Mas, a governanta de Banânia fez uma pregação bem cristã. Alardeou em proficiente dilmês, os avanços sociais conquistados em seu reinado; e disse que os recentes protestos e quebra-quebras que ocorreram foram devido aos bens, democracia e inclusão que ela promoveu; de modo que isso foi tão bom, que a plebe pediu mais; com sofreguidão tal, que incendiou o circo por mais benesses reais.

Sua queda de popularidade de mais de setenta para menos de trinta por cento em poucos dias, pois, se deve aos seus méritos não aos defeitos. Tal qual, Cristo, ela foi “crucificada” por ser boa não incompetente ou corrupta.

Papa se absteve de comentar os arroubos da rainha, mas, Francisco deve ter vibrado dentro da armadura com uma mensagem assim tão “cristã”. Na verdade, de disfarce o Chico entende, e não deve ter se sensibilizado com um pelego vermelho. Claro que o Francisco, aquele, de Assis, era mui afeito aos animais, de modo que deve ter capacitado a esse, no trato com os “irmãos” cobras e lagartos.

O fato é que a juventude de banânia está excitada ao extremo com a vinda do homem de ferro, digo, do Mahatma, ou melhor, Mário; sei lá… A verdade é que o coquetel das emoções embriaga, e depois da tontura, a galera já não sabe se isso é espiritual ou meramente emotivo; e nada acontece de cunho espiritual, autêntico, se não derivar da vivaz pregação da Palavra de Deus.

E a grande maioria não sabe diferir uma predica humanista, política, de uma vera mensagem espiritual. Aquelas geralmente laboram por adequar seus meios aos tempos; essa, por reconciliar vidas com Deus.

A coisa é mesmo radical, e quem tem medo de romper com o mundo não tem coragem de aproximar-se de Deus.

Ainda assim, o Chico chegou fazendo milagre; a sua simples presença permitiu à governanta falar uns dez minutos sem vaia alguma; aleluia!
Tio Hugo - RS
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Site: http://ofarol21.blogspot.com.br

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