Oniciência de Deus: parte IV

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"Mas, a mim, que difíceis são teus projetos,
Deus meu, como a sua soma é grande!
Se os conto... são mais numerosos que a areia!
E, se termino, ainda estou contigo!"
(Salmo 139: 17-18)BJ

Depois de declarar, testar e reconhecer que o criador fê-lo em seus mínimos detalhes e que após a sua concepção Ele o acompanha a cada momento, declara: "... que difíceis são teus projetos, ...".

Não se observa um determinismo na ação do criador, mas um cuidar diário, como que a escrever a quatro mãos a história do salmista. Um agir pedagógico, que atua na conformidade da permissão concedida. Um caminhar junto, mesmo que as escolhas sejam erradas e infelizes. É a certeza do não abandono, da presença constante. Da intervenção pronta, mas sempre subordinada ao desejo e as escolhas feitas. É a certeza de resgate quando a direção escolhida foi errada. É a confiança de que mesmo adentrando o lamaçal da sombra da morte o Senhor o acompanha. Pisará na lama junto com o salmista. Suportará todos os infortúnios junto e o guiará pelo vale, até a sua saída.

Quem conhecer a história do salmista Davi, tem melhor chance de compreender esse momento de perplexidade em que há um misto de desânimo com esperança. O salmista exclama: “... que difíceis são teus projetos, ...” e “como a sua soma é grande”.

De novo o salmista encontra-se estarrecido. Verifica que os pensamentos e projetos de Deus são por demais grandiosos e densos. Muito não terá como acompanhar, pois tenta pelo menos contá-los, mas não consegue. Se conseguisse só teria a sua frente o próprio Deus. Muito não compreenderá. Muito sequer vai ter a dimensão da atuação divina. Mas muito desses projetos que desconhece e não compreende, ele é o alvo. Foram feitos para o salmista. Ele é agraciado com coisas que não compreende e desconhece. A virtude de Davi está em aceitar a dádiva sem retrucar. Sem explicações. Sem questionamentos.

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Opinião do leitor