Palavra do leitor
- 02 de abril de 2009
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Os benefícios da má notícia
"Porque assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Não vos enganem os vossos profetas que estão no meio de vós, nem os vossos adivinhos, nem deis ouvidos aos vossos sonhos, que sonhais; [...] Porque assim diz o Senhor: Certamente que passados setenta anos em Babilônia, vos visitarei" (Jeremias 29: 8 e 10a).
O povo de Israel foi exilado na Babilônia, por setenta anos. O exílio não foi voluntário. O povo foi levado cativo por Nabucodonosor, o rei babilônico da época. Enquanto muitos falsos profetas alentavam os israelitas, anunciando um fim bem próximo para o cativeiro, Deus mandou que Jeremias anunciasse a eles um desterro longo.
O Senhor orientou Jeremias a dizer ao povo cativo que criasse raízes, durante o exílio, construindo casas, para nelas habitar, plantando pomares, para deles comer, casando-se e tendo filhos, dando seus filhos em casamento, orando pela paz daquela terra; tudo porque aquela gente passaria muito tempo naquele lugar, com o opressor.
Deus providenciou o exílio na Babilônia como um castigo para Israel, pela sua maldade. Mas, se, por um lado, estar longe de casa, preso num lugar hostil, já era um sofrimento para a alma daquelas pessoas, por outro, ser ordenado por Deus a levar uma vida normal, tanto quanto possível, naquele lugar, pode ser encarado como uma retaliação ainda maior, por uns, ou como um ato de misericórdia, por outros.
Muitas vezes nós nos sentimos como os cativos de Israel: aprisionados em “terra estranha”, arrastados por gente mais poderosa do que nós para “lugares distantes”, principalmente, dos nossos sonhos. Oramos incessantemente a Deus pelo nosso “resgate” e, quando Ele nos responde, determina-nos que esperemos, porque ainda não é o momento de gozar da “liberdade”. Podemos até receber a notícia com resignação, mas, lá no fundo, lamentamos por não ter chegado a nossa vez. Então, somos tentados a levar a vida à míngua, como se ela fosse um fardo, e não uma dádiva divina.
Nesse ponto, eu prefiro acreditar que, quando Deus ordenou ao povo de Israel que vivesse como se estivesse “em casa”, na Babilônia, Ele o fez por compaixão, e não movido pela ira. Prefiro crer que, quando Ele recomendou aos israelitas que orassem pela paz daquele reino, para que eles também tivessem paz, o Senhor pensava numa forma de tornar a vida daquela gente menos pesada, ali, e não num modo de humilhá-la ainda mais.
Quando já esperamos demais pelo fim das nossas dores ou pelas nossas realizações, e Deus ainda nos diz que continuaremos esperando, Ele certamente não deseja que vivamos prostrados, como perdedores. Ele não ignora nossas emoções, mas recomenda que vivamos acima delas.
Não é tarefa fácil “não sentir” o quanto nosso coração almeja uma outra história para nós, enquanto vivemos o que consideramos um “filme de terror”. Mas precisamos admitir que obedecer às orientações de Deus, nessa hora, ainda é melhor do que padecer no paraíso. De nada adianta nos rebelarmos e deixar clara, para Deus, toda a nossa indignação. Sua vontade é soberana, e Ele vê muito mais adiante do que qualquer um de nós.
No meio do “cativeiro”, é preciso continuar planejando e construindo, sonhando e realizando, até que o tão esperado dia da “libertação” chegue. Ela, sem dúvida, será a maior das conquistas. Não a única, mas a maior, entre muitas pequenos cuidados experimentados nas nossas “cadeias”. Cuidados aviados por Deus, para que não tenhamos que nos conformar com o fracasso, como se só por meio desse conformismo pudéssemos evitar as frustrações.
O povo de Israel foi exilado na Babilônia, por setenta anos. O exílio não foi voluntário. O povo foi levado cativo por Nabucodonosor, o rei babilônico da época. Enquanto muitos falsos profetas alentavam os israelitas, anunciando um fim bem próximo para o cativeiro, Deus mandou que Jeremias anunciasse a eles um desterro longo.
O Senhor orientou Jeremias a dizer ao povo cativo que criasse raízes, durante o exílio, construindo casas, para nelas habitar, plantando pomares, para deles comer, casando-se e tendo filhos, dando seus filhos em casamento, orando pela paz daquela terra; tudo porque aquela gente passaria muito tempo naquele lugar, com o opressor.
Deus providenciou o exílio na Babilônia como um castigo para Israel, pela sua maldade. Mas, se, por um lado, estar longe de casa, preso num lugar hostil, já era um sofrimento para a alma daquelas pessoas, por outro, ser ordenado por Deus a levar uma vida normal, tanto quanto possível, naquele lugar, pode ser encarado como uma retaliação ainda maior, por uns, ou como um ato de misericórdia, por outros.
Muitas vezes nós nos sentimos como os cativos de Israel: aprisionados em “terra estranha”, arrastados por gente mais poderosa do que nós para “lugares distantes”, principalmente, dos nossos sonhos. Oramos incessantemente a Deus pelo nosso “resgate” e, quando Ele nos responde, determina-nos que esperemos, porque ainda não é o momento de gozar da “liberdade”. Podemos até receber a notícia com resignação, mas, lá no fundo, lamentamos por não ter chegado a nossa vez. Então, somos tentados a levar a vida à míngua, como se ela fosse um fardo, e não uma dádiva divina.
Nesse ponto, eu prefiro acreditar que, quando Deus ordenou ao povo de Israel que vivesse como se estivesse “em casa”, na Babilônia, Ele o fez por compaixão, e não movido pela ira. Prefiro crer que, quando Ele recomendou aos israelitas que orassem pela paz daquele reino, para que eles também tivessem paz, o Senhor pensava numa forma de tornar a vida daquela gente menos pesada, ali, e não num modo de humilhá-la ainda mais.
Quando já esperamos demais pelo fim das nossas dores ou pelas nossas realizações, e Deus ainda nos diz que continuaremos esperando, Ele certamente não deseja que vivamos prostrados, como perdedores. Ele não ignora nossas emoções, mas recomenda que vivamos acima delas.
Não é tarefa fácil “não sentir” o quanto nosso coração almeja uma outra história para nós, enquanto vivemos o que consideramos um “filme de terror”. Mas precisamos admitir que obedecer às orientações de Deus, nessa hora, ainda é melhor do que padecer no paraíso. De nada adianta nos rebelarmos e deixar clara, para Deus, toda a nossa indignação. Sua vontade é soberana, e Ele vê muito mais adiante do que qualquer um de nós.
No meio do “cativeiro”, é preciso continuar planejando e construindo, sonhando e realizando, até que o tão esperado dia da “libertação” chegue. Ela, sem dúvida, será a maior das conquistas. Não a única, mas a maior, entre muitas pequenos cuidados experimentados nas nossas “cadeias”. Cuidados aviados por Deus, para que não tenhamos que nos conformar com o fracasso, como se só por meio desse conformismo pudéssemos evitar as frustrações.
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