Palavra do leitor
- 02 de julho de 2017
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Os chatos não herdarão o Reino dos Céus!
Os fariseus sempre foram uma pedra no sapato de Jesus. Vira e mexe, estavam a espreita, alderedor, de soslaio ou atrás da porta para encontrar ou criar alguma falha, para confrontar, mesmo que a vida estivesse em questão. De nada adiantava, se um ser humano pudesse adentrar numa mudança profunda de sua história, porque segundo a leitura desses homens, as matrizes da lei deveriam prevalecer, como se Deus, tão somente, tivesse sentido, ali.
De certo, isso me levou a um prosear sobre os chatos não herdarão o Reino dos Céus e a etimologia ou a raiz da palavra, no latim, significa dispor ou possuir uma superfície plana. Ouso dizer, o chato pode visto como uma vitrola, por onde o disco, mesmo virado, apresenta a mesma canção.
Em outras palavras, se aferra numa monotonia, numa mesmice, numa repetitividade, aterrorizado as vicissitudes ou alternâncias da vida, voltado a encaixar as pessoas, em suas definições de bom e mal, de certo e errado, de justo e abominável, de se colocar acima dos outros, de serem vistos como predestinados e porta-vozes da verdade, como se fossem os únicos responsáveis e autorizados.
Nessa linha de raciocínio, extraímos de Marcos 02: 01-12, 18-22, 23-28, pelo qual Jesus se depara com a pesarosa e hipócrita narrativa dos fariseus com a postura de conceber a vida, segundo a colocação de submeter pessoas dentro de categorias de aprovados e rejeitados, de escolhidos e abominados, de uma fé territorial, de uma espiritualidade de fronteiras, de uma religiosidade de incluídos e exccluídos.
Eis um dos maiores momentos de fardo e de tédio, com o qual Jesus enfrentou. Se fosse no sábado, questionavam a licitude de curar, neste dia; diante dos excluídos, dos marginalizados, dos discriminados, dos mal vistos, dos deserdados, dos não circuncisados, dos miseráveis, dos impuros e dos estrangeiros também apontavam haver um depreciar ou interpretar equivocado dos manuscritos da lei.
Em meio a tudo isso, os chatos, aqui, personificados pelos fariseus, vinham imbuídos de palavras ácidas, de um mau humor sem precedentes, de uma insistência para impor, subjugar e remover das pessoas toda e qualquer condição de liberdade, de serem livres, de perceberam que a imposição de mandamentos, sem a inspiração e criatividade de sermos solidários, mútuos, recíprocos e pertencentes ao outro – próximo, como nascente dos ensinos de Jesus, levam a uma relação com Deus covarde, sem vitalidade, sem a abertura de oportunidades para romper e irromper com uma espiritualidade de faz de contas.
Tristemente, o cenário composto pelos nominados devotos da fé cristã e, mais particularmente, as de diretriz mais radical fundamentalista, superabundam-se de chatos.
São os chatos com um régua para medir o grau de intimidade das pessoas, com Deus, e sempre procuram se valer de que jejuam, tantas e tantas vezes, de que oram, no mínimo, três ao dia; há também os chatos das vestiduras, como num repúdio a moda, ao estilo, a beleza (demonizam maquiagens, roupas, sapatos, entretenimentos, filmes, viagens, tudo e tudo mesmo); não posso deixar de mencionar dos chatos que vivem nos guetos, enquanto os de fora estão todos perdidos, condenados a desgraça; o que dizer dos chatos mártires, das maldições hereditárias, das perseguições demoníacas, do dualismo entre Deus e o diabo; pontuo os chatos dos tratados ou amontoados de idealismos teológicos, ao qual se consideram como a nata do evangelho, intitulam-se livres de dogmas, de doutrinas, de serem partes de uma comunidade de vanguarda e antenada aos desafios da pós-modernidade.
Vou adiante, não me eximo, aceito o fato incontestável, porque estou sujeito a ser um chato, agora, assim como Jesus os abordou e foi abordado, pelos mesmos, estaremos sujeitos e embora seja indigesto os aguentar, independentemente, servem para não me fazer deixar na gaveta das minhas convicções, o quanto sou tendente ao orgulho, a empáfia, a presunção, a se colocar como vítima, a mostrar e demonstrar minhas fragilidades, vulnerabilidades, incertezas, inquietudes, dúvidas, descrenças, invejas, indiferenças. Acredito, o maior problema dos fariseus não, primordialmente, sua chatice, mas a vaidade, a ilusão de se verem acima da mulher samaritana, de Zaqueu, do publicano, dos leprosos, da mulher prestes a ser apedrejada, do jovem gadareno, daqueles advindos de Nazaré e quantas vezes não assumo a mesma maneira de ser?
Presumidamente, não cultivo a ilusão de me ver acima de fulano, por ser tatuado, ou divorciado, ou com pirce, ou porque já tem filho, ou porque não tem nenhum dom, ou porque isso, aquilo e acolá? Por fim, os chatos não herdarão o Reino dos Céus, estarão conosco, mas, todos nós, chatos de galocha (e eu já me denuncio), temos a oportunidade de nos banharmos, com as palavras de Jesus, na Cruz da redenção de gente, para sermos inundados de uma transcendencia que me leva ao outro, com destemor, força e coragem.
De certo, isso me levou a um prosear sobre os chatos não herdarão o Reino dos Céus e a etimologia ou a raiz da palavra, no latim, significa dispor ou possuir uma superfície plana. Ouso dizer, o chato pode visto como uma vitrola, por onde o disco, mesmo virado, apresenta a mesma canção.
Em outras palavras, se aferra numa monotonia, numa mesmice, numa repetitividade, aterrorizado as vicissitudes ou alternâncias da vida, voltado a encaixar as pessoas, em suas definições de bom e mal, de certo e errado, de justo e abominável, de se colocar acima dos outros, de serem vistos como predestinados e porta-vozes da verdade, como se fossem os únicos responsáveis e autorizados.
Nessa linha de raciocínio, extraímos de Marcos 02: 01-12, 18-22, 23-28, pelo qual Jesus se depara com a pesarosa e hipócrita narrativa dos fariseus com a postura de conceber a vida, segundo a colocação de submeter pessoas dentro de categorias de aprovados e rejeitados, de escolhidos e abominados, de uma fé territorial, de uma espiritualidade de fronteiras, de uma religiosidade de incluídos e exccluídos.
Eis um dos maiores momentos de fardo e de tédio, com o qual Jesus enfrentou. Se fosse no sábado, questionavam a licitude de curar, neste dia; diante dos excluídos, dos marginalizados, dos discriminados, dos mal vistos, dos deserdados, dos não circuncisados, dos miseráveis, dos impuros e dos estrangeiros também apontavam haver um depreciar ou interpretar equivocado dos manuscritos da lei.
Em meio a tudo isso, os chatos, aqui, personificados pelos fariseus, vinham imbuídos de palavras ácidas, de um mau humor sem precedentes, de uma insistência para impor, subjugar e remover das pessoas toda e qualquer condição de liberdade, de serem livres, de perceberam que a imposição de mandamentos, sem a inspiração e criatividade de sermos solidários, mútuos, recíprocos e pertencentes ao outro – próximo, como nascente dos ensinos de Jesus, levam a uma relação com Deus covarde, sem vitalidade, sem a abertura de oportunidades para romper e irromper com uma espiritualidade de faz de contas.
Tristemente, o cenário composto pelos nominados devotos da fé cristã e, mais particularmente, as de diretriz mais radical fundamentalista, superabundam-se de chatos.
São os chatos com um régua para medir o grau de intimidade das pessoas, com Deus, e sempre procuram se valer de que jejuam, tantas e tantas vezes, de que oram, no mínimo, três ao dia; há também os chatos das vestiduras, como num repúdio a moda, ao estilo, a beleza (demonizam maquiagens, roupas, sapatos, entretenimentos, filmes, viagens, tudo e tudo mesmo); não posso deixar de mencionar dos chatos que vivem nos guetos, enquanto os de fora estão todos perdidos, condenados a desgraça; o que dizer dos chatos mártires, das maldições hereditárias, das perseguições demoníacas, do dualismo entre Deus e o diabo; pontuo os chatos dos tratados ou amontoados de idealismos teológicos, ao qual se consideram como a nata do evangelho, intitulam-se livres de dogmas, de doutrinas, de serem partes de uma comunidade de vanguarda e antenada aos desafios da pós-modernidade.
Vou adiante, não me eximo, aceito o fato incontestável, porque estou sujeito a ser um chato, agora, assim como Jesus os abordou e foi abordado, pelos mesmos, estaremos sujeitos e embora seja indigesto os aguentar, independentemente, servem para não me fazer deixar na gaveta das minhas convicções, o quanto sou tendente ao orgulho, a empáfia, a presunção, a se colocar como vítima, a mostrar e demonstrar minhas fragilidades, vulnerabilidades, incertezas, inquietudes, dúvidas, descrenças, invejas, indiferenças. Acredito, o maior problema dos fariseus não, primordialmente, sua chatice, mas a vaidade, a ilusão de se verem acima da mulher samaritana, de Zaqueu, do publicano, dos leprosos, da mulher prestes a ser apedrejada, do jovem gadareno, daqueles advindos de Nazaré e quantas vezes não assumo a mesma maneira de ser?
Presumidamente, não cultivo a ilusão de me ver acima de fulano, por ser tatuado, ou divorciado, ou com pirce, ou porque já tem filho, ou porque não tem nenhum dom, ou porque isso, aquilo e acolá? Por fim, os chatos não herdarão o Reino dos Céus, estarão conosco, mas, todos nós, chatos de galocha (e eu já me denuncio), temos a oportunidade de nos banharmos, com as palavras de Jesus, na Cruz da redenção de gente, para sermos inundados de uma transcendencia que me leva ao outro, com destemor, força e coragem.
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