Os deuses dos campos de futebol

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Endeusar uma pessoa sempre foi perigoso e desaconselhável. O ser humano não pode e não deve ser endeusado sob pena de se achar, realmente, um deus. Isto é perigoso para a humanidade, pois enquanto uns são deuses, outros são adoradores, seguidores e se entregam a esse culto sem regras e sem limites. Isto já causou muitos danos à humanidade ao longo da história. Pessoas que foram endeusadas e aceitaram essa adoração se transformaram em seres danosos, deixando até hoje rastros de sangue e destruição por onde passaram.

Vivemos hoje dias difíceis em todas as áreas da sociedade, vivemos amedrontados, vigiados e temerosos quanto ao nosso futuro. Não há ninguém perfeito, mas quando se faz de pessoas uma espécie de religião corre-se o risco de matar ou morrer por elas. Tudo acaba convergindo para essas pessoas, todos os holofotes, as atenções, todo o aparato de comunicação, a imprensa com tudo que tem de mais moderno. E aí, sem querer, cria-se um monstro que depois pode nos devorar.

Endeusamento sempre foi algo perigoso ao longo da história, pois o ser humano não está preparado para isto. Muitos de nossos péssimos políticos são resultado dessa adoração e hoje alguns, inclusive, estão presos e mesmo assim os seus adoradores armam acampamento próximo ao local de sua prisão, para ter o seu ídolo por perto. Nos campos de futebol eles desfilam sua arte, que hoje é nobre, ganham milhões e são adorados por onde vão, como vão e com quem vão. São os atletas de futebol os profissionais mais bem pagos do mundo, tratados como deuses, adorados literalmente. Alguns torcedores chegam a tatuar o nome e a imagem deles nos seus corpos tal a obsessão que sentem por eles. Uma histeria, uma loucura sem precedentes - e aí vem a Copa do Mundo na Rússia, no mês de junho, que poderá comprovar isto.

Fico pensando como essas pessoas se sentem sendo tratadas acima do bem e do mal, sendo rodeadas de fanáticos por todos os lados, tratadas como os deuses dos campos, ou dos estádios à sua espera a começar pelo anúncio de seus nomes no telões e a saudação enfurecida dos torcedores. Isto é muito perigoso, repito, pois já tivemos exemplos em nossa história. Não vou citar nomes, pois são muitos nas mais diversas áreas de atuação. Seja na política, nos esportes, no teatro, na música e até na poesia, ainda hoje, eles desfilam por aí em carros abertos, ou em majestosas aparições nos diferentes círculos onde o glamour é total.

Olho para mim e me vejo no espelho da vida, agradeço a Deus pelo dom que Ele me deu e que me dá condições de escrever e alertar milhões de pessoas que andam cegas atrás de seus ídolos, não de gesso ou de barro, mas de carne e osso. Me vejo assim: simples, constante na minha arte de juntar palavras e alertar pessoas. Fazer poesias, crônicas, comentários, escrever artigos, bordar a vida com as linhas de que disponho na minha arte que é milenar, que atravessa fronteiras e é imutável. Enquanto escrevo, deuses desfilam pelos campos, nas passarelas da vida, em seus altares improvisados sendo aplaudidos, ovacionados por uma multidão obcecada que não sabe mais o que fazer, o que pensar, além de se entregar totalmente aos seus deuses.

Pobre humanidade! Até quando estareis nesses impasse, nesse torpor sem discernir a mão esquerda da direita, sem se ver, sem se enxergar, sem se valorizar? Pense em vocês, pense em Deus, pense na vida, na saúde, no bem estar geral, afinal tudo isto aqui passa, é só uma cortina de fumaça e só tem graça aquilo que somos e aquilo vivemos. Os deuses dos campos já tem os seus seguidores, vamos seguir a Jesus e somente a Ele adorar, pois Ele nos ama e entregou a sua vida por nós.

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Opinião do leitor