Palavra do leitor
- 22 de novembro de 2007
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Os apóstolos e a política
"Quem sabe de cor o nome dos doze?" Foi a pergunta que lancei ao nosso grupo familiar. A surpresa da nossa falta de conhecimento já havia me assustado anteriormente, quando constatei essa ignorância em mim mesmo.
Mas afinal o quê adianta memorizar o nome de doze homens que não desenvolveram nenhuma teologia importante, não fundaram nenhuma escola filosófica ou política? O importante é saber que a Bíblia é a Palavra de Deus e que as doutrinas do cristianismo verdadeiro estão ali, e tem em Paulo o principal articulador… será?
Essas pessoas, os apóstolos de Jesus, verdadeiramente foram como o Cristo Encarnado, como diz John Stott no texto recentemente publicado. Eles não eram nem tanto tomadores de decisão, nem teóricos, mas servos, responsáveis pela comunicação do Evangelho, como estilo de vida. E como reza a tradição, com exceção de João, foram todos mortos por causa da fé.
Por isso a tradição da igreja vem deles. Em Jerusalém com um grupo de mais de 5.000 ou sozinhos com a família, depois que a igreja se dispersou, eles se ocupavam em orar e ensinar a palavra. Operavam maravilhas. Eles tornaram-se semelhantes a Cristo, em questões práticas de vida e comportamento. Por isso poderiam como o Mestre ensinar que o Reino de Deus é como uma rede. E isso fazer sentido para seus ouvintes.
Quais são os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro, escritos nos doze fundamentos do muro da grande cidade, a santa Jerusalém, a mulher do Cordeiro, que de Deus descia do céu? (Ap 21.14)
Pedro e João! Destes ninguém esquece: pescadores por profissão e tradição familiar, homens práticos, como os seus respectivos irmãos André e Tiago. Nenhum deles se envolvia em política. A não ser interna, na igreja, na condução do rebanho.
Mas os políticos os perseguiam. Tiago foi logo no início decapitado por Herodes (At 12.2). Mas eram dois Tiagos, não é mesmo? Um deles era líder na igreja e escreveu a epístola. E Jesus tinha um irmão que se chamava Tiago, ou era primo?
Judas Escariotes, aquele traidor! Mas tinha outro Judas. Foi ele ou não quem afinal escreveu a epístola? Seria ele irmão de Jesus? Então porque Maria, a mãe de Jesus, foi morar com João e não com os filhos mais novos? Parece-me que nisso os católicos estão certos e Jesus foi mesmo filho unigênito.
Tomé, é mesmo! Aquele que tinha que ver pra crer. Não é ele o preferido dos exotéricos, por causa do seu evangelho apócrifo? Apesar de estar sempre questionando e ausente, ele está mais para intelectual do que para político. Já temos a metade e mais dois, do número dos apóstolos, faltam quatro. Essa matemática me faz lembrar Mateus que era cobrador de impostos e escreveu um dos evangelhos. E Lucas e Marcos também! Só que estes não eram dos doze…
Faltam só três. Mas o que importa? Por que nomes são importantes? O que vale são números e ao todo eram doze! Já conhecemos tudo sobre o temperamento de Pedro e João e Paulo. É mesmo, Paulo, este sim foi importante! Ele foi o sucessor de Judas, não é? Não. Foi Matias e por sinal eleito democraticamente e por meio de um sorteio.
Tinha um Filipe. Talvez esse fosse mais politizado… sabemos também pouco sobre ele. Mas foi ele quem os gregos procuraram. E ele, no seu anseio de contemplar o Pai, extraiu de Jesus uma confissão belíssima (Jo 14.9). Depois chegou outro Filipe, diácono e evangelista, outro eleito democraticamente, que levou o evangelho para Samaria, onde muitos se converteram (sim aquela cidade que não quis dar um "visto" pra Jesus). Mas estamos falando de Felipe, o apóstolo, que levou seu amigo Natanael a Jesus, aquele Israelita onde não havia dolo.
Seria Natanael um dos doze, um dos dois que faltam? Então eram treze! Pois tinha um tal de Bartolomeu, que é sempre citado juntamente com Filipe. A não ser que, seja a mesma pessoa. Pois Bartolomeu significa (Bar) filho de Tolomeu, assim como Barjonas, filho de Jonas. Não foi assim que Jesus chamava Pedro, Simão Barjonas!
Eram dois Judas, dois Tiagos e dois Simãos… É mesmo… tinha o Simão, o zelote (At 1.13). Aliás, essa é a única coisa que sabemos dele, portanto muito relevante: seu envolvimento político! Não me pergunte se de direita ou de esquerda, mas com certeza um dos doze, um dos nossos, um rebelde!
www.fraternus.de
Mas afinal o quê adianta memorizar o nome de doze homens que não desenvolveram nenhuma teologia importante, não fundaram nenhuma escola filosófica ou política? O importante é saber que a Bíblia é a Palavra de Deus e que as doutrinas do cristianismo verdadeiro estão ali, e tem em Paulo o principal articulador… será?
Essas pessoas, os apóstolos de Jesus, verdadeiramente foram como o Cristo Encarnado, como diz John Stott no texto recentemente publicado. Eles não eram nem tanto tomadores de decisão, nem teóricos, mas servos, responsáveis pela comunicação do Evangelho, como estilo de vida. E como reza a tradição, com exceção de João, foram todos mortos por causa da fé.
Por isso a tradição da igreja vem deles. Em Jerusalém com um grupo de mais de 5.000 ou sozinhos com a família, depois que a igreja se dispersou, eles se ocupavam em orar e ensinar a palavra. Operavam maravilhas. Eles tornaram-se semelhantes a Cristo, em questões práticas de vida e comportamento. Por isso poderiam como o Mestre ensinar que o Reino de Deus é como uma rede. E isso fazer sentido para seus ouvintes.
Quais são os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro, escritos nos doze fundamentos do muro da grande cidade, a santa Jerusalém, a mulher do Cordeiro, que de Deus descia do céu? (Ap 21.14)
Pedro e João! Destes ninguém esquece: pescadores por profissão e tradição familiar, homens práticos, como os seus respectivos irmãos André e Tiago. Nenhum deles se envolvia em política. A não ser interna, na igreja, na condução do rebanho.
Mas os políticos os perseguiam. Tiago foi logo no início decapitado por Herodes (At 12.2). Mas eram dois Tiagos, não é mesmo? Um deles era líder na igreja e escreveu a epístola. E Jesus tinha um irmão que se chamava Tiago, ou era primo?
Judas Escariotes, aquele traidor! Mas tinha outro Judas. Foi ele ou não quem afinal escreveu a epístola? Seria ele irmão de Jesus? Então porque Maria, a mãe de Jesus, foi morar com João e não com os filhos mais novos? Parece-me que nisso os católicos estão certos e Jesus foi mesmo filho unigênito.
Tomé, é mesmo! Aquele que tinha que ver pra crer. Não é ele o preferido dos exotéricos, por causa do seu evangelho apócrifo? Apesar de estar sempre questionando e ausente, ele está mais para intelectual do que para político. Já temos a metade e mais dois, do número dos apóstolos, faltam quatro. Essa matemática me faz lembrar Mateus que era cobrador de impostos e escreveu um dos evangelhos. E Lucas e Marcos também! Só que estes não eram dos doze…
Faltam só três. Mas o que importa? Por que nomes são importantes? O que vale são números e ao todo eram doze! Já conhecemos tudo sobre o temperamento de Pedro e João e Paulo. É mesmo, Paulo, este sim foi importante! Ele foi o sucessor de Judas, não é? Não. Foi Matias e por sinal eleito democraticamente e por meio de um sorteio.
Tinha um Filipe. Talvez esse fosse mais politizado… sabemos também pouco sobre ele. Mas foi ele quem os gregos procuraram. E ele, no seu anseio de contemplar o Pai, extraiu de Jesus uma confissão belíssima (Jo 14.9). Depois chegou outro Filipe, diácono e evangelista, outro eleito democraticamente, que levou o evangelho para Samaria, onde muitos se converteram (sim aquela cidade que não quis dar um "visto" pra Jesus). Mas estamos falando de Felipe, o apóstolo, que levou seu amigo Natanael a Jesus, aquele Israelita onde não havia dolo.
Seria Natanael um dos doze, um dos dois que faltam? Então eram treze! Pois tinha um tal de Bartolomeu, que é sempre citado juntamente com Filipe. A não ser que, seja a mesma pessoa. Pois Bartolomeu significa (Bar) filho de Tolomeu, assim como Barjonas, filho de Jonas. Não foi assim que Jesus chamava Pedro, Simão Barjonas!
Eram dois Judas, dois Tiagos e dois Simãos… É mesmo… tinha o Simão, o zelote (At 1.13). Aliás, essa é a única coisa que sabemos dele, portanto muito relevante: seu envolvimento político! Não me pergunte se de direita ou de esquerda, mas com certeza um dos doze, um dos nossos, um rebelde!
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