Palavra do leitor
- 19 de março de 2015
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Orar em direção as ruas ou não?
‘’O evangelho de Cristo sempre se dirigiu e se dirigirá a realidade concreta e materialista e isto envolve os cenários da vida de cada um de nós, com suas vicissitudes e ambiguidades, com suas ambivalências e tensões, com suas indagações e incertezas. ’’
Os protestos ocorridos, no último domingo, em todo o país, com maior ênfase no Município de São Paulo, com mais de um milhão de pessoas, leva – nos, como cristãos, a uma fundamental reflexão.
Afinal de contas, a avalanche de denúncias e mais denúncias tem alcançado uma dimensão de não se conformar, de não aceitar as cartilhas de uma apropriação funesta do espaço público, pelo qual os denominados representantes da sociedade deveriam primar por construir uma política voltada a convivência harmonia entre as pessoas.
Por mais utópico, delirante e tolo tais palavras possam ser, ainda assim, a Avenida Paulista se tornou no palco de pessoas inclinadas a deslumbrar em prol de um país melhor. Sem hesitar, em meio a todo esse ímpeto de vozes impulsionadas a uma virada de mesa, com a renuncia da Presidente e a punição dos envolvidos, lanço a questão sobre o papel da Igreja?
Digo isso, porque para uns não deve haver nenhuma participação e, tão somente, limitar – se a orar; já para outros se faz necessário desembocar no engajamento das ruas, das redes sociais e de todas as demais formas de uma contribuição prática.
Parto dessas colocações e me espelho no texto de Jeremias 22.03 e faço uma conexão com o Profeta Amós e Isaías, uma vez que foram um eco de inconformismo efetivo, veemente, direto e objetivo, diante das falcatruas, das maracutaias e outras anomalias cometidas pelas autoridades, da época de cada um desses profetas.
Deveras, todos esses homens tinham uma vida de intensa e profunda inter – relação com o Deus ao qual não permaneceu preso as fronteiras de uma visão abstrata, ou seja, desembocaram no enfrentamento da realidade crua e nua.
Em outras palavras, atacaram os formalismos, as retóricas vazias, as ideologias dogmáticas de um criador mais parecido com uma narrativa de contos de fada.
Não e não, Amós, Isaías e Jeremias não aventaram sobre mudanças, saíram dos templos e de suas conveniências para refutar uma teocracia pra boi dormir, uma justiça de incluídos e excluídos, uma ética distante do homem da rua.
De maneira unanime, todos esses profetas execraram os ritualismos, os jejuns, as oferendas, as orações e as ministrações vazias.
Diametralmente oposto, enfocaram a atenção aos deserdados, aos órfãos, as viúvas, aos estrangeiros e, indiscutivelmente, vestiam a camisa de um Deus que requerer de seu povo o respeito ao próximo.
Então, após as manifestações, sem delongas, não vejo nenhuma ruptura entre uma vida de oração e participação, como o acontecimento do último domingo. Evidentemente, defendo, sim e sim, um sair as ruas para ir a direção de uma justiça restauradora e reconciliadora, de dizer um não sonoro e inexorável aos desmandos e abusos.
Não há como negar, isto não vai alterar um contexto de profundas disparidades sociais; mesmo assim, permanecer na esfera de entregar a Deus e fingir que nada me diz respeito, sem sombra de dúvida, representa rejeitar o chamado para ser sal da terra e luz do mudo, para ser útil e benéfico, para ser um agente promotor do viver e da esperança que nos leva ao próximo.
Os protestos ocorridos, no último domingo, em todo o país, com maior ênfase no Município de São Paulo, com mais de um milhão de pessoas, leva – nos, como cristãos, a uma fundamental reflexão.
Afinal de contas, a avalanche de denúncias e mais denúncias tem alcançado uma dimensão de não se conformar, de não aceitar as cartilhas de uma apropriação funesta do espaço público, pelo qual os denominados representantes da sociedade deveriam primar por construir uma política voltada a convivência harmonia entre as pessoas.
Por mais utópico, delirante e tolo tais palavras possam ser, ainda assim, a Avenida Paulista se tornou no palco de pessoas inclinadas a deslumbrar em prol de um país melhor. Sem hesitar, em meio a todo esse ímpeto de vozes impulsionadas a uma virada de mesa, com a renuncia da Presidente e a punição dos envolvidos, lanço a questão sobre o papel da Igreja?
Digo isso, porque para uns não deve haver nenhuma participação e, tão somente, limitar – se a orar; já para outros se faz necessário desembocar no engajamento das ruas, das redes sociais e de todas as demais formas de uma contribuição prática.
Parto dessas colocações e me espelho no texto de Jeremias 22.03 e faço uma conexão com o Profeta Amós e Isaías, uma vez que foram um eco de inconformismo efetivo, veemente, direto e objetivo, diante das falcatruas, das maracutaias e outras anomalias cometidas pelas autoridades, da época de cada um desses profetas.
Deveras, todos esses homens tinham uma vida de intensa e profunda inter – relação com o Deus ao qual não permaneceu preso as fronteiras de uma visão abstrata, ou seja, desembocaram no enfrentamento da realidade crua e nua.
Em outras palavras, atacaram os formalismos, as retóricas vazias, as ideologias dogmáticas de um criador mais parecido com uma narrativa de contos de fada.
Não e não, Amós, Isaías e Jeremias não aventaram sobre mudanças, saíram dos templos e de suas conveniências para refutar uma teocracia pra boi dormir, uma justiça de incluídos e excluídos, uma ética distante do homem da rua.
De maneira unanime, todos esses profetas execraram os ritualismos, os jejuns, as oferendas, as orações e as ministrações vazias.
Diametralmente oposto, enfocaram a atenção aos deserdados, aos órfãos, as viúvas, aos estrangeiros e, indiscutivelmente, vestiam a camisa de um Deus que requerer de seu povo o respeito ao próximo.
Então, após as manifestações, sem delongas, não vejo nenhuma ruptura entre uma vida de oração e participação, como o acontecimento do último domingo. Evidentemente, defendo, sim e sim, um sair as ruas para ir a direção de uma justiça restauradora e reconciliadora, de dizer um não sonoro e inexorável aos desmandos e abusos.
Não há como negar, isto não vai alterar um contexto de profundas disparidades sociais; mesmo assim, permanecer na esfera de entregar a Deus e fingir que nada me diz respeito, sem sombra de dúvida, representa rejeitar o chamado para ser sal da terra e luz do mudo, para ser útil e benéfico, para ser um agente promotor do viver e da esperança que nos leva ao próximo.
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