Palavra do leitor
- 21 de janeiro de 2012
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Os botecos, o programa show da fé e os bons fluidos
‘’enquanto a trajetória de muitos cristãos permanecerem nas fronteiras de uma espiritualidade sem a presença da misericórdia que nos torna livres, ter – se – à um evangelho atordoado e fantasioso. ’’
Na última sexta – feira, enquanto ia visitar um cliente, pude perceber ao passar em frente de vários bares ou os popularmente conhecidos botecos um detalhe que me chamou atenção.
De notar, não foi nenhuma discussão acalorada, nem a presença fumando um baseado, muito menos alguém na prática de atentado ao pudor. Mais precisamente, por todos os botecos, deparei – me com os televisores ligados e exibindo o programa ‘’show da fé’’.
Tornava – se nítido o descompasso estabelecido entre os presentes e a ministração em curso.
Vai lá se saber o porquê, já há algum tempo, tenho presenciado, ou pode ser uma impressão pessoal precipitada, a incorporação do evangelho televisivo em substituição as outrora (s) práticas do misticismo religioso brasileiro.
Cabe salientar, em outras épocas, os simbologismos de uma miscigenação espiritual permeiam tais lugares. Caso dos pés de coelho, das minúsculas estatuas de santos e entidades.
Atualmente, tudo parece ter sido substituído por, tão somente, deixar a TV ligada e creditar nos bons fluídos, dali advindos. Sem qualquer postura de submeter o certo e o errado, da validade ou não dessas vertentes evangelísticas midiáticas. No entanto, migro esse acontecido para a nossa relação cristã.
Mormente muitos freqüentem uma comunidade evangélica, quiçá, posso e arrisco dizer, a teoria dos bons fluidos também não se constituiu numa tônica. Entrementes, ocorre o prevalecer de uma cristandade movida por um sentido e identidade aos domingos e ponto final.
Semelhantemente aos consumidores dos botecos, questionei – me se não sou um consumidor de satisfações eqüidistantes da misericórdia libertadora da Graça perpetrada na encarnação, na crucificação e na ressurreição de Cristo.
Digo mais, mantenho não a TV ligada, mas sim a manutenção dentro de um cenário de ritualismos, de êxtases fugidios (alavancados por uma atmosfera de aglutinação coletiva), de promessas imiscuídas a pregações apoteóticas mais parecidas com discursos de um apetecível culto ao bem – estar individual, utilitário e relativista.
Vou adiante, permaneço arraigado a atender as demandas das minhas próprias e temerárias convicções.
Nada mais, nada menos!
Deveras, não estamos diante de um evangelho simpático, convidativo, nas fronteiras da superficialidade, inclinados a eleger os algozes pelos infortúnios humanos (de preferência, o capeta e os demônios, ou as ambigüidades e tensões sociais e econômicas, ou as patologias de relações familiares desestruturadas, ou as frustrações e agruras acarretadas pelo próximo) e sem ir ao enfoque de proporcionar ao ser humano o resgate da sua identidade de ser imago dei ou, numa conotação laica, na dignidade de ser participe e partilhador da vida inter – relacional.
Cada vez mais fica patente e insofismável o mal do Século XXI denominado ‘’cada um no seu quadrado, da síndrome de que Deus ou não deu a vida para cada um cuidar da sua’’.
Tetricamente, a cultura da satisfação, da autonomia e do sucesso alterou patologicamente o âmbito da própria percepção e compreensão de ser igreja.
Cumpre afirmar, em meio a uma ética volátil, posso optar por uma série concomitante e infindável de botecos espirituais.
Pouco importa ou representa os desfechos e as conseqüências dessa incursão por uma existência desvencilhada de uma esperança disposta ao serviço (o coração – útero das pegadas de Cristo).
Bastam estritamente os bons fluídos, com a condição de não haver nenhuma interferência nos procedimentos como deve ser regida a vida.
A grosso modo, valendo – me da analogia do boteco, a TV ligada configura a situação paradigmática de simplesmente ir a um templo, escutar um discurso adequado e continuar numa trajetória pueril, de alienação e desintegração, de aceitar as regras do jogo de uma felicidade coisificadora (tratados como objetos descartáveis).
Eis o dilema de assumirmos a decisão no tocante a ser testificadores e testemunhas da palavra gestadora da esperança, da justiça, da paz, da alegria e, por tal modo, dos ideais viáveis de uma realidade efetivamente agraciada pelas boas – notícias de João 01, de um lado.
Noutro lado, acostumamo – nos com uma vida de aparências, sem desmerecer ninguém e porfiar na panacéia de mediar a gregos e a troianos.
Na última sexta – feira, enquanto ia visitar um cliente, pude perceber ao passar em frente de vários bares ou os popularmente conhecidos botecos um detalhe que me chamou atenção.
De notar, não foi nenhuma discussão acalorada, nem a presença fumando um baseado, muito menos alguém na prática de atentado ao pudor. Mais precisamente, por todos os botecos, deparei – me com os televisores ligados e exibindo o programa ‘’show da fé’’.
Tornava – se nítido o descompasso estabelecido entre os presentes e a ministração em curso.
Vai lá se saber o porquê, já há algum tempo, tenho presenciado, ou pode ser uma impressão pessoal precipitada, a incorporação do evangelho televisivo em substituição as outrora (s) práticas do misticismo religioso brasileiro.
Cabe salientar, em outras épocas, os simbologismos de uma miscigenação espiritual permeiam tais lugares. Caso dos pés de coelho, das minúsculas estatuas de santos e entidades.
Atualmente, tudo parece ter sido substituído por, tão somente, deixar a TV ligada e creditar nos bons fluídos, dali advindos. Sem qualquer postura de submeter o certo e o errado, da validade ou não dessas vertentes evangelísticas midiáticas. No entanto, migro esse acontecido para a nossa relação cristã.
Mormente muitos freqüentem uma comunidade evangélica, quiçá, posso e arrisco dizer, a teoria dos bons fluidos também não se constituiu numa tônica. Entrementes, ocorre o prevalecer de uma cristandade movida por um sentido e identidade aos domingos e ponto final.
Semelhantemente aos consumidores dos botecos, questionei – me se não sou um consumidor de satisfações eqüidistantes da misericórdia libertadora da Graça perpetrada na encarnação, na crucificação e na ressurreição de Cristo.
Digo mais, mantenho não a TV ligada, mas sim a manutenção dentro de um cenário de ritualismos, de êxtases fugidios (alavancados por uma atmosfera de aglutinação coletiva), de promessas imiscuídas a pregações apoteóticas mais parecidas com discursos de um apetecível culto ao bem – estar individual, utilitário e relativista.
Vou adiante, permaneço arraigado a atender as demandas das minhas próprias e temerárias convicções.
Nada mais, nada menos!
Deveras, não estamos diante de um evangelho simpático, convidativo, nas fronteiras da superficialidade, inclinados a eleger os algozes pelos infortúnios humanos (de preferência, o capeta e os demônios, ou as ambigüidades e tensões sociais e econômicas, ou as patologias de relações familiares desestruturadas, ou as frustrações e agruras acarretadas pelo próximo) e sem ir ao enfoque de proporcionar ao ser humano o resgate da sua identidade de ser imago dei ou, numa conotação laica, na dignidade de ser participe e partilhador da vida inter – relacional.
Cada vez mais fica patente e insofismável o mal do Século XXI denominado ‘’cada um no seu quadrado, da síndrome de que Deus ou não deu a vida para cada um cuidar da sua’’.
Tetricamente, a cultura da satisfação, da autonomia e do sucesso alterou patologicamente o âmbito da própria percepção e compreensão de ser igreja.
Cumpre afirmar, em meio a uma ética volátil, posso optar por uma série concomitante e infindável de botecos espirituais.
Pouco importa ou representa os desfechos e as conseqüências dessa incursão por uma existência desvencilhada de uma esperança disposta ao serviço (o coração – útero das pegadas de Cristo).
Bastam estritamente os bons fluídos, com a condição de não haver nenhuma interferência nos procedimentos como deve ser regida a vida.
A grosso modo, valendo – me da analogia do boteco, a TV ligada configura a situação paradigmática de simplesmente ir a um templo, escutar um discurso adequado e continuar numa trajetória pueril, de alienação e desintegração, de aceitar as regras do jogo de uma felicidade coisificadora (tratados como objetos descartáveis).
Eis o dilema de assumirmos a decisão no tocante a ser testificadores e testemunhas da palavra gestadora da esperança, da justiça, da paz, da alegria e, por tal modo, dos ideais viáveis de uma realidade efetivamente agraciada pelas boas – notícias de João 01, de um lado.
Noutro lado, acostumamo – nos com uma vida de aparências, sem desmerecer ninguém e porfiar na panacéia de mediar a gregos e a troianos.
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