Palavra do leitor
- 15 de novembro de 2010
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Orei, e o pior aconteceu
Orei e me tranquilizei; após inúmeras ligações e e-mails desisti de argumentar com a operadora de celular e internet, proverbiei: "mais tem Deus pra dar que o diabo pra tirar!" (de origem bem mineira) e efetuei o indevido pagamento mesmo tendo "oficialmente" por duas vezes cancelado o contrato de serviços que de nada me serviam.
Não me digam pra acionar o PROCON, a mocinha que lá atende, do mesmo calvário padece.
Choquei. O "trem" aqui é de amargar!
Orei e me tranquilizei; a caminho da praia minha conversa com o Senhor girava em torno da minha gratidão pela folga no meio da semana e um pedido pra Ele me "ensinar" a ser cauteloso, atento, centrado, criterioso, desconfiado, cuidadoso, mineiro e todos os adjetivos aplicáveis e bons quando o assunto são os meus proventos; parcos, porém preciosos.
Oração e tranquilidade, salmo 40 na área!
Apeei da van e aspirei profundamente o “ar do mar”, inconfundível cheiro bom e, o pior aconteceu!
De novo! O dinheiro da volta e do lanche que estava no bolso da bermuda, SUMIU! Assim tipo vapt! Assim tipo vupt! Ah, Deus...
Pensa num sujeito desolado! Eu. Não orei nem tranquilizei, nem pensar eu conseguia; um nó na garganta dificultava respirar, amargou-me a saliva. Uma sensação horrível de abandono me tomou por refém. (agora eu sei o que a minha filha sentiu quando a esqueci no shopping; duas vezes, e aquela vez na C&A).
Ta, tudo bem, eu sei que eram só “vinte mangos” mas não era o dinheiro em si, pelo menos naquele momento não era; eu orara minutos antes, lembra? Tranquilizara-me. Desapontei feio.
Estive confiante; Deus cuidaria de tudo após a oração tão bem feita olhando pra baixo pra não distrair enquanto orava. “Essas coisas agora seriam coisas do passado; sem débitos indevidos, contas fantasmas a me assombrar o orçamento, sem procons.” Aquilo sequestrou a minha fé. Por essa eu não esperava.
E o acordo com Deus? Tão bem feito... Lembra de Josué logo após o vexame militar na cidade de Ai? Js 7: 9. Solidarizei. Jefté chegando em casa e dando de cara com a filha? Jz 11: 34 35 (“Jef” eu te entendo...) Meus sentimentos misturados e a minha compreensão comprometida por eles e um vazio de dar dó.
“Ah, isso não deveria acontecer aos crentes. Logo eu, dizimista, ofertante, missionário, voluntário pra um monte de coisas...” Pensava.
Eu estava que nem Josué, doido pra botar a culpa em Deus; assim quem Sabe talvez ele mandasse quem achou meu dinheiro, devolver. (“AONDE!” Em bom goianês da Elê.) Bati pernas por aí e Deus, longânimo como só Ele não se constrangeu com meus lamentos e acusações: “Pô, Pai, devia cuidar melhor de mim, né?”
Daí foi que danei a pensar nos desapontamentos relatados na Bíblia: o “desapontamento” de Deus com lúcifer e a sua gang; o “desapontamento” com Adão, ah, Eva. A lista não acaba, tem Babel, bezerro de ouro e por aí vai; Davi! Vich! Noé acordando do pileque... Abraão... Salta essa.
Davi tem dois lados nessa história, “desaponta” e a sua prole era a encarnação do desapontamento. Penso nas vezes que desapontei minha mãe; desapontei a igreja; minhas filhas.
As pessoas, e incluam-me aí, tem o hábito ruim de ampliar a dor e perda pessoais; não compreendendo os motivos, resumem tudo a uma ciranda cruel de ações malignas somadas ao desinteresse divino. Caos.
Não sou deísta, só estava desapontado. Percebendo a “periferia” dos fatos, cai a ficha, Deus não é o meu assessor nem minha babá e não é serviço d’Ele evitar minhas perdas. Sou apenas humano, ingrato e murmurador. Tem hora que nem eu me aguento.
Aprendo com os “desapontamentos” de Deus conosco, entre nós, com os que sofro e causo e aprendo mais nessa hora: “Deus, na verdade nunca me desapontou; uma coisa que deveria saber há tempos.” Não posso perpetuar esse meu pueril proceder e culpar Deus por todas as coisas ruins que acontecem. Ralhar com Deus é estupidez; cobrar de Deus é insano.
Deus e eu não somos da mesma patente.
O pastor Zilvan me pega aqui quando buscar as meninas na escola; nesse meio tempo zanzeando pela praia, encontro o meu banquinho preferido, me assento e gasto tempo observando pescadores à-toa. Putz! Ainda agora eu tava considerando a hipótese de escrever sobre o meu vale da sombra da morte, meu vale de ossos secos, meu vale de Hinom; mas nem vale a tinta. Vinte reais não valem tudo isso que estive sentindo. Aprendi.
Da próxima eu peço uma cópia do contrato, exijo nota fiscal, espero o recibo; da próxima guardo o dinheiro da volta pra casa, e do lanche na bolsa em vez de largar no bolso largo da bermuda de playboy junto com celular, câmera, chaves e sabe-se lá mais o que levo nesses bolsos.
E paro de uma vez por todas de “espiritualizar” cada vez que perco algum objeto ou dinheiro, cada vez que alguém me trapaceia e todas as vezes que tiro um extrato no banco. Pra Deus “conseguir” me ajudar terei que tomar jeito e me organizar melhor. Temer mais e reclamar menos. A carona chegou.
Missão Vida. Porque eu amo gente!
Não me digam pra acionar o PROCON, a mocinha que lá atende, do mesmo calvário padece.
Choquei. O "trem" aqui é de amargar!
Orei e me tranquilizei; a caminho da praia minha conversa com o Senhor girava em torno da minha gratidão pela folga no meio da semana e um pedido pra Ele me "ensinar" a ser cauteloso, atento, centrado, criterioso, desconfiado, cuidadoso, mineiro e todos os adjetivos aplicáveis e bons quando o assunto são os meus proventos; parcos, porém preciosos.
Oração e tranquilidade, salmo 40 na área!
Apeei da van e aspirei profundamente o “ar do mar”, inconfundível cheiro bom e, o pior aconteceu!
De novo! O dinheiro da volta e do lanche que estava no bolso da bermuda, SUMIU! Assim tipo vapt! Assim tipo vupt! Ah, Deus...
Pensa num sujeito desolado! Eu. Não orei nem tranquilizei, nem pensar eu conseguia; um nó na garganta dificultava respirar, amargou-me a saliva. Uma sensação horrível de abandono me tomou por refém. (agora eu sei o que a minha filha sentiu quando a esqueci no shopping; duas vezes, e aquela vez na C&A).
Ta, tudo bem, eu sei que eram só “vinte mangos” mas não era o dinheiro em si, pelo menos naquele momento não era; eu orara minutos antes, lembra? Tranquilizara-me. Desapontei feio.
Estive confiante; Deus cuidaria de tudo após a oração tão bem feita olhando pra baixo pra não distrair enquanto orava. “Essas coisas agora seriam coisas do passado; sem débitos indevidos, contas fantasmas a me assombrar o orçamento, sem procons.” Aquilo sequestrou a minha fé. Por essa eu não esperava.
E o acordo com Deus? Tão bem feito... Lembra de Josué logo após o vexame militar na cidade de Ai? Js 7: 9. Solidarizei. Jefté chegando em casa e dando de cara com a filha? Jz 11: 34 35 (“Jef” eu te entendo...) Meus sentimentos misturados e a minha compreensão comprometida por eles e um vazio de dar dó.
“Ah, isso não deveria acontecer aos crentes. Logo eu, dizimista, ofertante, missionário, voluntário pra um monte de coisas...” Pensava.
Eu estava que nem Josué, doido pra botar a culpa em Deus; assim quem Sabe talvez ele mandasse quem achou meu dinheiro, devolver. (“AONDE!” Em bom goianês da Elê.) Bati pernas por aí e Deus, longânimo como só Ele não se constrangeu com meus lamentos e acusações: “Pô, Pai, devia cuidar melhor de mim, né?”
Daí foi que danei a pensar nos desapontamentos relatados na Bíblia: o “desapontamento” de Deus com lúcifer e a sua gang; o “desapontamento” com Adão, ah, Eva. A lista não acaba, tem Babel, bezerro de ouro e por aí vai; Davi! Vich! Noé acordando do pileque... Abraão... Salta essa.
Davi tem dois lados nessa história, “desaponta” e a sua prole era a encarnação do desapontamento. Penso nas vezes que desapontei minha mãe; desapontei a igreja; minhas filhas.
As pessoas, e incluam-me aí, tem o hábito ruim de ampliar a dor e perda pessoais; não compreendendo os motivos, resumem tudo a uma ciranda cruel de ações malignas somadas ao desinteresse divino. Caos.
Não sou deísta, só estava desapontado. Percebendo a “periferia” dos fatos, cai a ficha, Deus não é o meu assessor nem minha babá e não é serviço d’Ele evitar minhas perdas. Sou apenas humano, ingrato e murmurador. Tem hora que nem eu me aguento.
Aprendo com os “desapontamentos” de Deus conosco, entre nós, com os que sofro e causo e aprendo mais nessa hora: “Deus, na verdade nunca me desapontou; uma coisa que deveria saber há tempos.” Não posso perpetuar esse meu pueril proceder e culpar Deus por todas as coisas ruins que acontecem. Ralhar com Deus é estupidez; cobrar de Deus é insano.
Deus e eu não somos da mesma patente.
O pastor Zilvan me pega aqui quando buscar as meninas na escola; nesse meio tempo zanzeando pela praia, encontro o meu banquinho preferido, me assento e gasto tempo observando pescadores à-toa. Putz! Ainda agora eu tava considerando a hipótese de escrever sobre o meu vale da sombra da morte, meu vale de ossos secos, meu vale de Hinom; mas nem vale a tinta. Vinte reais não valem tudo isso que estive sentindo. Aprendi.
Da próxima eu peço uma cópia do contrato, exijo nota fiscal, espero o recibo; da próxima guardo o dinheiro da volta pra casa, e do lanche na bolsa em vez de largar no bolso largo da bermuda de playboy junto com celular, câmera, chaves e sabe-se lá mais o que levo nesses bolsos.
E paro de uma vez por todas de “espiritualizar” cada vez que perco algum objeto ou dinheiro, cada vez que alguém me trapaceia e todas as vezes que tiro um extrato no banco. Pra Deus “conseguir” me ajudar terei que tomar jeito e me organizar melhor. Temer mais e reclamar menos. A carona chegou.
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