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Palavra do leitor

Ouro, prata e bronze [incorruptíveis!]

Abstraindo-nos da história das Olimpíadas terem a sua remota origem como um modo de culto aos falsos “deuses”, Zeus principalmente, não vamos dissertar sobre assunto tão palpitante nos dias de hoje, mas sim enfocar valores outros, sob ótica diversa.

Os jogos não eram realizados como competições, mas como homenagem aos deuses; isso não é a nossa realidade na atualidade, mais precisamente desde 393 (d.c.) quando o Imperador Teodósio I, convertido ao cristianismo, proibiu a adoração aos deuses, alegando ser uma manifestação pagã, como, de fato, é.

É abominação ao verdadeiro Deus, o qual criou a terra, os oceanos, os céus, e tudo o que neles há, e é o único e verdadeiro Deus.

Paulo, o apóstolo dos gentios, diz: “Não sabeis vós que os que correm nos estádios, todos na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa corruptível [no sentido de deterioração]; nós, porém a incorruptível” (I Co 9 24-25).

Aqui ele já se referia ao atletismo [corridas], que era o que se praticava na origem dos atuais jogos olímpicos [de Olímpia, na antiga Grécia], época em que ainda não haviam sido introduzidos outros tipos de esportes, como os da atualidade.

Refere-se Paulo, nesse texto, não ao esporte, propriamente dito, mas ao Evangelho do Senhor Jesus Cristo, à Palavra de Deus, no sentido de “se tornar cooperador com ele” (9 23); diz ele que se sacrificava, pessoalmente, para que “tendo pregado a outros, não venha eu [ele] mesmo a ser desqualificado” (v 27).

Também nós, que dedicamos a vida ao Ministério da Palavra de Deus, procurando, pelos meios modernos que se nos dispõem, como a Internet e outros veículos, alcançar pessoas para o Senhor Jesus Cristo, temos que cuidar para que a nossa vida, se não coerente com o testemunho cristão, com a nossa pregação, venha a nos desqualificar para o prêmio da soberana vocação (Fp 3 14).

Esse prêmio a que Paulo se refere não é a salvação dos nossos pecados e do inferno, tendo em vista que uma vez convertidos ao Senhor Jesus, ao recebê-lo, no coração, como nosso único e suficiente Salvador e Senhor, entramos para a família de Deus, ou seja, adquirimos “o direito de sermos feitos filhos de Deus” (Jo 1. 12).

E, uma vez salvos, desde que o nosso comprometimento com Deus seja verdadeiro, sério, não fingido, Ele, “de maneira alguma nos lançará fora” (Jo 6 37).

O texto, em seu contexto, trata, então, da nossa “Missão” de falar do evangelho aos que ainda não conhecem o Senhor Jesus [ensinar, pregar, testemunhar], o que nos credenciará para o recebimento de “galardões” (I Co 9 16-18); esses galardões serão os poderes [Autoridade] que do Senhor Jesus receberemos para reinar com Ele sobre as nações, durante o milênio (Ap 20 6 e Lc 19 12-19), a partir de Jerusalém.

As obras serão de diversas naturezas e padrões como ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, segundo a descrição de Paulo (I Co 3 12).

Se edificarmos sobre o “fundamento” [Cristo] é que teremos galardões (I Co 3 14), segundo as nossas obras; mas se a obra perecível como madeira, feno, palha se queimar, sofreremos dano, mas, ainda assim, seremos salvos, como que pelo fogo (v. 15); fica entendido que as obras como ouro, prata, pedras preciosas não se queimarão por não serem corruptíveis, provadas que serão pelo próprio fogo (v. 13), mas as demais, como perecíveis que são, se queimarão.

O Senhor Jesus fala em julgamento por obras (Mt 25 31-46), mas não se refere a nós, Igreja [convertidos a Ele, pela graça mediante a fé em Cristo] pois já teremos sido arrebatados anteriormente (I Ts 4 1-18).

Ele se refere ao tempo do fim, sua Segunda Vinda [quando vier o Filho do homem na sua majestade e todos os anjos com ele – v. 31].

A referência é aos que se converterão pela pregação dos 144 mil israelitas (Ap 7 1-8), durante a Tribulação a que o próprio Senhor se referiu (Mt 24 21), os quais terão ou não socorrido os seus “pequenos irmãos” [os judeus], o que determinará a sentença de cada um: “entrar na posse do reino” (v. 34) ou “apartar-se para o fogo eterno” (v. 41).

Nas Olimpíadas, criou-se um refrão: “o importante é competir”, pois o relevante não é ganhar a competição, mas, sim, participar, exercitar-se, e, até mesmo, o congraçamento dos povos.

Também, na vida cristã, o importante pode não ser o galardão, ou a sua espécie, pois seremos salvos ainda que pelo fogo; o necessário é credenciarmo-nos para a vida eterna junto a Deus, recebendo, previamente, o Senhor Jesus nos corações, para a salvação de nossas almas do fogo eterno, tornando-nos membros da Família de Deus (Jo 1 12), enquanto Ele pode ser encontrado (Is 55 6).

“Desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da Fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou
a cruz...” (Hb 12 1b, 2a).
São Paulo - SP
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